Watchmen: O Filme (Zack Snyder, 2009) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Debruçado sobre anti-heróis inseridos num mundo realista, sustenta seu tom sombrio numa estética meticulosa. Investiga o cerne do vigilantismo — “quem vigia os vigilantes?” — e constrói uma atmosfera de orgulho, nostalgia e ressentimento, questionando o próprio conceito de heroísmo contemporâneo . |
Viagem à Lua (Georges Méliès, 1902) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Pioneiro do cinema como arte, Méliès conjura um mundo fantástico em apenas 17 minutos. Suas cenas elaboradas e a suspensão da realidade convidam o espectador a embarcar num foguete imaginário, onde Verne e seus Selenitas se tornam parte de uma experiência sensorial atemporal . |
Um Parto de Viagem (Todd Phillips, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Nesta road movie, Peter Highman e Ethan Tremblay encaram reviravoltas que testam seus limites sociais e pessoais. A convivência forçada, repleta de choques de temperamento, confere peso a momentos cômicos e dramáticos, fazendo com que o tumulto da jornada reverbere no crescimento interior de ambos :contentReference[oaicite:9]{index=9}. |
Trabalhar Cansa (Juliana Rojas, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Sob a superfície de um cotidiano familiar, pequenos indícios — pegadas isoladas, o latido de um cachorro — sugerem uma presença oculta que impede o êxito de uma mulher determinada. O roteiro evita soluções óbvias, permitindo que o medo se instale na imaginação do espectador até que o incerto se torne verdadeiramente nefasto. |
Se Não Nós, Quem? (Andreas Veiel, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Filho de ideólogo nazista, um jovem editor luta para erguer sua própria visão literária enquanto herda memórias controversas. À medida que se aproxima de movimentos radicais, o filme investiga o peso da culpa ancestral e o poder transformador (e às vezes ilusório) das ideologias em tempos de crise. |
Roubando Vidas (D. J. Caruso, 2004) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema A perseguição de uma agente federal a um serial killer que assume identidades alheias se desenrola em cenários escuros, valorizados por uma fotografia tensa que supera a trilha sonora errática. Em meio ao ritmo irregular, permanece o magnetismo da protagonista, cuja presença é o principal atrativo quando a narrativa vacila. |
Quero Matar Meu Chefe (Seth Gordon, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Com piadas ácidas sobre trabalho, sexo e racismo, reúne um elenco cômico promissor demais para sua própria direção. À medida que a narrativa avança, a única forma de manter o tom é amplificar absurdos, resultando num humor crescente, porém sempre à beira do caos . |
Qual Seu Número? (Mark Mylod, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Nesta comédia que brinca com estatísticas de vida amorosa, a protagonista decide revisitar antigos relacionamentos para fugir de um suposto destino de solteirice eterna. Enquanto um interesse carismático se destaca, o contraste entre sua simpatia e o humor mais ríspido da heroína, reforçado por uma trilha sonora que explode no momento do casamento, escancara a angústia sob as risadas. |
Pronta Para Amar (Nicole Kassell, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma jovem confronta sua própria mortalidade ao receber um diagnóstico terminal e, em vez de encarar o medo, decide viver cada instante com leveza e ousadia. Em busca de afeto, até aproxima-se de seu médico, abraçando dores e prazeres sem reservas, enquanto uma trilha sonora sulista pontua a ideia de que amar é, acima de tudo, celebrar a vida. |
Planeta dos Macacos: A Origem (Rupert Wyatt, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Ao resgatar a gênese da hegemonia símia, revela a evolução cognitiva de César através da captura de movimentos de Andy Serkis. Honrando o clássico de 1968, equilibra homenagens visuais com um enredo que justifica, de forma plausível, o triunfo dos macacos sobre a humanidade :contentReference[oaicite:10]{index=10}. |
Os Nomes do Amor (Michel Leclerc, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma protagonista tão radical em sua liberdade que chega a ignorar convenções básicas, usando o erotismo como arma de persuasão política. Ainda que datado de 2011, o filme ressoa como retrato de uma era em que corpo e ideologia se entrelaçam de forma provocativa. |
Os Goonies (Richard Donner, 1985) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Um desfile de momentos divertidos, previsíveis e nostálgicos compõe este filme que, embora ainda contagie pela energia juvenil, não transcendeu seus clichês para se tornar um clássico atemporal. A música-tema permanece cativante, mas a soma de episódios avulsos mantém a obra ancorada em seus picos de ação, sem evoluir além deles. |
O Solista (Joe Wright, 2009) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Focado no drama interno de Nathaniel Ayers (Jamie Foxx), um músico esquizofrênico preso ao passado, encontra equilíbrio ao mostrar a empatia de Steve Lopez (Robert Downey Jr.), cujos olhos perspicazes conduzem Ayers de volta à sociedade. A solidez das interpretações e a beleza das composições musicais sustentam essa jornada de redenção :contentReference[oaicite:8]{index=8}. |
O Preço do Amanhã (Andrew Niccol, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Num mundo onde o tempo de vida é moeda corrente, as perseguições frenéticas ocupam o espaço das reflexões propostas pela premissa. Esgotadas as sequências de ação, a trama patina em sua própria premissa, deixando de lado a potencial ironia em torno de trocadilhos entre tempo e valores. |
O Palhaço (Selton Mello, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma trupe itinerante contrasta sua natureza festiva com o colapso interno de seu principal ator, cujo riso se torna cada vez mais forçado. Fotografia pálida e silêncio quase total amplificam a melancolia, enquanto a performance contida — em voz quase sussurrada e movimentos mínimos — transforma cada compasso sem graça em um retrato de depressão artística. |
O Manuscrito Perdido (José Barahona, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma expedição solitária investiga comunidades forjadas por séculos de herança colonial, revelando disputas de terra entre descendentes de quilombolas, indígenas e sem-terra. Apesar de falhas técnicas iniciais — foco impreciso, enquadramento estático —, o retrato dos microcosmos locais expõe a repetição histórica de conflitos enraizados no solo herdado. |
O Filme dos Espíritos (Joel Pizzini, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma apresentação doutrinária sobre a vida após a morte adota tom propagandista que ofusca qualquer nuance narrativa. Técnicas visuais inconsistentes — da superexposição em exteriores ao enquadramento genérico em interiores — e uma trilha sonora invasiva reforçam a impressão de vídeos caseiros, comprometendo a solenidade pretendida. |
O Desaparecimento do Gato (Carlos Sorín, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema A suspeita se instala a partir de um simples desaparecimento e de objetos corriqueiros que ganham contornos de ameaça. A narrativa explora o limiar entre a sanidade e o delírio, convidando o espectador a duvidar de todas as aparências, sem jamais revelar completamente o que está por trás das pequenas loucuras. |
Mulher Nota Mil (John Hughes, 1985) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Por vezes datado, explora o pudor e a objetificação através de um computador erótico que, no clímax trash, dá vida a uma mulher de carne e osso. Entre sutiãs na cabeça e mutantes de moto, Hughes brinca com a puerilidade humana, estabelecendo um Frankenstein digital que anuncia seu brilhantismo criativo futuro :contentReference[oaicite:7]{index=7}. |
Medianeras: Buenos Aires da Era do Amor Virtual (Gustavo Taretto, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Em dualidade de vozes em off, mostra duas narrativas que se aproximam à medida que a cidade isola seus protagonistas. Clutter e penumbra simbolizam a confusão mental contemporânea, enquanto transmite empatia e melancolia, desenhando um retrato sutil do amor virtual na metrópole . |
Matrix (Lana Wachowski, Lilly Wachowski, 1999) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Um mundo onde a realidade cotidiana se revela uma construção artificial continua a ecoar como metáfora para as ansiedades contemporâneas. Mesmo exibido hoje, o choque entre a vida simulada e a busca por liberdade permanece tão atual quanto em sua estreia, antecipando debates sobre identidade, tecnologia e o controle invisível que molda nossas escolhas. |
Lanterna Verde (Martin Campbell, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Entre uma fábula cósmica e discussões sobre vontade, imagina um universo onde anéis interligam civilizações inteiras. Hal Jordan torna‑se meramente um instrumento de poder, enquanto diálogos solenes enfraquecem a trama, expondo a dificuldade de traduzir um conceito abstrato em narrativa envolvente . |
Incêndios (Denis Villeneuve, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma busca pelas raízes familiares se transforma em um poderoso retrato da memória coletiva. Entre a determinação silenciosa de uma filha e os momentos de reflexão que a acompanham, o roteiro desdobra um jogo de relações complexas, culminando em um olhar imóvel à beira de uma piscina que, em sua quietude, ecoa empatia e impacto intelectual arrebatador. |
Hackers (Iain Softley, 1995) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Com estética vibrante e trilha pulsante, o filme mergulha na sensação de ameaça invisível que cercava os primórdios da era digital. Uma invasão policial de proporções militares inaugura a narrativa de um jovem prodígio cibernético, celebrando o espírito de um submundo que se formava em bytes e linhas de código. |
Domingos (Maria Ribeiro, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Em sua simplicidade, o documentário capta algo essencial em cada entrevistado, revelando camadas que vão além das palavras. A sensibilidade do realizador transborda o formato tradicional, transformando depoimentos comuns em perfis singulares e inesquecíveis. |
Diário de Uma Busca (Flávia Castro, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Num estilo road movie investigativo, Castro percorre memórias e recortes de jornais para reconstruir a história de seu pai reacionário durante as ditaduras sul‑americanas. A diretora utiliza técnicas criativas — de colagens visuais a fotografias íntimas — mantendo o foco no aspecto humano, sem se perder em debates macro‑políticos . |
Despedida em Las Vegas (Mike Figgis, 1995) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Dois personagens consumidos por vícios estabelecem um laço brutalmente honesto em meio ao brilho ilusório da cidade. Performances tão intensas que ofuscam qualquer noção de ator por trás dos papéis, aliadas a ângulos de câmera distorcidos, transmitem a vertigem do álcool e a crueza de um universo feito de sonhos e dejetos humanos. |
Cowboys e Aliens (Jon Favreau, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Esta fusão de fronteira e ficção científica aposta em inúmeras homenagens ao western clássico, mas acaba diluindo seu espírito original. Enquanto invasores do espaço esboçam reflexos de uma humanidade futura e a nave-mãe remete a foguetes de séculos adiante, o equilíbrio burocrático entre cowboys e alienígenas sufoca o humor e a energia necessários para que a narrativa realmente decole. |
Copacabana (Marc Fitoussi, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema A geografia emocional de uma mulher se reflete na paisagem urbana que ela habita, mostrando como a mudança genuína depende do trabalho interior. Um desempenho contido e autêntico por parte da atriz principal faz transparecer um espírito de rebeldia prazeroso, e o desfecho inesperado reforça que, mesmo diante do desconhecido, a fé em si mesmo permanece o maior investimento. |
Confiar (David Schwimmer, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema O relato de uma adolescente imersa no universo virtual e vitimada por um abusador revela um abismo entre a investigação criminal e o colapso familiar. Um pai antes protetor torna-se obsessivo e dilacerado, e a paleta de luz reduzida sublinha a atmosfera opressiva, deixando o espectador inquieto quanto à difícil arte de aprender, ainda tão jovem, em quem confiar. |
Como Enlouquecer seu Chefe (Mike Judge, 1999) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Satírico ao extremo, caricaturiza o ambiente de escritório com personagens arquetípicos e situações leoninas. O herói liberta‑se pelo desdém, culminando num humor impiedoso à custa da rotina corporativa — desde a sessão de hipnose até a revolta silenciosa, entrega o que todo trabalhador já sonhou fazer :contentReference[oaicite:6]{index=6}. |
