# Cronogramas baseados em fatos reais
Caloni, 2011-06-04 [up] [copy]Já falei sobre cronogramas por aqui e tudo que disse ainda se aplica. Contudo, comentei brevemente sobre entender seu próprio ritmo, que, instintivamente, sabia ser verdade. Depois que li um pouco mais sobre técnicas XP/Scrum (que nada mais são do que formalizações do que os programadores Agile perceberam no decorrer dos seus projetos) achei uma fórmula simples para transformar o tempo estimado em tempo realista.
Vejamos o texto original (auto-plágio):
Regra # 5: não inclua o ócio no cronograma
Seja honesto consigo mesmo e com seu chefe: você realmente trabalha 8 horas por dia? É lógico que não! E não é nenhuma vergonha admitir isso. Todos nós temos emails para ler e responder, reuniões para presenciar e bloques importantes para acompanhar. Portanto, ignore essa conversa fiada de 8 horas e admita: não se deve contar os dias como se eles tivessem 8 horas.
Qual o valor de um dia, então? Cada um sabe o valor que deve ser decrementado desse valor simbólico de 8 horas, mas esse valor sempre será menor. Não se iluda!
Exatamente. Não se iluda! Isso tem seu reflexo na metodologia Agile. Basicamente quer dizer que você precisa aplicar índices que reflitam a realidade do seu próprio ritmo. Além disso:
Regra # 4: uma tarefa estimada é uma tarefa completada
É muito simples ilustrar e entender esse conceito com código. Voltando ao caso da função, digamos que você consiga terminar a bendita função em exata uma hora. Você é bom, hein?
Porém, essa função ainda 1) não foi comentada, 2) não foi testada e 3) não foi testada em release.
Logo, essa é uma tarefa em que você termina o mais importante em uma hora... mas não termina tudo. Deve-se sempre considerar a tarefa por completo, pois no final de quinze tarefas vai faltar comentar e testar tudo isso, o que aumentará consideravelmente a imprevisiblidade no seu cronograma.
O que, novamente traduzindo, é mais um indicador a ser aplicado sobre seus números.
E o que são seus números?
Basicamente, o que a própria metodologia ensina: meça o esforço necessário para fazer código (mas é pra isso mesmo que somos contratados, não?) como se pudéssemos programar por todo esse tempo sem parar por um momento sequer (mesmo que sejam dezenas de horas). Lógico, aprenda a dividir o esforço em pequenos passos, mas estime o tempo considerando APENAS o esforço de fazer o código.
Pronto? Agora é hora de aplicar os indicadores.
Mais uma vez, admita: programadores raramente conseguem manter o foco por muito tempo. São pessoas ao redor te desviando a atenção, o tweet que salta de uma janela ou até mesmo as necessidades orgânicas que todo ser humano tem. São elementos, enfim, que, em conjunto, nunca te possibilitarão ter 100% do foco durante todo o trabalho.
Portanto, criemos um indicador: foco. Ele é um valor entre 0 e 1 e estima a porcentagem de foco que você consegue obter, em média, durante o dia. Por exemplo: eu consigo me focar 70% do dia inteiro em apenas codificar e o resto é perdido em reuniões e e-mails. OK. Esse número é, então, 0,7. Aplique sobre seu total de horas e terá o tempo real para codificar a tarefa:
Levarei 35 horas para codificar todo o processo de autenticação por reconhecimento de face, trabalhando sem parar.
35 / 0.7 = 50
No entanto, como consigo apenas 70% de foco em média, sei que essa tarefa irá levar 50 horas na verdade.
Já temos o tempo para o código ficar pronto, mas... é apenas código. Temos que reescalonar o tempo do projeto inserindo testes, retrabalho, comentários e documentação. Tudo ainda nas mãos do programador, que está ainda "aquecido" e que pode resolver retrabalhos em questões de segundos, se ninguém mais passar nada pra ele.
