Sempre um prazer assistir a um novo episódio da série Sherlock, que atualizou o personagem e o gênero de investigação criminal através de um roteiro, direção e edição que insistem em correr além do espectador, jogando migalhas de pistas para que imploremos por mais. Diferente do episódio anterior aqui a história volta para os tempos atuais, e há uma certa mesmice, mas que é explorada com uma certa elegância e que contém em seu terceiro ato uma notícia bombástica e ao mesmo tempo covarde, pois coloca os dois companheiros de volta a um formato manjado, mas não menos apaixonante.
A história apresenta novas formas de demonstrar como a mente do poderoso detetive funciona, e faz diferentes montagens com mecanismos de roteiro e elucubrações mentais, além de forçar os personagens de Benedict Cumberbatch e Martin Freeman além de suas atuais situações. O mesmo não funciona para o irmão mais velho de Sherlock, ou até mesmo para Mrs. Hudson, patrimônio britânico intocável.
No entanto, este exemplar é obviamente superior a tudo que se faz em torno de séries do gênero, e por isso merece ser, assim como a série inteira, degustada sem pudor.
- 2020-12-02: Sherlock já começa a inventar histórias que soam um pouco melodramáticas demais. Porém, foi o jeito para continuar com esta última, derradeira, temporada. Ladeira abaixo, mas ainda bem acima da média.