Cartas Para Julieta (Gary Winick, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Em meio a encontros e desencontros, a performance de uma jovem protagonista revela-se demasiadamente contida, enquanto seu interesse amoroso oscila entre o exagero emotivo e o “overacting”. É uma atriz veterana em papel coadjuvante quem consegue infundir calor humano, tornando-se o verdadeiro fio condutor para o envolvimento emocional. |
Atividade Paranormal 3 (Henry Joost, Ariel Schulman, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Imagens caseiras ambientadas nos anos 1980 amplificam o terror de uma menina que enxerga o invisível, transformando cômodos infantis em cenários caóticos. Embora sustos pontuais surjam de forma orgânica, a promessa de meditações mais profundas sobre vida e morte permanece inexplorada ao longo de seus 91 minutos. |
Assalto ao Banco Central (Marcos Paulo, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Misturando tensão policial e heist movie, esvai‑se ao alternar entre o plano dos criminosos e as investigações de maneira paralela, dissipando qualquer suspense. Gags mal encaixadas e química equivocada entre agentes públicos acentuam o constrangimento, em vez de oferecer o thriller esperado . |
Antes do Amanhecer (Richard Linklater, 1995) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Do encontro fortuito entre dois jovens pulsa um pacto poético que pede suspensão de descrença. Enquanto caminham e conversam, cada diálogo se faz convite à intimidade, levando quem assiste a embarcar nessa jornada efêmera de descobertas. |
Amores Imaginários (Xavier Dolan, 2010) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Um romance platônico ganha contornos quase ritualísticos em cenas em câmera lenta, embaladas por uma trilha envolvente. Entrevistas intercaladas revelam como a idolatria não correspondida pode se tornar performance de vaidade, especialmente quando quem ama também é quem controla a narrativa. |
Alien, a Ressurreição (Jean-Pierre Jeunet, 1997) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema A engenharia genética aplicada à criatura ancestral rende um contraponto ao mito original, gerando uma reflexão sombria sobre hereditariedade e instinto. Em meio ao horror, a manipulação científica se revela metáfora de ciclos inescapáveis de violência. |
Bonequinha de Luxo (Blake Edwards, 1961) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Ícone de cult pela direção inventiva e pela personagem que flerta com a marginalidade, o filme se consagra como uma comédia romântica distinta. A protagonista, desinibida e carismática, redefine o papel feminino em Hollywood, brincando com convenções sem medo de provocar. |
Alice no País das Maravilhas (Clyde Geronimi, 1951) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Uma explosão de criatividade anima elementos familiares com riqueza de movimento e invenção visual que resiste ao desgaste do tempo. A trama circular constrói expectativas de desfecho, mas o encerramento chega de forma abrupta, oferecendo um contraponto sombrio à leveza lúdica que a precede. |
Aleksander Sokurov: Uma Questão de Cinema (Aleksandr Sokurov, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Um monólogo denso mistura reflexões teóricas e cenas exemplificativas, mas a abstração excessiva e o ritmo arrastado transformam a discursividade em desafio de resistência. A fusão entre digressões conceituais e fragmentos visuais reflete o próprio argumento, mas testa os limites da paciência do público. |
A Pele que Habito (Pedro Almodóvar, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Um cirurgião plástico conduz um experimento de manipulação corporal que se desdobra como um comentário sobre violência e memória. A precisão cirúrgica das escolhas narrativas reflete tanto a obsessão do protagonista quanto a do cineasta, elevando o thriller a um hino contra a injustiça e a objetificação. |
A Morte de Pinochet (Bettina Perut, Iván Osnovikoff, 2011) 2025-04-17 v2 miniviews movies cinema Close-ups impiedosos nas linhas do rosto e nos lábios de apoiadores de um regime cruel revelam um orgulho inquietante. Ao equilibrar depoimentos de reverência com indignação moral, o filme expõe o paradoxo de que pessoas honestas podem sustentar convicções atrozes, explicando em parte a longevidade de um governo impune. |
Super 8 (J.J. Abrams, 2011) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Apesar das inevitáveis homenagens spielbergianas, Abrams opta por uma experiência mais cerebral, repleta de descobertas. A espontaneidade infantil surge em raros lampejos, mas cenas pontuais de ação — como o ataque ao ônibus — mantêm o suspense vivo. A empolgação culmina nos créditos, quando o ousado filme de zumbis da garotada toma forma :contentReference[oaicite:4]{index=4}. |
Melancolia (Lars von Trier, 2011) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Com a frieza calculada de quem explora o âmago da depressão, divide-se em dois atos complementares: o implode interno da festa perfeita e, depois, o colapso literal da Terra diante de um planeta cinzento. Em câmera ultralenta, evoca o horror e a beleza de nossa própria finitude, contrapondo o desânimo humano à grandiosidade cósmica :contentReference[oaicite:1]{index=1}. |
Meia-Noite em Paris (Woody Allen, 2011) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Esse encontro onírico convida o espectador a viver um universo etéreo por horas a fio. A cada visita anual, Woody Allen revitaliza sua ironia sutil e celebra a vida através de uma Paris onde o passado literário e artístico se entrelaça com o anseio humano por magia cotidiana :contentReference[oaicite:0]{index=0}. |
G.I. Joe: A Origem de Cobra (Stephen Sommers, 2009) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Desenvolvendo personagens através de flashbacks burocráticos e relações ilógicas, aposta numa superfície frágil e infantil, quase sempre prejudicada por falas forçadas. Apenas no ataque a Paris, com corte paralelo em perseguições, o ritmo empolga — uma promessa que o desfecho, muito mais problemático, não cumpre :contentReference[oaicite:3]{index=3}. |
Capitão América: O Primeiro Vingador (Joe Johnston, 2011) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Num esforço claro de servir como trampolim para Os Vingadores, sacrifica certa profundidade dramática em prol de apresentar heróis secundários carismáticos. Chris Evans equilibra o patriota de forma natural, e Tommy Lee Jones sustenta com firmeza seu coronel, enquanto Hugo Weaving peca por um vilão excessivamente afetado. O terceiro ato deixa evidente sua missão de catapultar o Universo MCU :contentReference[oaicite:2]{index=2}. |
A Árvore da Vida (Terrence Malick, 2011) 2025-04-12 v2 miniviews movies cinema Alternando entre o trivial e o solene, Malick inicia com uma morte e, em seguida, viaja a uma era pré‑vida para refletir sobre nossa existência. O drama familiar — especialmente a busca do filho mais velho por lembranças perdidas — dá o tom humano ao cosmo lírico. A evolução moral, emoldurada por flashbacks, revela o que de fato nos conecta ao mistério da vida :contentReference[oaicite:5]{index=5}. |
X-Men: Primeira Classe (Matthew Vaughn, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A ficção científica oferece liberdade para explorar alegorias que refletem questões contemporâneas, como a intolerância que une os mutantes, seja pela violência sofrida (Magneto) ou pela tentativa de integração (Xavier). Raven/Mística representa a ponte entre esses extremos, com a química entre os protagonistas impulsionando a evolução do grupo. O diretor de "Kick-Ass" emprega ritmo adequado, utilizando composições físicas que refletem o comportamento dos personagens, transformando até uma simples moeda em elegante transição. A estética dos quadrinhos é usada de forma orgânica, com a trilha sonora tentando criar um tema para o grupo. O cenário futurista dos anos 60 é explorado sob a ótica da mudança, inserindo os X-Men de forma natural. Os uniformes tradicionais resgatam referências sem parecer cafonas, e a apresentação dos personagens sob um contexto histórico enriquece a narrativa. Discussões sobre o destino dos mutantes são aprofundadas, com o Fera exibindo feições bestiais e inteligência, e Mística assumindo suas diferenças perante a sociedade. |
Wall Street: Poder e Cobiça (Oliver Stone, 1987) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Charlie Sheen tem a missão ingrata de transitar por ambos os extremos da moral, disputando atenção com um antagonista tão magnético quanto Gordon Gekko, interpretado por Michael Douglas. Após descrever a selva natural em "Platoon", Stone decide filmar a selva de pedra que é Wall Street, onde os mais aptos sobrevivem e o resto definha. Gordon Gekko representa o futuro de Bud Fox, um megainvestidor assediado pelos menores. Bud Fox, o único que vemos sair daquele escritório apertado em busca de algo melhor, nos faz desejar estar onde Gekko está: no topo da cadeia alimentar. |
Um Gato em Paris (Jean-Loup Felicioli, Alain Gagnol, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Apresenta uma trilha sonora fantasiosa e elementos típicos de policiais infantis, criando uma atmosfera lúdica. O projeto, que levou mais de cinco anos e envolveu cerca de 60 pessoas, resultou em mais de 40.000 desenhos feitos à mão, conferindo uma estética curiosa. A narrativa gira em torno de um gato que divide sua vida entre o dia e a noite, incorporando elementos de filmes como "O Poderoso Chefão", "Os Bons Companheiros" e até "Cães de Aluguel", de forma estilizada e eficiente, retratando uma versão única da noite parisiense. |
Um Conto Chinês (Sebastián Borensztein, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Assistido em Buenos Aires, o filme destaca a ironia da comunicação impossível entre os protagonistas, um argentino e um chinês. Mesmo após sete anos, a revisão do filme revela que tudo se encaixa quando as pessoas começam a se comunicar. Ricardo Darín monopoliza a defesa do espectador, enquanto Muriel Santa Ana interpreta a hipnotizada Mari, cuja motivação para se aproximar do senhor rabugento permanece questionável. O filme sugere que, como toda mudança, às vezes é necessário quebrar alguns vidros para reconhecer o drama alheio como nosso próprio. |
Transformers: O Lado Oculto da Lua (Michael Bay, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Embora a maestria técnica do filme seja evidente, especialmente em 3D, com profundidade de campo nas cenas de ação, a narrativa apresenta imagens inicialmente desconexas que, mesmo após a edição, não se transformam em uma linguagem coesa. O protagonista Sam (Shia LaBeouf) continua a representar o adolescente desajeitado, enquanto o filme parece servir de representante para todos os adolescentes fascinados por loiras e carros que se transformam em robôs. |
The Housemaid (Kim Ki-young, 1960) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Um thriller psicológico sul-coreano que mistura erotismo e horror doméstico. A trama acompanha uma empregada que, ao se envolver com o patrão, desencadeia uma série de eventos trágicos. O filme é conhecido por suas reviravoltas e pela crítica à moralidade da classe média. |
Star Wars: Episódio III – A Vingança dos Sith (George Lucas, 2005) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Serve como culminação dos dois filmes anteriores, trazendo à tona toda a angústia e tristeza do universo Star Wars. Há uma coerência desde "A Ameaça Fantasma", com a trilha sonora gradualmente incorporando os acordes do Império. Anakin (Christensen, mais maduro) é movido por uma lógica deturpada pelo desespero de seus pesadelos, escolhendo um motivo humano para sua queda para o lado obscuro. O clima de urgência do Conselho Jedi e os movimentos de câmera intensos ajudam a fechar todas as pontas de maneira eficaz, com o destino dos filhos de Anakin em foco nas cenas finais, prenunciando uma nova trilogia. |
Star Wars: Episódio II – Ataque dos Clones (George Lucas, 2002) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A República começa a perder força, e o desespero pela resolução da crise no Senado faz com que forças especiais sejam entregues ao Chanceler Palpatine, encaminhando a história para o ponto de encontro com o então chamado "Guerra nas Estrelas", rebatizado como Episódio IV. O relacionamento entre o Jedi aprendiz Anakin (Hayden Christensen) e a Senadora Amidala (Natalie Portman) beira o tédio, com Lucas apostando em clichês datados, como o momento em que ambos rolam na grama. A presença de Yoda é o que realmente dá tom ao clima da história como um todo, pois Anakin apenas demarca o início de um declínio. |