Mesmo assim,é um indicador importante. Sem ele, a qualidade do serviço final fica muito restrita e sensível a testes de caixa preta, gerando a revolta da equipe de testes.
Vamos supor, então, que, historicamente, essa fase tem sido, digamos, 20% do período de codificação (um chute bem otimista). Agora é fácil dizer o tempo final:
Levarei 50 horas para codificar tudo considerando o quesito foco.
50 * 1,2 = 60
Porém, para poder entregar, preciso dedicar cerca de 20% aos testes, retrabalho e uma documentação mínima. Nesse caso, 60 horas é o prazo de entrega.
_Note que, se quiser, pode fazer a análise contrária também, tanto de um quanto de outro. Assim, se geralmente você gasta 20% a mais na codificação do que estima, então use o fator foco como 1.2 e multiplique em vez de dividir. Da mesma forma, se codificar é 60% de todo o trabalho, o fator finalização é 0.6 e deve-se dividir as horas pós-indicador de foco._
O número de horas ficou muito maior que o esperado? Não me admira que os projetos geralmente atrasem, então. Por pior que pareça o cálculo final, ele foi construído com base na realidade. E não há nada melhor do que nos basearmos na realidade para estimar seriamente o quanto pode custar à empresa um projeto qualquer.
Quando se fala de X-Men no cinema é sempre bom relembrar que uma ficção científica, assim como qualquer filme, é um documentário da época em que foi filmado. No caso do gênero Sci-Fi, as liberdades são significativamente maiores, e por isso mesmo permitem alegorias/caracterizações que nos levam a viajar para outro universo e debater temas tão presentes no mundo de hoje quanto o preconceito e a intolerância.
Indo a fundo nessa premissa, a intolerância da sociedade é o que une todos os mutantes do filme, que se consideram iguais por estarem na mesma posição de terem que lidar com esse preconceito. Toda essa angústia é demonstrada no filme tanto do lado dos que sofreram violência por conta disso (Magneto) quanto os que conseguiram se inserir discretamente na sociedade (Xavier). A ponte entre esses dois extremos (Raven/Mística) é o verdadeiro arco dramático que enche de lágrimas qualquer apreciador da sétima arte.
A abordagem inicial da história de Erik é primordial no sentido que apenas sabendo (visualmente) o que ele passou podemos entender o personagem dramático e angustiado que viria a ser Magneto, e sem esse início seria impossível a nossa identificação do seu drama, que por sua vez nos faz entender a fundo a causa que defende, implicando, de uma maneira assustadora, que seus argumentos tenham mais lógica até mesmo que o pacífico, e até certo ponto, ingênuo, Xavier. Igualmente compensadora é a química que existe na relação entre os dois, e que é vital na evolução tanto de ambos quanto do grupo que se forma em torno de suas influências.
Porém, X-Men - Primeira Classe, além de conter internamente um tema filosófico fascinante, é também um filme movimentado, e o diretor de Kick Ass sabe como empregar o ritmo adequado a cada cena, investindo em composições puramente físicas, mas que denotam ao mesmo tempo o comportamento de seus personagens. Um filme onde até uma simples moeda é, ao mesmo tempo elemento de uma elegante transição e de vários cortes em sincronismo ritmado, não existem limites para a criatividade do seu idealizador.
Por conta disso é uma diversão intelectual à parte descobrir como cada um dos poderes dos mutantes será usado para resolver cada situação que se encontram, ao mesmo tempo que dá a correta impressão que os mais experientes conhecem muito bem os dons com que nasceram. Xavier, por exemplo, consegue empregar os meios mais criativos a cada novo desafio, como enganar a mente de um grupo de soldados ou forçar pessoas a concordarem com ele.
Da mesma forma, a física nas cenas de ação oscila moderadamente entre o real e o estético, provando-se extremamente eficiente em seu lado ambíguo de se manifestar em composições de quadro memoráveis, como, por exemplo, quando um certo personagem sai voando sobre a água. Até mesmo a já quase-batida estética de quadrinhos é usada de forma orgânica e funciona em momento oportuno.
