É realmente fascinante como existem similaridades entre a sociedade mexicana e a brasileira, como é possível ver nessa animação do diretor Alejandro Lozano e do roteirista Augusto Mendoza. Girando em torno do problema que os zumbis são para o país, e "zumbi" aqui é um simbolismo para as pessoas alienadas que não se mexem no trem para dar lugar para quem vai descer, os que pagam impostos demais e os que ouvem música de gosto duvidoso sem parar, e do problema que é gerado quando eles são eliminados, o que por sua vez consegue remeter a uma mensagem igualmente relevante sobre prostituição e poder feminino, o desenho tem diversos momentos satíricos que tentam homenagear o Cinema em resultados mais ou menos satisfatórios; minha sequência favorita é a de Lista de Schindler, onde uma lata de coca-cola toma a vez do vestido vermelho do original de Spielberg.
Infelizmente, as referências usadas nas gags são quase sempre regionais (e adaptadas na legenda brasileira de maneira desastrosa), o que faz com que o filme perca quase metade da graça. No entanto, os momentos escatológicos são universais, o que favorece a comparação com South Park, ainda que com menos esmero e mais piadas de peido. De bônus, temos um trabalho excepcionalmente articulado e estilizado da equipe do diretor de animação Andrés Couturier, que cria movimento em cartoons que facilmente já seriam fascinantes se estáticos na última página de um jornal de variedades.