Sexo Sem Compromisso (Ivan Reitman, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Seguindo a tendência moderna dos relacionamentos líquidos, o filme aborda uma relação de "amigos com benefícios". O que torna divertido e inusitado é que enquanto a mulher do casal representa o lado moderno da relação, o homem vira o sentimentalista. Há uma curva de aprendizado na personagem da ótima Natalie Portman, e nem tanto por Ashton Kutcher. Divertido por dentro e por fora, mas melhor apreciar com moderação. |
Scott Pilgrim Contra o Mundo (Edgar Wright, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema O filme abraça seu conceito até o fim de forma orgânica e intensa, apresentando um mundo onde tudo se assemelha a um jogo de videogame, embora os personagens não tenham consciência disso. As transições sonoras entre o techno e os temas dos primeiros consoles, além da origem pixelada de elementos como o martelo de Ramona, reforçam essa estética única. |
Rio (Carlos Saldanha, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Assistido em castelhano, o filme mantém a qualidade graças à competência dos dubladores argentinos, comparáveis aos brasileiros. Apesar disso, a narrativa segue um formato pré-definido que causa desânimo na parte final, com personagens e situações engraçadinhas que não sustentam o ritmo até o fim. |
Polaróides Urbanas (Miguel Falabella, 2008) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema O talento incomparável de Marília Pêra, que interpreta duas personagens distintas, é mal acompanhado por uma narrativa que nos leva a refletir sobre nossas próprias neuroses e as tempestades que criamos a partir de copos de água. Como único exemplo cinematográfico de Miguel Falabella como diretor, a obra revela sua origem teatral, especialmente no final, que desmascara literalmente essa influência. |
Piratas do Caribe: Navegando em Águas Misteriosas (Rob Marshall, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A direção de Rob Marshall resgata o antigo objetivo da Disney de transformar a atração de seu parque de diversões em um longa-metragem que tenha as mesmas características do "brinquedo": um passeio que diverte em pontos estratégicos, com cenários dedicados e piratas que se parecem com "os de verdade", porém inofensivos. Como se as coisas não pudessem piorar, desta vez o inimigo do grupo de piratas é a figura de Barba Negra, que, se chega a assustar, é mais fruto da limitada maquiagem do que da interpretação de Ian McShane, que infelizmente tem em mãos um boneco manipulado por um roteiro maniqueísta onde os inimigos possuem apenas a aspiração de serem maus como um fim em si. Essa nova versão de Jack Sparrow se entrega novamente ao auto-deboche. |
Os Fantasmas de Scrooge (Robert Zemeckis, 2009) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Jim Carrey em Motion Capture é, em poucas palavras, inusitadamente fabuloso. O trabalho rebuscado tanto nas expressões quanto nos movimentos do boneco ainda peca no aspecto estético pela estranheza que gera ao vermos figuras humanas não exatamente reais e tão pouco virtuais. Scrooge no original é uma pessoa muito mais maldosa e mesquinha, mas aqui o teor é um foco maior no público infantil e familiar. |
Os Agentes do Destino (George Nolfi, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Em uma época em que religião e economia precisam ser reinventadas, a visão mesclada de ambas em uma organização fria e calculista não deixa de ser no mínimo curiosa. O filme aborda discussões que avançam sobre algumas de nossas principais convicções sociais, levando-nos através de um pano de fundo realista para uma experiência intrigante sobre o funcionamento da nossa própria realidade. A caracterização meticulosa, como os sapatos desgastados do personagem de Matt Damon, um jovem político popular em ascensão, contribui para a autenticidade da narrativa. Contudo, a maior fraqueza do filme reside em não conseguir estimular os anseios dos dois personagens principais, e nos últimos quinze minutos, parece sucumbir a um plano maior, reassumindo o lado clichê das produções de Hollywood e retornando à normalidade. |
Operação Presente (Sarah Smith e Barry Cook, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Uma animação natalina que questiona os métodos modernos de entrega de presentes. Quando uma criança é esquecida na noite de Natal, Arthur, o filho desajeitado do Papai Noel, embarca em uma missão para corrigir o erro. O filme combina humor e emoção, destacando o verdadeiro espírito natalino. |
O Senhor das Armas (Andrew Niccol, 2005) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema O filme começa como um documentário sobre guerra, mas corta para um outro sobre o vício do irmão. Isso acaba derrubando nossa visão inicial, mas é o tom documental do início que dá realismo ao filme. Há um motivo para a introdução do personagem ser tão corrida e artificial. Como veremos a partir do segundo ato, a única coisa que torna Yuri Orlov vivo são as vendas de armas que negociam de maneira tão magistral. Orlov admira sua própria importância no contexto em que se insere e Nicolas Cage, por sua presença de espírito, prova mais uma vez ser um bom ator quando nos papeis certos. Mesmo com todas essas virtudes técnicas, a filosofia (ou a mensagem) por trás da história é o ponto forte do longa, que consegue, em seus momentos finais, causar o que todos esperamos ao assistir um bom filme: reflexão. A cereja do bolo é saber que o filme foi financiado por instituições internacionais (nenhuma produtora dos Estados Unidos bancaram o filme). |
O Pai dos Meus Filhos (Mia Hansen-Løve, 2009) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Retrata uma família lidando com desafios em torno de seu patriarca, interpretado por Louis-Do de Lencquesaing, cuja performance é envolta em mistério, conforme exigido pela narrativa. O personagem é um pai carinhoso, porém ausente, e a introdução de elementos inesperados contribui para uma sensação de falta de coesão, mantendo o enredo vago do início ao fim. |
Minhas Mães e Meu Pai (Lisa Cholodenko, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Annette Bening demonstra sua habilidade em interpretar personagens com descontrole emocional que influenciam negativamente os próximos. A trama gira em torno de uma família composta por duas mães, Nic (Bening) e Jules (Moore), que têm dois filhos por inseminação artificial: Joni (Wasikowska) e Laser (Hutcherson). A chegada de Paul, o pai biológico, desestabiliza emocionalmente a família, mostrando que, apesar da estrutura atípica, os dramas vividos poderiam ocorrer em qualquer núcleo familiar. No entanto, os diálogos revelam uma evolução estática das personagens, e o roteiro se apoia excessivamente em sua premissa, sem explorá-la profundamente. |
Kung Fu Panda 2 (Jennifer Yuh Nelson, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Mantém os elementos que fizeram sucesso no original: piadas irreverentes centradas em Po, o panda, e sequências de luta bem coreografadas. Apesar de um enredo um pouco mais confuso, os efeitos visuais são primorosos, destacando detalhes como a água no pelo de Po. O filme aborda o impacto das armas de fogo sobre as artes marciais, embora essa temática não seja explorada de forma explícita, resultando em uma conclusão com peso reduzido. A ausência de um vilão ou herói claramente definidos contribui para essa sensação. |
Jumper (Doug Liman, 2008) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Uma boa ideia é desperdiçada ao apresentar uma justificativa fraca para a existência dos paladinos e um par romântico que chega a ser pior que o casal de "Transformers". A futilidade e a falta de evolução dos personagens, cujos dramas são semelhantes demais, dão a impressão de que seus comportamentos são apenas reflexos de problemas com os pais. |
Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Jonathan Liebesman, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A tentativa de mesclar técnicas documentais e ficcionais, lembrando experimentos como "Cloverfield" e "A Bruxa de Blair", não consegue sustentar a narrativa apenas com efeitos visuais, mesmo com a presença de aliens na costa de Los Angeles. A história interessante se perde em uma técnica que, sozinha, não é suficiente para manter o interesse do espectador. |
Instinto Secreto (Bruce A. Evans, 2007) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Um personagem dividido entre duas psiques, interpretadas por Kevin Costner e William Hurt, surpreende ao levar o espectador a se tornar quase cúmplice dos pensamentos internos de Mr. Brooks. O filme oferece uma visão irônica e arrebatadora sobre matadores em série, destacando-se como uma das maiores surpresas em Home Vídeo dos últimos tempos e explorando de forma única a dualidade da mente humana. |
Garota Infernal (Karyn Kusama, 2009) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A escolha de Megan Fox para o papel principal parece ideal para uma personagem cuja função principal é andar seminua por aí se alimentando de homens. No entanto, o roteiro de Diablo Cody, estreante com delírios de grandeza após "Juno", não sustenta a trama. Apesar disso, surpresas como um pai que jura pendurar as bolas do assassino de seu filho e uma mãe que compara o corpo de seu filho com uma "lasanha com dentes" conseguem impressionar. |
Coincidências do Amor (Will Speck, Josh Gordon, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Desde a descrição inicial, o roteiro de Allan Loeb apresenta um incômodo absurdo, acreditando que a piada recorrente das semelhanças entre os personagens seja suficiente para sustentar o longa. A trama envolve uma mulher que anuncia em uma festa que será fecundada pelo esperma de um doador, mas seu amigo Wally, ao acidentalmente derrubar o recipiente, decide substituí-lo por seu próprio "material", resultando em situações constrangedoras. |
Circo dos Horrores: O Aprendiz de Vampiro (Paul Weitz, 2009) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Após uma série de eventos, o protagonista Darren é introduzido ao mundo dos vampiros, enfrentando escolhas difíceis. A figura do vampiro é retratada como uma aberração, com efeitos visuais impressionantes, embora a criatividade na concepção das aberrações seja limitada. A narrativa foca no absurdo da situação, com Darren representando o espectador, frequentemente confrontado por comentários sarcásticos de seu mestre Larten Crepsley (John C. Reilly). A velocidade da trama impede uma apreciação mais profunda, resultando em uma sensação de auto-sabotagem e queda em clichês sem aviso prévio. |
Bruna Surfistinha (Marcus Baldini, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Ela diz que acredita em si mesma e encoraja seus anfitriões a fazerem o mesmo. Se o fizerem, "conseguirão chegar aonde eu cheguei". O filme deixa de ser uma visita convencional ao mundo da prostituição e vira uma discussão instigante sobre a capacidade das pessoas de fazer o seu melhor. A transformação de Raquel até se tornar Bruna, aliás, merece créditos por estar sobriamente equilibrada nos ombros de Deborah Secco, que faz a menina tímida de classe média, dona de seu próprio caminho. Cássio Gabus Mendes como primeiro cliente se importa de fato com a protagonista. Sem exibicionismo gratuito, como na famigerada e vergonhosa época das pornochanchadas do cinema nacional, senti falta de uns peitinhos. |
Bebês (Thomas Balmès, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Este documentário, sob o ponto de vista de gênero, assemelha-se a uma ficção pela empolgação que gera ao acompanhar o desenvolvimento das "histórias" de seus "personagens". As câmeras, posicionadas estrategicamente, captam momentos-chave da evolução dos bebês, tornando o filme uma experiência essencial para qualquer estudioso da sétima arte. |
Atividade Paranormal Tóquio (Toshikazu Nagae, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Os asiáticos sabem fazer terror como ninguém. Essa versão japonesa consegue ao mesmo tempo soar mais como trash e, exatamente por isso, assusta bem mais. Coloca mais medo pelos seus aspectos técnicos, uma fotografia devidamente ajustada para soar tenebrosa e ao mesmo tempo documental, o filme aproveita até as falhas típicas de uma câmera caseira para gerar suspense pseudo-documental. |
As Mães de Chico Xavier (Glauber Filho, Halder Gomes, 2011) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Três mulheres enfrentam perdas significativas em suas vidas e buscam conforto através do médium Chico Xavier. Apesar da presença marcante de Nelson Xavier no papel de Chico, o filme peca por dramatizações excessivas e falta de coerência na narrativa, como a junção forçada de personagens paralelos. A produção, que encerra as comemorações do centenário de Chico Xavier, utiliza uma abordagem que, embora bem-intencionada, acaba por explorar clichês e não alcança o efeito emocional desejado. |