Se por um lado a trilha desponta timidamente em uma tentativa de criar um tema musical para o grupo, a Direção de Arte acerta em vários pontos, como ao encarar o tom futurista dos anos 60 sob a ótica da mudança que está ocorrendo, e nesse ponto a existência dos X-Men é organicamente inserida. Igualmente inteligente o fato de estarmos na Guerra Fria e detalhes como o campo de pesquisa paranormal é explicado pela própria realidade da época.
Dessa vez, até o uso dos tradicionais uniformes consegue resgatar uma referência dos quadrinhos sem parecer cafona (pelo contrário, além de existir uma explicação para seu uso ainda serve como uma curiosa referência inversa, quando, no primeiro filme, ouviremos Wolverine citar os agora conhecidos uniformes amarelos).
Ao expandir o universo criado pelos três primeiros filmes, o uso discreto e moderado das referências à obras anteriores é uma recompensa aos apreciadores das obras anteriores, independente do nível de conhecimento que este tenha sobre o universo dos quadrinhos.
E ainda que estejamos revisitando personagens já conhecidos, a maneira muito mais rica de apresentá-los sob um contexto histórico torna-os ainda mais interessantes, pois sob o pano de fundo da ação bem conduzida temos aqui personagens cujas motivações muitas vezes são díspars e multifacetadas, criando sempre uma rica discussão sobre o destino dos mutantes no mundo dos humanos, o que praticamente abre um leque infinito de possibilidades de continuações e uso de novos personagens para representar cada nuance desse mundo.
O exemplo de Fera é icônico nesse sentido. Fruto de uma transformação que usa as mesmas peculiaridades visuais do clássico Dr. Jekyll e Mr. Hyde, ele não chega a ser uma caricatura desses personagens, mas uma das tantas brincadeiras que existe no mundo dos mutantes. Em comparação com noturno, que possuía um lado religioso ao mesmo tempo que tinha a aparência de um ser demoníaco, Fera por sua vez possui uma feição bestial e ao mesmo tempo é o mais inteligente dos X-Men.
Porém, a personagem mais fascinante dos personagens secundários acaba sendo Mística, que, vivendo sempre sob a visão conservadora e pacífica de Xavier, não reluta em assumir suas diferenças perante a sociedade e erguer a bandeira do orgulho mutante (e mutante aqui, é importante notar, pode ser substituído por qualquer minoria em nosso mundo real). Dessa forma, temos uma interessante comparação entre Xavier que, devido aos seus poderes discretos, é aceito por uma sociedade que o abominaria se o conhecesse por dentro, e Mística, que é seu exato oposto, pois sua aparência instantaneamente evoca a origem mutante do seu ser.
Aliás, visual é a forma adotada inteligentemente por Matthew Vaughn para ilustrar diversos conceitos e informações disponíveis ao espectador sem a necessidade de diálogo, o que infere à obra um peso cinematográfico impressionante. Note a discrição de pequenas informações que são passadas, como a capacidade de Xavier e Emma Frost de descobrir mutantes próximos, ou a forma com que Erik descobre que o elo usado por Sebastian Shawn o protege de ter sua mente invadida por Xavier.
Mesmo em um filme com um tema sóbrio como esse, as piadas possuem seu lugar e são bem colocadas, algumas inclusive com a dupla vantagem da referência ao próprio universo, como a tentativa frustrada de recrutar um mutante em um bar, ou a vaidade de Xavier com seu cabelo. E até as últimas lembranças de uma agente da CIA após ter passado por uma experiência ao lados dos mutantes é pano de fundo para uma observação bem-humorada de seu superior (aliás, em uma cena que antes vira uma discreta homenagem a Superman II).
Ainda que a comunicação visual seja vital para o filme, os diálogos são funcionais o suficiente para explicarem partes importantes da trama. Dessa forma, podemos compreender que, quando Magneto usa seus poderes de forma descomunal, internamente sabemos que os sentimentos por trás de tamanha façanha são fruto de um conjunto de sentimentos difusos, e portanto, compreendemos o sacrifício que para ele isso representa.
O que nos faz voltar ao mais dramático dos personagens, em uma participação admirável de Michael Fassbender, que consegue, ao mesmo tempo, evocar o Magneto que se tornará obcecado por suas ideias, e enriquecer um personagem que já era fascinante pela construção anterior de Ian McKellen. Se a cena que o coloca, com um toque de genialidade, em xeque pelas suas própria convicções, e o força a encarar um destino tão dramático e irônico que só pode ser comparado às obras de Shakespeare, não é algo digno de aplausos, não sei mais o que seria em um filme com tantas virtudes.
Annete Bening é uma atriz talentosa. Seu único trabalho que acompanhei de perto, Beleza Americana, foi um exercício de neurose formidável, ainda que equivocado em sua exagerada conclusão final (culpa do roteiro?). Porém, através dele é possível ter uma noção muito boa das capacidades de Bening interpretando pessoas com algum descontrole emocional que a leve a influenciar negativamente a vida dos seus próximos.
É com essa impressão inicial que comecei a assistir Minhas Mães e Meu Pai, um filme que apresenta uma família inusitadamente normal, considerando que não há nela a figura paterna, mas a figura dupla da mãe, Nic (Bening) e Jules (Moore). Ambas resolveram ter cada uma um filho através de inseminação artificial, formando assim o casal de meio-irmãos Joni (Wasikowska, formidável) e Laser (Hutcherson). Essa família aparentemente normal, mesmo que frequentemente sufocada pela superprotetora Nic, começará a se desestruturar emocionalmente com a vinda de seu novo membro Paul, pai genético escolhido por ambas as mães para a gravidez planejada.
O mais interessante na atuação de Bening é que, através da sua visão de personagem, que vive um período de turbulência em sua vida afetiva, podemos enxergar a transformação das pessoas ocorrendo paulatinamente conforme acontecimentos cada vez mais inquietantes para Nic começam a ocorrer com seus entes. Porém, o mais curioso é notar que, a despeito da estrutura familiar atípica, o drama que os envolve poderia acontecer com qualquer grupo de seres humanos com laços afetivos semelhantes, e o fato do filme conseguir transmitir essa sensação acaba se tornando sua maior virtude.
Já a personagem de Julianne Moore consegue justamente o efeito contrário: o equilíbrio da relação entre as duas e de uma maneira geral da família como um todo repousa sobre os ombros dela, mesmo que ela mesma não identifique isso. Essa dualidade no espectro emocional de ambas repousa nas mãos certeiras de Lisa Cholodenko que, sabendo detectar a química presente nas conversas de mesa, sempre enquadra a dupla de mães nos momentos em que as emoções de ambas são relevantes para a trama, sendo que torna-se muito simples para o espectador detectar essa relação díspare entre o casal de lésbicas.
Aliás, os diálogos se tornam mais um ponto positivo do filme: conseguimos assimilar rapidamente a personalidade de cada um apenas participando de uma das inúmeras conversas à mesa. Porém, os mesmos diálogos denunciam o aspecto estático na evolução das personagens, e é triste constatar que, diferente do que poderia se supor pela própria história, não existe mudança alguma na dinâmica do grupo do começo ao fim.
O que tristemente constatamos é que o roteiro prefere usar sua única premissa-título como força para todos os eventos, mas nunca se preocupa em explorá-la de maneira corajosa. A constatação final é que, apesar de tudo, esse acaba sendo, sim, mais um exemplar clichê de filmes de drama da família americana. Sequer existe uma conclusão satisfatória para o conflito principal, pois o roteiro coloca toda sua confiança apenas nas interpretações dos atores e não em suas decisões e diálogos, que teriam por função básica uma resolução mais digna do empolgante conflito principal.