Apenas o Fim (Matheus Souza, 2008) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Uma comédia romântica brasileira que retrata o último encontro de um casal de universitários antes da despedida definitiva. Com diálogos espontâneos e reflexões sobre a juventude, o filme captura a essência das incertezas da vida adulta. |
Amor e Inocência (Julian Jarrold, 2007) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A trajetória da jovem Jane Austen é retratada com destaque para como ela desafiou os contratos sociais de sua época ao priorizar os desejos e sonhos femininos em seus romances. O filme se destaca por seu figurino e direção de arte impecáveis, além de uma fotografia que exalta o verde e o ar livre dos jardins interioranos, evocando o isolamento das famílias da época. Após acompanharmos adaptações de suas obras como "Razão e Sensibilidade", "Emma" e "Orgulho e Preconceito", é fascinante ver como a própria vida de Jane inspirou suas histórias. |
A Serbian Film - Terror sem Limites (Srdjan Spasojevic, 2010) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema Um filme controverso que explora os limites da moralidade e da arte. A história segue um ator pornô aposentado que é atraído para um projeto cinematográfico perturbador. O filme é uma metáfora sombria sobre a sociedade sérvia pós-guerra. |
A Revolução dos Bichos (John Stephenson, 1999) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema A Revolução dos Bichos é um caso em que um livro tão antigo e, muito provavelmente, lido pela maioria dos espectadores (pelo menos os cultos), irá tornar a experiência de assistir ao filme um exercício de mente seletiva, que terá que abandonar seus conceitos criados a partir da leitura e entender como é possível transformar partes tão bizarras da história em algo verossímil, ou mesmo, aceitável do ponto de vista da narrativa. |
A Queda! As Últimas Horas de Hitler (Oliver Hirschbiegel, 2004) 2025-04-11 v2 miniviews movies cinema O filme retrata o ambiente claustrofóbico do bunker onde Hitler passou seus últimos dias com seu alto escalão, enquanto a Alemanha enfrentava o colapso moral e social. A narrativa permite entender a desilusão nos olhos das crianças e a fé inabalável da população em seu líder, mesmo diante da iminente derrota. |
O Homem que Sabia Demais (Alfred Hitchcock, 1934) 2025-04-11 miniviews movies cinema Neste filme, Hitchcock demonstra sua capacidade de gerar tensão, apresentando a história de um homem e sua esposa que, por acidente, recebem uma dica sobre um assassinato e têm sua filha sequestrada. A trama se desenvolve em 75 minutos, com transições inteligentes e uma montagem ritmada que aumenta a frequência dos cortes nas sequências finais. A presença de Peter Lorre como o antagonista Abbott adiciona uma camada de insegurança latente, enquanto o uso de câmeras subjetivas facilita a comunicação das ideias e emoções dos personagens. |
127 Horas (Danny Boyle, 2010) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Uma tela cortada em três partes mostra a correria das pessoas modernas para quem o tempo é um bem cada vez mais escasso. Preso em um lugar isolado de tudo e de todos, o heroi de 127 Horas passará o tempo-título refém da situação. Ele sairá de lá de qualquer maneira, o filme é inteligente o suficiente para supor que nós, o público, não seremos facilmente enganados por falsas ameaças de morte. Ao focar nas sensações de uma pessoa e transportar para as lembranças de Aaron, devidamente imprecisas para nos dar a sensação dos pensamentos que nós mesmos experienciamos em devaneios, os reflexos mentais não passam pelos filtros mais rígidos do raciocínio consciente. As sequências giratórias do diretor Danny Boyle, seus ângulos inusitados com a troca constante da inclinação e o zoom com que a câmera se aproxima se adequam perfeitamente à troca constante de fotografia, que oscila entre a lente convencional e a câmera usada por ele para registrar os breves momentos em que ele resolve se filmar. O uso das habilidosas expressões de James Franco, que consegue traçar mudanças de humor em que a dor e o sofrimento de alguns momentos cruciais no filme que poderiam se tornar simplesmente escatológicos, mas que com a ajuda de Franco se tornam sinceramente dramáticos. Uma viagem introspectiva e intensa. |
Simplesmente Feliz (Mike Leigh, 2008) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Ela renega os padrões convencionais que determinam o que seria uma vida feliz: a carismática Sally Hawkins constroi uma personagem simpática no sentido mais literal do termo. Mas nem só de boas intenções vive um filme, e a narrativa se esvai por falta de alguma motivação mais palpável. Sem conflitos a vida pode ser de fato mais feliz, mas igualmente sem graça. |
O Turista (Florian Henckel von Donnersmarck, 2010) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Há filmes que enriquecem ainda mais em uma visita (O Sexto Sentido, Donnie Darko, Cidade dos Sonhos) quando o final muda tudo o que vínhamos assistindo. Porém, nem sempre se revela uma boa ideia (Os Esquecidos, A Caixa, A Passagem). Infelizmente, O Turista se encaixa nessa segunda situação. Johnny Depp percebe que seu personagem não é mais do que uma pista-recompensa e apresenta Frank como um ser inexpressivo que vive um relacionamento improvável com ninguém menos que Angelina Jolie, o único ponto forte do longa. |
Lixo Extraordinário (Lucy Walker, Karen Harley, João Jardim, 2010) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema A história é sobre um artista plástico famoso por transformar lixo reciclável em obras de arte. Seu próximo desafio é transformar as pessoas responsáveis por catar esse lixo. Ele próprio nasceu pobre e aprendeu a manter a lição de que é possível se transformar. A mensagem que fica é imensamente maior que todo o processo: é possível reciclar pessoas, por piores as condições que elas estejam ou pareçam estar. |
Gnomeu e Julieta (Kelly Asbury, 2011) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Em "Romeu + Julieta", praticamente se muda apenas a época em que a história foi concebida, chegando a utilizar os mesmos diálogos datados do texto de Shakespeare. Como filme ele se sai incrivelmente bem. Muito melhor do que os bonecos de cerâmica engraçadinhos deste Gnomeu e Julieta, exatamente por explorar a mudança de ambiente e os desafios que isso implicou na adaptação das falas e não os dois únicos detalhes que mudam nessa recriação: a técnica (animação) e o apelo infantil (gnomos de jardim). A própria narrativa não nos apresenta nada de realmente novo, em uma história que tropeça em piadas que tentam criar um clima engraçadinho nunca eficaz e em referências totalmente desnecessárias. Mesmo que o aspecto dos bonecos criados sejam admiravelmente bem feitos, pois conseguimos notar seus detalhes de cerâmica e até mesmo o som de cerâmica raspando quando se mexem, isso não basta para contar uma mesma história se não houver nada de novo em sua forma. |
Esposa de Mentirinha (Dennis Dugan, 2011) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema O que mais impressiona neste novo filme é o número de piadas feitas sobre o físico das pessoas (nesse, Sandler é um cirurgião plástico, então adivinhe) e a similaridade na estrutura "Fim-de-semana em família em lugar paradisíaco que irá colocar os pingos nos is” usada ad nauseam por Adam Sandler em seus projetos pessoais. Com Jennifer Aniston como sua secretária, é possível comparar o abismo que existe no carisma e na interpretação desta com a empatia limitada deste. Um projeto bem improvável. |
Deixe-me Entrar (Matt Reeves, 2010) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Apesar de ser um remake do original sueco de 2008, o filme estabelece sua própria estética e renova o defasado gênero de terror americano. Com personagens que surgem das sombras ou são vistos apenas pela silhueta, a iluminação revela seus estados de espírito e da própria cidade que vive um período turbulento de assassinatos nefastos. Este é o exemplo de terror mais sombrio do que se fosse explicado verbalmente. Surge como uma prova de que não devemos ter preconceitos quanto aos remakes americanos, ainda que de vez em quando assistimos a pavorosas produções. |
Cisne Negro (Darren Aronofsky, 2010) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Nina, perfeccionista ao extremo e apoiada pela mãe controladora, está prestes a participar da escolha de quem será a nova protagonista de uma nova versão do clássico O Lago dos Cisnes. Disposta a tudo para tal, a sinergia que ocorre entre os elementos do cenário, em sua maioria objetos e roupas das cores preta, branca e cinza, fortalece ainda mais todo o trabalho do projeto em busca da dualidade de sua protagonista. O uso de espelhos, espalhados por todos os cenários, é primordial na construção da própria personagem e seu conflito interno. É o universo daquele mundo saindo de campo de visão e atingindo significados metafóricos. |
Caça às Bruxas (Dominic Sena, 2011) 2025-04-04 v2 miniviews movies cinema Com uma visão tanto realista quanto supersticiosa, o filme nos leva a uma pretensa ocorrência histórica e lendária: o momento em que a bruxa acusada de ter causado a praga deve ser levada aos monges para ser julgada por seus atos. Através de uma fotografia sinistra que apenas se ilumina nos momentos finais do filme temos a mesma impressão que as pessoas que vivem nessa época: a terra está amaldiçoada de um mal invisível. |
Um Dia Muito Especial (Ettore Scola, 1977) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema Usando expressões que aos poucos denunciam o pensamento da sociedade da época, como a "majestosa simplicidade" com que o Fuhrer será recebido, ou a "doçura viril" de determinada pessoa, o prólogo em preto e branco nos dá a exata sensação do que seria viver naquela época. E no meio da turbulência social os excluídos viram o foco. Um drama de um relacionamento de um dia entre uma dona-de-casa e seu vizinho homossexual que mostra de diversas formas como a Itália fascista estava se transformando. A frase do personagem de Mastroianni resume tudo: "Um bom homem deve ser pai, marido e soldado; eu não sou nem marido, nem pai, nem soldado". |
O Concerto (Radu Mihaileanu, 2009) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema Um conjunto de etnias diversas como judeus e ciganos demonstra a atmosfera política em que o filme se insere, a orquestra como uma metáfora da sociedade comunista pela qual passaram seus participantes, onde nada funciona sem a participação e o empenho de todos. A comunicação baseada na música, método universal, é a analogia perfeita. A cena-chave é a relação entre suas transições: a batuta do maestro quebrada e em seguida remendada e a transição mais profunda entre as duas personagens principais na mesma posição: passado e presente. |
Incontrolável (Tony Scott, 2010) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema Ontem fui ver o novo filme de ação de Denzel Washington. É sobre um trem desgovernado e os esforços para segurar o bicho antes que ele destrua alguma coisa. Confesso que fiquei impressionado com a atuação de Denzel no papel de Frank, um condutor de trens de carga que trabalhou a vida toda nisso. Seu sotaque e seus gestos condizem de alguma forma com esse personagem. Já o que realmente faz o filme emplacar são as cenas de ação do último ato. Vemos cortes rápidos e sincronizados o suficiente para que fiquemos tensos na cadeira a cada movimento novo dos personagens. Se você não se importar em esquecer do enredo assim que sair da cadeira do cinema, se trata de ótimo entretenimento. |
Garotas do Calendário (Nigel Cole, 2003) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema Senhoras de meia-idade posam nus artísticos para um calendário a fim de angariar fundos de caridade. O tema mereceria um pano de fundo mais bem tratado, mas uma sucessão de pequenos conflitos que são logo resolvidos e nunca ocupam muito espaço na tela torna a experiência frustrante. |
Elsa e Fred (Marcos Carnevale, 2005) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema A noção de felicidade na sociedade atual acaba se tornando inalcançável. Quanto mais busca-se o mundo ideal, mais perde-se a satisfação do real. Sendo assim, é difícil não se emocionar com a praticidade de Elsa, uma mulher em torno dos seus 80 anos bem vividos que só tem um desejo em mente e que o coloca em prática o mais rápido possível: viver mais, não importando os defeitos e os obstáculos que o mundo real lhe apresenta. Em contrapartida, Alfredo, um recém-viúvo gentil, correto e educado, não tem muitas aspirações na vida a não ser ficar onde está. Lembra de sua ex-esposa pela sua principal virtude: ser organizada. Não seria exagero imaginar que eles viviam cada dia juntos como se fosse o mesmo. Quando esse dois opostos se encontram, o que é mais notável é a rápida transformação de Alfredo. Sempre cauteloso e melancólico no início, a atuação de Manuel Alexandre confere autenticidade nas capacidades de Elsa de renovar o espírito de quem quer que esteja com ela. |
De Pernas pro Ar (Roberto Santucci, 2010) 2025-04-02 v2 miniviews movies cinema A escalada de Alice rumo à sua nova vida dupla de empresária e mãe de família é um apanhado de piadas eróticas e sexistas que divertem mais que seus personagens. Auxiliada pelas opiniões distorcidas de sua mãe e amiga, que dizem que a cama é o convívio central de todo casal que se preze, Alice abraça essa nova obsessão como a solução para todos os males, e tenta com ela restaurar tanto sua vida afetiva quanto profissional. |
Três Homens em Conflito (Sergio Leone, 1966) 2025-03-30 v2 miniviews movies cinema Esse faroeste de Sergio Leone se passa durante a Guerra da Secessão, e por isso mesmo, com muitas pitadas de realismo nas cenas junto dos absurdos hilários a que estamos acostumados em filmes do gênero. E fora os enquadramentos magníficos na maior widescreen que o cinema já teve e que nos submerge nesta realidade agreste. Ao mesmo tempo, a trilha sonora principal de Morricone lembra a de um animal que ouvimos de longe no deserto onde se passa a trama. O uso constante de ângulos inusitados, câmeras giratórias magníficas por todos os lados que fazem rima com a montagem que oscila entre o tenso e o cômico – a atuação de Tuco, uma delícia à parte, com sua ingenuidade e ignorância, mas também maldade e malícia. |
Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (Kim Ki-duk, 2003) 2025-03-30 v2 miniviews movies cinema Kim-Ki-Duk talvez seja o único cineasta capaz de contar essa história sem resistir à tentação das respostas fáceis deste filme simples, mas que você precisa interpretar. E no preciso momento em que o estiver vendo saberá do que se trata, mesmo que ninguém diga. Palavras são inúteis frente a imagens poderosas. A simplicidade está sempre acima do sobrenatural, mas o sobrenatural é o caminho pelo qual nossa percepção dos eventos será guiada. Apenas a identificação do sofrimento humano que universaliza esta parábola sobre a existência. Uma maneira do filme nos aproximar da filosofia budista. Como espectadores não há presente melhor do que um filme que não se explica, tal como a vida, pois é da experiência de assisti-lo que encontramos a paz e a ordem. |
Fôlego (Kim Ki-duk, 2007) 2025-03-30 v2 miniviews movies cinema Quando perdemos o sentido da vida tudo em nossa volta perde junto. Um condenado à pena capital por matar a mulher e duas filhas encontra um eco para o que está sentindo: uma esposa com marido e uma filha. O marido a trai e isso a deixou deprimida ou vice-versa. O criminoso tenta acabar com sua própria vida antes do Estado cumprir com seu dever legal e fica sem voz, literal e metaforicamente. Era apenas o que faltava para esses dois seres encontrarem semelhanças o suficiente para se envolverem. Fôlego não deixa fácil desvendá-lo porque o espectador não deseja, no fundo, fazê-lo. Seria amoral demais encontrar sentido em um assassino de família. Uma esposa insatisfeita em busca de conexão com outra pessoa, com o seu passado, é algo mais mundano e até fácil de se relacionar. |
A Ilha dos Mortos (George A. Romero, 2009) 2025-03-30 v2 miniviews movies cinema Explorando ideologicamente outros temas em volta de zumbis, duas famílias discordam sobre o que fazer com os mortos-vivos. A primeira mata a todos. A segunda os mantém em cativeiro até entender por que querem comer os humanos vivos. Ambos os lados convivem na ilha-título em um tom épico e bíblico, como se houvesse uma filosofia profunda em torno disso. O ser humano aqui não é valorizado; nem os vivos, menos ainda os mortos, que estão disponíveis para aparecerem como alvos das armas mais bizarras e criativas já criadas para matar um morto, como uma salsicha em um garfo. A conclusão pseudo-intelectual é que não importa o lado que estamos: sempre haverá lados que ergueram bandeiras por causas no futuro esquecidas. O que resta é brigar pela bandeira. |
Um Homem Misterioso (Anton Corbijn, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema O tiro que ele dá na cabeça da amante, além de impactante, dá o tom exato da vida desse homem do título, que deve sempre se manter fechado para o mundo, um anônimo eterno. A neurose do personagem é transmitida diretamente para nós, nos deixando em constante tensão. Então nós tentamos, juntando pistas aqui e lá, entender a vida do protagonista até o último corte, que chega a ser poético, pois foca, mas bem de leve, uma borboleta de uma outra cena subindo ao céu, finalmente livre para escolher seu próprio rumo. Um significado inusitado para um filme de matador de aluguel. |
Senna (Asif Kapadia, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema De que são feitos os herois? Como uma pessoa cresce internamente e transparece externamente, ou como alguém que faz a diferença. O que vemos no início do documentário é um ser humano em seu estado latente, habilidoso no que sabe fazer (correr), mas ainda inapto para sobreviver nas agruras do jogo de dinheiro e poder que ocorre na nata da indústria automobilística. O uso da montagem a partir de filmagens de diversas origens, como as câmeras das corridas e videos amadores dos bastidores das equipes faz com que a narrativa adote uma estrutura de mosaico que funciona com uma fluidez admirável, ainda mais ao percebermos que nada daquilo foi produzido para o filme. Um esforço consciente e elaborado em construir ao mesmo tempo a psique do seu personagem-título, acompanhar seus erros e acertos que irão culminar na evolução do seu próprio caráter. É na busca incessante pelos seus objetivos que o documentário converge para drama, que personagem vira protagonista, que protagonista torna-se heroi por uma simples mensagem para levar para a vida: Senna nunca, durante toda a carreira, havia abandonado os princípios que o guiaram do começo ao fim em busca do que faz um verdadeiro piloto, esteja ele onde estiver: correr o mais rápido que puder. |
O Mágico (Sylvain Chomet, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema mostrasp Novo longa de Sylvain Chomet, o mesmo diretor de As Bicicletas de Belleville. Foi baseado em um roteiro de Jacques Tati (do clássico Meu Tio). Um roteiro escrito com pureza no coração dirigido por alguém com o controle do surreal não é bom sinal. A primeira metade é deslumbrante pela direção de arte que compõe quadros inspirados de belas cidades e teatros em que o velho mágico se apresenta. Aos poucos percebemos ser uma comédia baseada em coincidências ingênuas, descobrindo aos poucos a magia daquele pequeno universo criado para contar a história desse mágico decadente e sua fuga da triste realidade que as pessoas não gostam mais de mágicos. Já na segunda metade tudo começa a ficar confuso, pois já não nos interessamos mais pelos personagens que no início nos encantavam. E isso talvez seja, ou não, o reflexo do próprio mágico que as pessoas já não querem mais. |
O Encouraçado Potemkin (Sergei Eisenstein, 1925) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema A intensidade com que a ação no clássico do cinema mudo é filmada faz o filme de ficção se confundir com um documentário em tempo real. A cena da escadaria, como não poderia deixar de ser, é belíssima por resumir tão impecavelmente o massacre dos povos na época czarista, além de explorar de forma tocante o pseudo-documentário pró-revolucionário que Eisenstein nos apresenta. Uma peça digna de ser revista. |
Muita Calma Nessa Hora (Felipe Joffily, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema Mari é constantemente assediada por seu chefe na agência publicitária onde trabalha; cansada de ser confundida com uma mulher fácil, decide não ficar mais com homem nenhum. Tita é a mulher certinha, virgem de um homem só (o marido), mas que encontra seu noivo com outra em seu apartamento e, desacreditada, decide esquecer esse negócio de monogamia e partir para tirar o atraso. Aninha, uma eterna indecisa, já trancou sete vezes a faculdade por nunca ter certeza do que quer fazer; sim, ela concorda com ambas as amigas; ao mesmo tempo. Com uma introdução rápida como nas comédias de televisão e um ritmo eloquente com a juventude das personagens que favorece os diálogos com muitas palavras, Muita Calma Nessa Hora pelo menos não é chato, e até tenta ser diferentão, com trilha sonora e legendas a la Tarantino. É um bom lero-lero de pseudo-conflitos existenciais no saquinho de pipoca. |
Curva do Destino (Edgar G. Ulmer, 1945) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema Um homem que busca se encontrar com sua mulher. Ele vai de carona em carona, de NY para LA. Encontra um homem que morre no carro. Esconde o corpo e encontra uma mulher. Descobrem que o pai do sujeito, milionário, morreu, deixando toda sua fortuna para o filho. Ele acidentalmente a mata com o fio do telefone. Deixando esse passado para trás, o nosso protagonista vaga sem destino. Como um dos primeiros filmes noir, a experiência de Detour é intensa dentro de uma história corriqueira. Dramática em seu âmago, sentimos pelo destino de seus personagens, pois sabemos que, de uma forma ou de outra, não haveria final feliz para eles. A situação vai se complicando aos poucos, até chegarmos no beco sem saída que a vida desse homem simples que não tinha nada de errado começar a desmoronar. Vemos isso com uma grande empatia pelo sujeito, que é um simples mortal sendo levado pela enxurrada de acontecimentos. Poderia acontecer com qualquer um. |
Comer, Rezar, Amar (Ryan Murphy, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema Puro êxtase turístico em um filme que apresenta suas locações com propósitos marketeiros. O máximo que conseguimos extrair dessa experiência é como existem lugares bonitos para conhecer no mundo e como seria bom ter um limite maior no cartão de crédito. O lado espiritual do filme nos mostra o quão valiosas são ações hoje vistas como triviais, e até mesmo como perda de tempo. Vivemos em uma sociedade cujo objetivo é otimizar o escasso tempo em momentos unicamente prazerosos, despidos de significado. A ironia é um filme comercial sobre viagens salpicadas de prazer nos dizer isso. A única parte espiritual, a meditação na Índia, soa como propaganda da nova era. |
Cargo (Ivan Engler, Ralph Etter, 2009) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema mostrasp Começa como Aliens - O Resgate e termina como Matrix. Cai no lugar comum de passeios contemplativos pelo cenário com trilhas sonoras igualmente batidas. O roteiro escrito a 8 mãos – nunca um bom sinal – flerta perigosamente com seus segredos. Uma bela mulher passeando por um campo de trigo. Uma fria e gigantesca nave no espaço vazio. O tédio impera no espaço. Quando não estão congelados para economizar tempo de vida, os passageiros nitidamente passam muito tempo sem fazer absolutamente nada. A única coisa pelo qual esperam é a reviravolta óbvia do filme. |
Bróder (Jeferson De, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema mostrasp O estreante diretor Jeferson De, cuja sessão na Mostra de SP em que estava presente tive o privilégio de participar, inicia com uma grande sequência sem cortes em que “Macu” desce a ladeira de sua casa pelos becos e ruas do bairro; elementos que trazem identidade à vida de classe pobre da capital paulista, como garrafas de cerveja dentro de uma sacola de feira, ou a simpatia de benzedeira. Escolhendo uma fotografia cinzenta para o Capão Redondo e uma coloração mais viva para o resto das locações, a morte no bairro periférico faz parte de uma rotina que não assusta mais seus moradores. Essa história poderia acontecer em qualquer lugar, com qualquer um; ninguém ficou sabendo, e ninguém nunca sabe. |
Atividade Paranormal 2 (Tod Williams, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema Quem nunca saiu sorrateiramente do recinto ao presenciar uma panela caindo inexplicavelmente por duas vezes seguidas? A série Atividade Paranormal se escora no seu gênero fácil de found footage e simplesmente encadeia filmagens realizadas de forma caseira e que relatam acontecimentos verdadeiramente inexplicáveis. Felizmente, o filme alcança pelo menos esse objetivo, e com uma boa tensão e explicações plausíveis, como o espectador moderno gosta. Tendo no início a casa invadida, a família decide instalar câmeras de segurança para sua proteção, em especial do bebê do casal, que adiciona fragilidade e vulnerabilidade ao ambiente. Partindo de uma quase paranoia, essas câmeras espalhadas por toda a casa passarão aos poucos essa sensação para nós mesmos, que iremos tentar dia e noite localizar qualquer fato anormal registrado por elas. Uma câmera caseira, usada quase sempre para gravar os primeiros passos de Hunter, o bebê mencionado, proporciona um pouco mais de dinamismo nas cenas, como quando a mãe filma o quarto, uma cena que inicia pela câmera de segurança e termina comandada por suas mãos. Mesmo com limitações para esse tipo de criação, é um bom sinal que o filme confie na capacidade do espectador de criar as sequências em poucos ângulos. Mesmo que a conclusão dessa história (que não vou revelar aqui) peque pelo excesso, ela consegue convencer ao ponto de encontrarmos ligações com o primeiro filme, em uma espécie de lupa que não aumenta apenas o significado da história, mas a sensação de desconforto em sair da sala de projeção. É o cinema parque de diversões. |