# Trilha de C++ organizada pelo grupo C/C++ Brasil
Caloni, 2011-06-10 [up] [copy]Sim, nós temos C++! Apesar de ser uma linguagem dita ultrapassada pelos brazucas, o TDC desse ano terá uma trilha de C++ disponível para todo tipo de público que aprecia ou precisa dos poderes de C++ em seu dia-a-dia.
O evento será organizado (do lado C++) pelos nossos habituais organizadores dos eventos do grupo Alberto Fabiano e Rodrigo Strauss, o que é um ótimo sinal, pois, geralmente, ter o nome C++ associado a alguém que nunca compilou um código na vida não é algo que atraia um conteúdo de qualidade.
A trilha de C++ será Quarta, dia 6 de Julho.
Para se aquecer enquanto a trilha de C++ do TDC não acontece, o Grupo C/C++ passou um linque para os vídeos do boostcon, que, pelo que entendi, é um evento onde as pessoas falam como boost é legal e por que você deveria usar boost em seu projeto C++. Pelos títulos (ainda não os assisti) existem assuntos dos mais diversos, e talvez seja uma forma de catequizar a equipe onde você trabalha e que usa coisas bem piores do que boost para programar.
# A Queda! As Últimas Horas de Hitler
Caloni, 2011-06-12 cinema movies [up] [copy]A proposta de evitar criar-se um microcosmos do ambiente onde Hitler passou seus últimos dias, enclausurado em um bunker com seu alto escalão e suas pessoas mais próximas, é digno de nota, pois, no decorrer da projeção, temos a sensação que muitas coisas estão acontecendo com o povo da Alemanha, não apenas em suas crescentes baixas de exércitos e civis, mas, principalmente, em sua moral.
Retratando o período desde a invasão de Berlim pelo exército russo até a rendição oficial da Alemanha, enxergamos a resistência, quase inexistente, através de uma fotografia pálida e uma câmera tensa, que não consegue se controlar. A movimentação dos personagens pelos corredores apertados do bunker contribui excepcionalmente para essa atmosfera de desorientação por qual passamos, nunca certos do que pode acontecer no próximo momento, sempre a ouvir os tiros e explosões dos ataques a poucos quilômetros de distância.
Quase ignorando o lado do inimigo vencedor, o filme se foca principalmente nas pessoas, civis ou não, que estão testemunhando os últimos momentos de uma política militar que, segundo seu próprio delírio, existiria para sempre, ou mais, seria a única maneira decente de viver para o povo germânico.
Dentro dessa ótica surreal é possível entender a desilusão nos olhos das crianças, e a crença inesgotável das pessoas na fé de seu líder, inabalável até o último segundo, mérito incontestável de Bruno Ganz, que aqui constrói um Hitler renascido das cinzas e do deboche de toda uma geração que abominou o saldo horrorizante da Segunda Grande Guerra.
A continuação das aventuras de Po, agora o Dragão Guerreiro, e os cinco furiosos, contém em sua essência os mesmos elementos que fizeram do original um sucesso como filme: as piadas irreverentes em torno da figura de um panda lutando Kung Fu (e Po é um personagem irreverente não apenas por natureza, mas em sua própria concepção de personalidade divertida), as sequências de luta orquestradas pela animada trilha sonora (que aqui já se torna um pouco mais confusa, e desafina um pouco se revermos o primeiro filme) e os primorosos efeitos visuais, que aqui ainda contém o interessante efeito da água no pelo de Po.
O que move os personagens nessa sequência é mais um vilão que tenta acabar com a China e com o Kung Fu, o que torna a motivação dos heróis repetitiva e confusa (novamente, como eles vão acabar com o Kung Fu, mesmo?). É lógico que um adulto consegue entender o impacto que as armas de fogo tiveram sobre a arte das lutas corpo a corpo, porém essa dedução sequer aparece na história de maneira explícita, ofuscando um pouco a motivação de tudo aquilo.