A Suprema Felicidade (Arnaldo Jabor, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema mostrasp Comecemos por Baarìa - A Porta do Vento, de Giuseppe Tornatore, onde o cineasta sacrifica a clareza narrativa em prol de um bem maior: sua visão autobiográfica. Traçando um objetivo similar, o último trabalho de Arnaldo Jabor, depois de mais de vinte anos sem dirigir um filme, emociona mais do que o exemplo italiano mesmo sendo galhofa e um novelão. O seu universo quer soar autêntico, mas o resultado é puro teatro chinfrim, como nas conversas sobre futebol ou o uso de gírias contemporâneas; detalhes que servem unicamente como curiosidade histórica. A Suprema Felicidade poderia muito bem ter sido uma Baarìa nacional, representando no Rio de Janeiro o coração de todos os habitantes do Brasil, mesmo com todos seus defeitos. Mas a rima final que Tornatore aprontou para o filme italiano faz falta no seu irmão tupiniquim, em uma conclusão com cheiro de esgoto carioca da década de 30. |
A Letter to Elia (Kent Jones, Martin Scorsese, 2010) 2025-03-29 v2 miniviews movies cinema As opiniões de Scorsese e Kazan às vezes são confrontadas, como se ambos estivessem tendo um diálogo impossível, como ele mesmo coloca no final. O filme acaba revelando muito mais sobre o próprio Scorsese, sua visão estilística dos filmes do colega e suas motivações como diretor, do que propriamente revelações sobre o destinatário da carta cuja ideia inspirou o filme. No entanto, o quão prazeroso não seria “assistir” cartas entre cineastas talentosos como se fossem cientistas do século 16 trocando impressões sobre a realidade em que vivem. |
Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Oliver Stone, 2010) 2025-03-28 v2 miniviews movies cinema De um lado a narrativa de acontecimentos comuns em crises financeiras listadas uma a uma. De outro, o destino imprevisível dos personagens orquestrado pela teoria do caos. Apresentando o dilema de uma filha que não se decide se gosta do pai, do dinheiro ou de ambos, o filme vai se esvaindo da sua premissa e perdendo seus personagens, também um a um. Resta o documentário de uma crise. |
Tropa de Elite (José Padilha, 2007) 2025-03-28 v2 miniviews movies cinema A história conta sobre o Batalhão de Operações Especiais da polícia do Rio de Janeiro, uma cidade em eterna guerra com os traficantes. Aborda vários esquemas de corrupção e o treinamento dos policiais de elite que integram o batalhão conhecido pela sigla BOPE. Capitão Nascimento, protagonista absoluto, fascista de carteirinha e adorado por todos os brasileiros, demonstra um trabalho denso e coeso de deu performer, o ator esquerdinha Wagner Moura, no que pode ser descrito pela fauna nacional como o maior tiro na culatra que o cinema brasileiro já viu. Uma pessoa de carne e osso, que sofre de estresse, tem problemas na família e tenta fazer o melhor com as armas ao seu dispor. Toda a ação e violência do filme nos remete para este personagem, que encarna de maneira condensadora todas as questões em pauta em um filme tão rico de conteúdo quanto de visões de um mesmo problema. A história narrada em caráter imediatista por seu diretor José Padilha reacende uma velha discussão sobre segurança pública e o papel da sociedade, onde cada ação desencadeia outra. Longe de ser um esquema maniqueista de mocinho versus bandido que gostaríamos que fosse, Tropa escancara um problema no fundo de todos nós, traficantes ou não, policiais ou não, corruptos, certinhos, ricos e pobres. E ao mesmo tempo mostra como é bom dar uns tabefes nessa renca de alienados e meliantes. |
O Último Exorcismo (Daniel Stamm, 2010) 2025-03-22 v2 miniviews movies cinema Um O Exorcista invertido. O padre usa a religião como um meio de ganhar a vida e o pseudo-documentário busca mostrar um exorcismo sendo feito e mostrar como tudo é fajuto. A primeira parte do filme de fato soa mais como um documentário real, mas chegando na segunda ele pressupõe que uma menina está realmente possuída. Porém, nunca revelando um teor sobrenatural de fato, o filme brinca muitas vezes com o improvável sem se revelar forçado. Por fim, era questão de tempo para ele se revelar mais um da série Atividade Paranormal ao exagerar na narrativa e nos efeitos. Os espectadores entraram na sala por isso. Você não entregar geraria a mesma revolta da sessão em que estive de A Bruxa de Blair, onde após a última cena dezenas de pessoas jogaram suas pipocas para a tela. |
Moscou Bélgica (Christophe Van Rompaey, 2008) 2025-03-22 v2 miniviews movies cinema Uma longa história onde veremos, com nossos olhos incrédulos, a maneira deliciosa que a narrativa nos conta a transição improvável de uma mulher recém-separada que está literalmente acabada na primeira cena, no corredor escuro e fechado, vista de alto pela câmera e por nós, fazendo compras no supermercado, e a outra completamente diferente, radiante, caminhando em direção ao nascer do sol do lado dos trilhos, abertos e livres. É o poder do cinema em transformar a realidade de um universo e as pessoas que o habitam com edição, ângulo e luzes. Ah, e atuação. |
Kill Bill (Quentin Tarantino, 2003) 2025-03-22 v2 miniviews movies cinema Quentin Tarantino é um diretor pop e cult, e uma coisa o levou à outra. Sendo sua faculdade de cinema a locadora de filmes onde trabalhava viu o valor dos filmes de artes marciais para a cultura pop e trash dos anos 70 e 80. Se juntarmos ambos os universos teremos Kill Bill, onde o absurdo das situações da história não poderia ser mais estilizado. O início em preto e branco evidencia a crueldade milimetricamente calculada com que A Noiva é almejada, enquanto o uso de anime, além do seu aspecto agressivamente expressivo, explora o absurdo das mortes e do sangue jorrando das vítimas de golpes de espada da futura cena no Japão. Mesmo apelando quase todo momento para a violência, ela é menos visceral que em Cães de Aluguel ou mesmo Pulp Fiction, apesar de aqui também fazer parte da natureza de seus personagens, como demonstrado na conversa sobre Superman – outro momento a pedir carona no pop. Em Kill Bill a ação adquire um tom mais surreal e cerimonioso que os filmes anteriores do diretor, o que lembra mais o estilo oriental. Ele seria uma grande homenagem de quatro horas a este cinema se não fosse por ordens comerciais mutilado em duas partes e lançado em um espaço de meses no cinema. O segundo volume apresenta um gigantesco hiato e destaque para o treinamento da Noiva por Pai Mei, o que será importante para entender toda a ira da assassina profissional quando ela reencontra uma de suas desafetos. |
Baarìa - A Porta do Vento (Giuseppe Tornatore, 2009) 2025-03-22 v2 miniviews movies cinema A história da antiga Itália de acordo com seu biográfico diretor, seu nascimento como fascista, seus movimentos social-comunistas e o seu fim. Tornatore usa a tela inteira para apresentar paisagens de tirar o fôlego, seja da cidade-título quanto os pastos sem fim, resquícios que remetem ao Cinema Paradiso. Uma trilha sonora evocativa, movimentos de câmera circulares, um garoto que vê negativos de filmes de cinema, a figura que sempre fica na praça, o corte de rosto jovem para o mais velho. São tantas semelhanças que viram a assinatura de um cineasta preso em sua nostalgia. Narrado em um ritmo que começa enlouquecedor e aos poucos vai se abrandando, a história possui uma unidade, apesar de fragmentada, e conta a evolução das pessoas, da cidade e do próprio país através dessas sensações, sempre voltando na rua principal e sua praça. A fábula de uma Itália adormecida pela época autoritária. |
400 Contra 1: Uma História do Comando Vermelho (Caco Souza, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema A ideia do filme semidocumental é traçar um paralelo entre os que foram presos defendendo suas ideologias políticas e o bando de criminosos que nasceu, se organizou e se alastrou pelo Brasil. Porém, os detalhes vão aos poucos se tornando enfadonhos, repetitivos e abarrotados de explicações que nada acrescentam. Não há nenhum personagem específico para acompanharmos. O filme também não faz questão de desenvolver algum. A história política e criminosa de um país sem políticos, nem criminosos. Apenas selvagens e a lei. |
Superman: O Filme (Richard Donner, 1978) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema A solenidade com o cartunesco. Cortinas vermelhas na apresentação. Marlon Brando escalado para ser o pai de Deus. Você vai acreditar que o homem voa, usa capa e nas horas vagas é um jornalista patético do Planeta Diário. Seu vilão é um careca brilhante que oscila entre a picaretagem e a megalomania. Os sentimentos de Superman são pessoais, mas indiretamente ele acaba por firmar um pacto com os seres humanos e o seu destino. Uma mensagem de amor e esperança sem religião ou filosofia, mas há algo de divino na interpretação de Christopher Reeve que ecoará para sempre na figura do carismático personagem. Como um filme, complicado de se defender no momento atual e seus efeitos visuais mágicos e o cinismo ao nível estratosférico. Quem defenderá um ser que veste suas cuecas por cima das calças? Esta é uma missão para, e apenas para, o homem de aço. |
Spartacus (Stanley Kubrick, Anthony Mann, 1960) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Kirk Douglas, produtor executivo, substituiu o diretor original, Anthony Mann, após a primeira semana de filmagens, por Stanley Kubrick, futuro diretor controlador e perfeccionista, mas aqui seguindo ordens de Douglas. A mensagem: no fundo, todos são o mesmo escravo. E o personagem de Spartacus existe para imortalizar cada um deles. Tocante e ao mesmo tempo plausível vindo desse personagem que viveu escravo, mas possui o espírito livre. Do outro lado temos Charles Laughton como senador Gracchus, imprescindível para que tenhamos a exata noção do nível de politicagem e do porquê Roma não fazia a menor ideia de onde vinha sua gradual e inevitável queda. |
Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (Hayao Miyazaki, 2008) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema A obsessão detalhista dos estúdios Ghibli em retratar as forças da natureza ao mesmo tempo humanizada e sobrenatural. A produtora japonesa é a mais gabaritada para abordar este tema. No entanto, descrever um universo fantástico e cativante vira um início onde o conflito final é criado como uma mera formalidade que tenta estender uma narrativa simples com desfecho previsível. Diferente de Meu Amigo Totoro, que inverte sua história – a fantasia é mais importante que o conflito real. |
Os Mercenários (Sylvester Stallone, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Uma gangue de atores milionários que em seus devidos personagens unidimensionais lideram verdadeiras operações de guerra por uns trocados. Se como espectador sua obsessão por sangue é estética, sexual ou sádica, esse é seu filme. Porém, deixe os miolos do cérebro fora do cinema; eles podem explodir. |
O Pequeno Nicolau (Laurent Tirard, 2009) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema A fofice que funciona pela dedicação de sua direção de arte em reconstruir a época com um esmero tocante, o seu roteiro que entende a mente das crianças, e o filme também em nossa identificação quase exclusiva com o universo infantil, pois é dali que surgem as melhores piadas. Como O Pequeno Nicolau confia quase cem por cento na identificação do público com uma infância lúdica da escola se torna um sucesso imediato logo na largada. A única preocupação do filme é não errar. O resto se faz sozinho. |
O Golpista do Ano (Glenn Ficarra, John Requa, 2009) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Jim Carrey, Ewan McGregor e até Rodrigo Santoro em personagens que acompanham as personas dos atores, desafiam a realidade dos eventos e até alguns fatos em torno da figura (real) de Phillip Morris. Atuações convincentes e uma trama que nos leva ao ápice da malandragem do que deveria ser uma comédia (certo?). E, sim, a vida real desses três sujeitos é uma comédia, mas definitivamente eles possuíam poucos momentos para rir de si mesmos. Apenas o público do cinema tem o privilégio de rir de atuações tão densas quanto ridículas. |
O Escritor Fantasma (Roman Polanski, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Um thriller onde desvendar o mistério da trama envolve recriá-la gradualmente em uma série de passos sutis, mas consistentes, que revelam em seu momento final um mosaico diferente na mente de cada espectador. A trilha sonora do começo usa sons que lembram buzina de carro (e estamos justamente na parte em que os carros tentam sair da balsa), um simples esquilo revela uma informação vital em um único quadro, a ausência de um automóvel é o que dá tom a uma perseguição e por fim, claro, a brilhante sequência do bilhete indo de encontro à primeira-dama, um dos melhores momentos no cinema naquele ano. |
Mary e Max - Uma Amizade Diferente (Adam Elliot, 2009) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Tudo em Mary & Max é construído para responder com uma ingenuidade imbatível a pergunta mais fofinha de um melancólico drama: o que é a amizade? Habitantes cada um do seu mundinho particular e distante, as cores dos dois amigos não se misturam, suas músicas possuem diferentes tons, suas idades são incompatíveis (o futuro de Mary é do mesmo tamanho que o passado de Max). Mesmo assim há algo que os une e a todos nós de uma maneira indissociável e misteriosa: a solidão e a troca de suas fascinantes descobertas no decorrer de suas tristes vidas. Presos ou na infância lúdica em suas dúvidas e descobertas, ou na velhice autista em seus pequenos desafios do dia-a-dia, as confissões entre esses dois seres tão díspares flui de uma maneira admirável graças à direção precisa de Adam Elliot que com a ajuda de seu montador Bill Murphy combinam luz (Gerald Thompson), som (Dale Cornelius) e uma arte (Craig Fison) em stop motion em sincronia com os sentimentos dos seus personagens. E a narração onisciente de Barry Humphries, que lê a troca de cartas de uma forma empolgante, quase como se conhecesse a fundo cada uma dessas almas separadamente e fizesse de tudo para juntá-las em assuntos comuns. Depois de nos conquistar completamente com personagens tão verossímeis quanto atores de carne-e-osso em um drama live action, tem a proeza de criar momentos tensos e dramáticos entre os dois mesmo mantendo a distância física que os separa. Mary & Max não consegue explicar do que são formadas as amizades, mas consegue descrever com perfeição a amizade desses dois, o que já vale por todos nós. |
Homem de Ferro 2 (Jon Favreau, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Ele voa em um robô de ferro. Se eu fosse um garoto, não precisaria de mais nada para adorá-lo. A escalação de Robert Downey Jr e sua consolidação de Tony Stark como um dos principais garotos-propaganda da Marvel, usado para inserir novos personagens secundários, não poderia ser o melhor golpe de sorte que a produtora teve em seu início. E digo sorte porque ao ver os inúmeros trabalhos mornos e esquecíveis que se seguiram não é possível pensar em genialidade quando se fala de uma máquina cinematográfica cuja função não é a visão artística de super-herois idealizados dos quadrinhos para as telonas, mas simplesmente uma máquina de ganhar dinheiro, que converte fan service e efeitos visuais em bilheteria. Todos os momentos interessantes de seu universo cinematográfico são uma feliz e passageira coincidência. Neste segundo filme temos tudo o que iremos mais ou menos rever nos próximos vinte. Ele expressa a dualidade entre realismo e quadrinhos, favorece um roteiro menos ambicioso e mais burocrático, tira arqui-inimigos ressentidos da cartola, resgata o passado do protagonista com seu igualmente gênio pai (e o desafio edipiano de ultrapassá-lo em genialidade). Há tensão sexual entre heroi e mocinha facilmente quebrada pela época imediatista onde todos devem se beijar. Enfim, todo o roteiro dos próximos filmes já está aí. O resto é mudança do marketing que clama por mais ajustes vindos do feedback da crescente base de jovens fãs, muito poucos leitores dos originais. |
Big Stan Arrebentando na Prisão (Rob Schneider, 2007) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Se algumas pessoas possuem preconceitos (bobos) de não ver Rob Schneider atuar, o que diriam a respeito de um filme em que ele não apenas atua, como dirige! E o tema do abuso sexual que o personagem irá sofrer ao ir para a cadeia ganha uma participação no enredo que preenche quase metade do filme. É de certa forma notável o esforço de Schneider em alterar seu personagem do início, um milionário fresco, para o Big Stan do título que chega na prisão com uma autoestima bem melhor. O caminho para se chegar a esse momento é que é de gosto duvidável. |
Almas à Venda (Sophie Barthes, 2009) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema A diretora e roteirista estreante Sophie Barthes tenta usar o conceito de alma mais ou menos como um órgão transplantado, cuja função é potencializar áreas na vida em que se é um zero à esquerda. A piada do filme, assim como Quero ser John Malkovich, é colocar um ator da vida real como personagem de uma história fictícia. Aqui Paul Giamatti interpreta… Paul Giamatti! Ele está com problemas com uma nova peça e resolve trocar de alma por uma que favoreça sua atuação. O filme ganha ritmo ao pelo menos tentar explicar como funciona a extração e o transplante de almas, mas falha em desenvolver. A forma como a alma é tratada implica em como tratamos coisas de hoje em dia de maneira completamente banal. Esta é a segunda parte da piada. Considerada algo inviolável, sagrada, logo fica bem óbvio que ela passa a ser mais um simples órgão, ou o que o valha. “Até que ponto chegamos”, exclama o ator, no que o Dr. responde "é a tecnologia, seu avanço", como se a extração de almas se resumisse apenas em um como, nunca um porquê. |
Alice no País das Maravilhas (Tim Burton, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Podemos nos divertir nessa festa inicial no mundo real ao encontrarmos características dos personagens que irão ser comparáveis ao mundo fantasioso que Alice está prestes a conhecer, o que é um dos poucos pontos originais e interessantes desta irreverente história conduzida pelo seu diretor dark Tim Burton. As informações visuais do filme é que contém as mensagens mais poderosas, mais inclusive que seus corriqueiros diálogos. |
A Origem (Christopher Nolan, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Christopher Nolan era especialista em traduzir do roteiro para o espectador as experiências de seus personagens na tela. Por exemplo, em O Grande Truque os movimentos são tão ágeis que se assemelham a um número de mágica bem conduzido. E em Amnésia não há possibilidade de assistir sem se sentir perdido nas memórias como o protagonista. E aqui há um exercício narrativo que consegue unir todas as ideias modernas a respeito dos sonhos, mas que ao mesmo tempo se deixa levar pela metalinguagem e faz uma sutil homenagem ao próprio Cinema. Enquanto uma van capota com todos seus passageiros dormindo, uma viagem psicodélica em torno da noção de gravidade é embutida no subconsciente. Os personagens trágicos de A Origem, principalmente seu protagonista (Leonardo diCaprio) acabam emprestando um pouco do clima noir, pois seus futuros são sombrios graças ao passado sem volta. Revisto de tempos em tempos, este filme irá se mostrar muito mais rico do que apenas mais um filme de ação. |
A Lenda dos Guardiões (Zack Snyder, 2010) 2025-03-20 v2 miniviews movies cinema Um Ratinho Despereaux com asas e um pouco mais de ação e lindas fotografias de cenários em que é abundante a luz, seja da Lua ou do Sol. No meio de uma guerra ainda não declarada entre diferentes espécies de aves iremos conhecer a história dos dois irmãos que estão começando a se aventurar fora do ninho e seguem caminhos diferentes: um sonha com as narrativas épicas de uma espécie que dizem existir além-mar, e o outro segue o caminho das corujas nazistas. Um caráter adulto de um filme que ainda não amadureceu a ponto de contar uma história de verdade. |
A Menina Sem Mãos (Sébastien Laudenbach, 2016) 2025-03-08 v2 miniviews movies cinema Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm resgataram a origem das línguas germânicas e fundaram o estudo organizado de linguística. Coletaram a cultura e o folclore desses povos, suas crendices e valores, estruturadas em contos passados oralmente de geração em geração. Este filme é baseado em um desses contos, de difícil interpretação no mundo moderno e com uma história bruta, não-polida, que carece de sutileza e que reflete a essência desses contos antigos. Visualmente usa uma mistura entre rascunho e sombras, onde os traços marcam a presença de espírito, e a alma se mistura com as sombras, que são coloridas e mudam conforme o temperamento ou o valor dos elementos no processo (os demônios sempre de preto). Os personagens são irrelevantes, casa um receptáculo de um conceito. São os antepassados do que seriam os estereótipos. |
Preso na Escuridão (Alejandro Amenábar, 1997) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema O clímax dramático deste tenso drama latino é a cena na cama entre os dois personagens principais, que funciona como uma lenda de Narciso às avessas, pois a impotência do rapaz de conseguir fazer sexo com a pessoa que o atrai vira reflexo de sua própria incapacidade de obter sua beleza original de volta. Os reflexos dessa incapacidade permeiam o filme. Um remake americano – Vanilla Sky – foi produzido com Tom Cruise e igualmente Penélope Cruz, que repete seu papel. |
Olhando Para As Estrelas (Ale Peralta, 2016) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Um filme sobre a capacidade de meninas cegas bailarinas. Elas gostariam de ser independentes, mas nem sempre as calçadas possuem aviso de travessia. Uma cartilha burocrática dá o tom ao documentário, mas o mais impressionante são as lições de balé, que se baseiam no toque e na repetição. As garotas possuem pessoas bondosas e dedicadas em volta, como uma professora, um coreógrafo e dançarinos. Esta é a única instituição voltada para o ensino de balé para cegos no mundo. Isso não impressiona, mas faz pensar o quão mais longe cada ser humano consegue ir, dada a oportunidade certa. |
No Impact Man (Laura Gabbert, Justin Schein, 2009) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema Uma breve e desbaratinada reflexão se o que fazemos no dia a dia pode impactar a nossa breve estadia neste planeta. Sem cogitar as razões da por trás desse maluco que quer voltar a viver como 100 anos atrás, o efeito mais interessante de filmes como esse é observar os espectadores que o levam a sério. |
Nise: O Coração da Loucura (Roberto Berliner, 2015) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema Tempo de Despertar brasileiro em um passeio delicioso pelas possibilidades da mente e da comunicação humanas é frustrado por um panfleto anti reacionário bobo com berros autoritários de um ufanismo socialista necessário para conseguir verba de produção do cinema nacional. |
Branca de Neve e o Caçador (Rupert Sanders, 2012) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema Uma versão mais épica do popular conto dos irmãos Grimm, tenta focar exatamente nas duas figuras femininas: a linda jovem que é perseguida pela rainha má, Charlize Theron, que consegue sugar a atenção do público com relativo pouco tempo de tela nesta empolgante releitura. |
Bartender (Araki Jô, 2006) 2025-02-19 v2 miniviews animes cinema Uma farsa de diálogos manjados, a atenção aos detalhes desta animação espirituosa sobre bebidas nos faz esquecer o maniqueismo. A mesma dinâmica se repete a cada episódio: o personagem-título prepara uma bebida que harmoniza com seu cliente. A magia na construção de um drinque é resgatada ao estilo enciclopédico. |
Alphaville (Jean-Luc Godard, 1965) 2025-02-19 v2 miniviews movies cinema Filmes do Godard são sempre uma experiência. Se são boas ou más experiências é irrelevante. Cinema de arte não deve ser julgado. Especialmente quando se está dormindo na sala. Três ou quatro falas e cenas poderosas estão espalhadas na história onde tiroteios e perseguições parecem arquitetadas por uma criança de 10 anos. Tudo é proposital, claro. O diretor domina a linguagem cinematográfica e a subverte pelo bem de atacar a lógica burguesa. No mundo distópico do filme mulheres são catalogadas por nível de sedução, e é essa uma de suas principais funções. O cara se apega pela filha de um amigo que se perdeu nesse mundo. Ninguém pode culpá-lo, ela é uma belezinha. Mas para olhar para as pernas dela, precisamos ficar ouvindo aquele blá blá blá filosófico de filme francês. |
O Homem da Máfia (Andrew Dominik, 2012) 2025-02-12 v2 miniviews movies cinema A manutenção da confiança no sistema ilegal de jogos de azar traça um paralelo direto com a crise econômica nos Estados Unidos em uma adaptação de livro de máfia que tem prazer em ruminar sobre a psicologia dos seus criminosos do que a ação em si, que existe, mas pontualmente, em uma intensidade além do prazer estético Tarantinesco. |
O Que Arde (Óliver Laxe, 2019) 2025-02-10 v2 miniviews movies cinema cinemaqui O sentimento profundo de uma floresta ser devastada pelo fogo é o chamariz inicial de um filme para sequestrar nossa atenção não pelos seus personagens, mas aspectos mais coletivos do ser humano, como a moralidade e o viver em sociedade. |
Meio Grávida (Tyler Spindel, 2025) 2025-02-10 v2 miniviews movies cinema Piadas ágeis em formato dinâmico me fizeram relevar a linguagem mais recente do cinema, desse pessoal jovem. É engraçado. Assisti dublado e não me arrependo. Filme para não pensar muito. O jeito que a heroína usa a barriga é visceral. |
Intruso (Garth Davis, 2023) 2025-02-10 v2 miniviews movies cinema Assisti por recomendação do meu amigo, então sentia que haveria uma reviravolta. Só que ela não chega e o filme estica e você começa a duvidar sobre o que é o filme. Quando finalmente surge a reviravolta as peças se encaixam em dois relacionamentos que servem de espelhos da alma de cada um, o que é triste e doentio. Melancolia sobre o amor na carona de temas recentes. O nome no Brasil não é muito bom. Chamaria de Amor Rival. |
Casamentos Cruzados (Nicholas Stoller, 2025) 2025-02-10 v2 miniviews movies cinema Eu gosto tanto de Will Ferrell quanto de Reese Whiterspoon, mas dessa vez eles estão em um roteiro fraco, infantil. Tenta ser sobre sentimentos maduros, mas acaba sendo só pela carência de cada um em não se encaixar mais no que seria uma família, seja tradicional sulista ou pai viúvo. A química entre os dois nunca funciona. |
Os Miseráveis (Tom Hooper, 2012) 2025-02-05 v2 miniviews movies cinema Baseado em uma peça musical baseada no clássico literário de Victor Hugo, a história se passa na França pós-revolução e é o encontro de seus diversos personagens. Um musical sem dança e uma trama com o estilo de opereta e fundo pintado, secundário. Tudo que não contribui para mover a história tem o dobro de duração. A batalha entre os jovens revolucionários e os soldados, forte apenas pelo seu simbolismo, perde a mão na indecisão do diretor Tom Hooper, que consegue a proeza de suavizá-la mesmo com a morte de uma criança. O elenco está empenhado em resgatar o filme do desastre de direção para que o estrago não seja irreparável. |
Eu Estava Justamente Pensando em Você (Sam Esmail, 2014) 2025-02-05 v2 miniviews movies cinema cinemaqui O amor está no ar, mas seus portadores estão com dúvidas existenciais, são espertos demais para senti-lo ou sofrem da doença do século: ansiedade. Primeiro filme do criador de Mr. Robot (antes mesmo da série), é esperto em utilizar mecanismos do Cinema como truque de metalinguagem ou ingênuo em achar que o público-alvo dessa comédia romântica racional irá adorá-lo pela sua pseudo-intelectualidade. De uma forma ou de outra, se torna uma experiência divertida como exercício. Mesmo que o público ignore as bases dramáticas de seu heroi narcisista e encare o final como feliz. Sinto ecos agora daquele filme de Kaufman, Estou Pensando em Acabar com Tudo. Sessão dupla? |
Como Vender Drogas Online (Rápido) (Lars Montag, 2019) 2025-02-05 v2 miniviews series cinema Feito para sequestrar a atenção da geração X conta a história do Zuckerberg da Alemanha que resolve vender drogas na dark web por um motivo bem óbvio: buceta. A trama tem cara de novela, como um triângulo entre a mina, o nerd e o rico bonitão. O design visual cria detalhes que serão usados em material de mais qualidade, como a pausa para carregar um vídeo que travou. A tentativa de captar a atenção da geração Z faz a geração W pular logo para o final. Devo ter assistido dez minutos. |
Black Mirror: Fifteen Million Merits (Euros Lyn, 2011) 2025-02-05 v2 miniviews series cinema Pincela uma realidade quase opressora se não fosse uma rotina adaptada para os que lá vivem há muito tempo. Quando o heroi questiona o sistema questiona nossa própria realidade. Uma virtude presente apenas nas ótimas ficções científicas. Essa mais próxima do nosso presente do que nunca. |
Grandes Hits (Ned Benson, 2024) 2025-01-30 v2 miniviews movies cinema A menina viaja no tempo quando escuta uma música que ouviu pela primeira vez com o namorado morto. Ela está obcecada há dois anos em tentar salvá-lo. Surge um japonês fofinho como interesse amoroso e para a cota dos amarelos imigrantes nesta simpática seleção de músicas de apaixonadinhos onde iremos passar duas horas agradáveis. |
Os Safados (Frank Oz, 1988) 2025-01-28 v2 miniviews movies cinema Steve Martin e Michael Caine estão impagáveis nesse filme antigo dos anos 80 de onde tenho memória de alguns flashes. Um filme de golpe que perde um pouco de ritmo lá para o final, mas antes admiramos a dinâmica entre Martin e Cane brincando de gato e rato em uma luta desleal pelo troféu não oficial de golpista da Riviera Francesa. Se você se entreter demais com o filme, a reviravolta final lhe dará dores de cabeça. Felizmente naquela época os finais não precisavam ser explicados, deixando um mistério simples e previsível no ar. Dirigido por Frank Oz, o mesmo do universo dos Muppets. |
Matador (Pedro Almodóvar, 1986) 2025-01-28 v2 miniviews movies cinema Este Almodóvar pode ser considerado clássico, pois contém todos os elementos que marcaram seu estilo e que faz parte do repertório decorado de seus fãs. Além disso, apresenta um elenco honesto em participar de uma história semicrua em uma versão que está em construção. É o refinamento do um diretor em treinamento, que não conseguiu mesclar os assuntos de assassinato e touradas a ponto de não ser apenas uma brincadeira. A dupla de assassinos é profissional demais para não serem confundidos com personagens de novela, mas Antonio Banderas vive um de seus melhores papéis como um lunático vidente sensível. |
O Jovem Frankenstein (Mel Brooks, 1974) 2024-12-28 v2 miniviews movies cinema O diretor piscando para nós a todo momento, ele que junto do ator Gene Wilder roteiriza e executa a história do neto do famoso Frankenstein em um filme p&b, uma pintura representando o castelo, letreiros antigos e uma trilha sonora inspirada. Um complemento cômico da obra original, pois não a denigre, mas a reinterpreta para o humor. Gene Hackmann faz uma ponta imperdível na sequência entre o monstro e um cego do vilarejo. |
Capote (Bennett Miller, 2005) 2024-12-28 v2 miniviews movies cinema Philip Seymour Hoffman vive o dramaturgo Capote com sua característica voz e seu jeito afetado que tinha o poder de inibir as pessoas ao redor. O personagem irá viver cinco exaustivos anos documentando a biografia de um assassino de sangue-frio, mas sua curiosidade fala mais alto. O roteiro adaptado de um outro trabalho literário exalta como as formas se transformam ao longo do tempo (de livro para livro para filme) em um drama denso sem interpretação simples. |
Amazing Grace (Alan Elliott, 2018) 2024-12-28 v2 miniviews movies cinema mostrasp cinemaqui Se Deus existe a porta-voz é Aretha Franklin. Este é o resultado das horas gravadas de duas noites em uma igreja em Los Angeles em 1972 e por problemas técnicos apenas lançado recentemente na Mostra de SP. Franklin é a personagem divina que canta Gospel em níveis nunca antes ouvidos. Não são músicas famosas para quem não é evangélico, talvez nem sejam tão boas assim. Ainda assim ela transforma em um dos melhores álbuns que já se viu e ouviu, comprovando que músicas são detalhes para grandes cantores. |
Você Nunca Esteve Realmente Aqui (Lynne Ramsay, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Uma mistura de diferentes obras, passando por Psicose, Taxi Driver e Drive, atualizada e que sintetiza uma obra original, sagaz e pertinente sobre uma camada inconsciente que existe hoje em dia e é crítica para sobrevivermos como sociedade: ninguém realmente liga para o problema dos outros. Uma expansão da violência urbana com tons extremamente gráficos, mas que choca mais ao não mostrar o que imaginamos. |
Vingadores: Guerra Infinita (Anthony Russo, Joe Russo, 2018) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Mega-produção dos estúdios Marvel, que vem fechando uma saga iniciada 10 anos atrás com Homem de Ferro (2008). Juntando os universos de todos seus personagens que habitam um mundo fantasioso onde super-heróis com super-poderes é algo relativamente comum, este é um filme único, pois diferente de outros filmes que encerram uma série, ele encerra várias delas. Quer dizer, encerrar é forçar a barra, já que ele assume de uma vez por todas que não existem mais filmes completos nesse sub-gênero de poderes e magia, mas apenas novos episódios de uma série que tende a continuar para sempre. Se isso é algo promissor ou não veremos, mas é algo inédito até o momento, e experimentos na sétima arte são sempre bem-vindos. Especialmente se outros se dispõem a arriscar centenas de milhões de dólares para isso. |
Os Fantasmas de Ismael (Arnaud Desplechin, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Há aqui um trabalho quase experimental, mas que é feito de maneira comercial, em uma produção francesa de respeito. O filme não tem respeito por espectadores preguiçosos, que se negam a pensar, o que é uma ótima notícia. Não é perfeito, mas é interessante para refletir a respeito até da sua própria imperfeição e como muitas vezes o processo criativo foge do controle de maneira insustentável, ainda que ecoe eventualmente em nossas memórias. |
O Animal Cordial (Gabriela Amaral, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Um terror psicológico feito em terra brasilis do começo ao fim. Os atores estão praticamente possuídos, assim como a câmera, que vai observando o caos ir tomando conta de um restaurante em fim de noite. Nossa percepção do que é aceitável vai se alterando durante o trajeto, e pensamentos sobre moral e ética surgem no meio de uma espécime do gênero slasher. Quem consegue isso tudo junto merece um pouco de respeito. Sendo uma produção brasileira, então, merece considerações em dobro. |
Djon Africa (João Miller Guerra, 2018) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui A pegada naturalista, quase um documentário, que dá autenticidade à ficção. A paisagem vira parte integrante dessa aventura além-mar, quase como uma figura da natureza. O curioso é que paradoxalmente o protagonista passa a importar menos que as situações vividas. Uma revisita admirável pelas origens de um povo, sua terra, sua cultura, sua língua. E as origens não param no ser humano, mas ecoa por toda nossa linguagem de mamíferos e répteis. Uma mensagem otimista feita pelo universo endereçada para o universo. |
Ciganos da Ciambra (Jonas Carpignano, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Um experimento que arrisca utilizar toda uma família (real) de ciganos alocados em uma periferia de uma grande cidade da Itália para contar uma ficção que flerta com a realidade dessas pessoas. E se sai maravilhosamente bem. Ele é tenso, mas ao mesmo tempo solto. Ao mesmo tempo ele caminha com competência em uma narrativa simples, mas eficiente do começo ao fim. Ele fica no lugar de Lazzaro Felice porque diferente do vencedor de melhor roteiro em Cannes este é um filme mais incisivo em vez de simbólico, além de não ter ambições tão grandiosas quanto unir religião e ideologias sociais, algo que soa bizarro (embora eficiente) em Felice. |
Arábia (João Dumans, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui O épico do trabalhador comum, anônimo, se esse trabalhador conseguisse colocar tudo que sente e percebe no papel e se este trabalhador saísse do imaginário de Karl Marx e da elite que assim o idealiza. Sua filmagem é tão sutil que ela parece uma fina camada estética que se ergue em torno de um ideal de documentário travestido de ficção. Essa linguagem com não-atores tem ganhado ótimos trabalhos atualmente e 2018 com certeza não é exceção. Há, também, por exemplo: |
A Rota Selvagem (Andrew Haigh, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Um filme sobre a descoberta de um jovem pela vida adulta que ganha contornos de épico contemporâneo graças à sensibilidade do tema, que passa por criação de cavalos e a empatia, companheirismo e compaixão que surge, e que termina em uma espiral de vida real e bruta. Um dos melhores trabalhos americanos sobre o tema. Maduro, realista, visceral e que vai até as últimas consequências, ganhando no processo uma profundidade raramente vista em trabalhos dramáticos como esse. |
A Garota na Névoa (Donato Carrisi, 2017) 2018-12-31 v2 miniviews movies cinema cinemaqui Um filme que surgiu de um roteiro que foi rejeitado, virou livro de sucesso e por isso foi novamente adaptado para as telas. Tudo pelo seu criador. Se trata de um policial que discute sobre policiais, envolvendo uma trama que entretém ao mesmo tempo que nos faz pensar sobre a linguagem. É um trabalho de peso, com poucas falhas, e que nos faz revirar nossas percepções do que é real. Se trata da trama pela trama, em um trabalho exemplar de sub-gênero independente. E por falar em exercícios de metalinguagem: |