Com um trabalho criativo em alguns detalhes da trama (como a forma encontrada pelos guerreiros para fazer com que o Panda também "voasse" em direção aos inimigos), e piadas irreverentes de Po, o longa consegue divertir de forma inquestionável. Porém, com a falta de uma narrativa coesa o suficiente para imprimir em sua conclusão o conhecido arquétipo de lição de moral (modelo já utilizado no primeiro filme), o trabalho todo acaba perdendo peso significativo em seu final. Isso, contudo, não impede que algumas sequências sejam emocionantes pelo simples fato de serem emocionantes.
A diretora-roteirista Mia Hansen-Løve consegue prender a atenção mesmo em um filme cujo assunto fica vago do começo ao fim. O mais irritante, contudo, em O Pai dos Meus Filhos, é a maneira covarde com que ele flerta com o nosso próprio sentido de narrativa.
Não há, de fato, um vilão no filme. Pior do que isso, não há um herói. Vítimas da situação com que se encontram, a família Canvel tenta de todas as formas conciliar seus problemas em torno de seu patriarca, vivido por Louis-Do de Lencquesaing de uma maneira misteriosa pela própria exigência da história. Grégoire Canvel, o pai de família carinhoso e ao mesmo tempo ausente, consumido cada vez mais pelos problemas financeiros de sua produtora de filmes.
Porém, covarde não é o filme pela falta de certezas pelas quais podemos nos guiar, mas pela própria falta de senso de coesão, por nos colocar em uma situação de cúmplice ao vermos um elemento novo surgindo do meio do nada e que acaba por apenas estender, sem acrescentar o suficiente, para que aquele desvio valesse realmente a pena.
# Star Wars, Episódio III: A Vingança dos Sith
Caloni, 2011-06-12 cinema movies [up] [copy]A impressão que temos ao assistir o último capítulo da nova saga criada por George Lucas é que este preparou os dois filmes iniciais tão somente para ter a chance de produzir este terceiro, tamanho o peso narrativo que o diferencia dos seus antecessores.
Aqui, toda a angústia e tristeza do universo Star Wars são representados por uma fotografia mais escura e uma trilha sonora que transita cada vez mais pelos acordes do Império, e se pelo menos nisso somos obrigados a notar certa coerência desde A Ameaça Fantasma, o mesmo não ocorre no resto dos elementos cinematográficos, que juntos, participam na narrativa de uma forma completamente coesa e sofisticada.
Note, por exemplo, como a perturbação da Força é "sentida" nos primeiros minutos em Anakin (Christensen, mais maduro) e em sua lógica, antes apenas irreverente, mas agora facilmente percebível como deturpada pelo desespero gerado por seus pesadelos. E a força de sua transformação reside principalmente na escolha de um motivo humano para levá-lo para o lado obscuro de seus poderes. Afinal de contas, quem não arriscaria se enveredar por um mundo, mesmo que aterrorizante, para conseguir salvar um ente querido?
Apostando em movimentos de câmera mais intensos, mesmo em simples diálogos, como o momento em que Anakin descobre algo revelador sobre o Chanceler Palpatine, demonstra ao mesmo tempo o clima de urgência do Conselho Jedi, da República e do próprio Skywalker.
Com uma conclusão que infelizmente exclui o público mais infantil, ao escancarar a própria materialização do mal, o diretor decide por uma aceleração dos eventos, mas mesmo assim não perde as rédeas de sua narrativa, que consegue fechar todas as pontas de maneira primordial.
E se, por fim, a maioria do filme prever o final não-feliz é uma atitude corajosa, a decisão de colocar o destino dos filhos de Anakin em foco nas últimas cenas é admirável, pois consegue sucintamente anunciar a vinda de uma nova trilogia que, aí sim, elevará Star Wars na categoria das melhores histórias de aventura espacial já contada de todos os tempos.
A trilha sonora fantasiosa que evoca tanto os Batman de atualmente como, de uma forma mais lúdica, os policiais infantis que líamos quando crianças, abre as cortinas para o novo trabalho de Alain Gagnol, projeto de mais de cinco anos onde, debruçado com sua equipe de 60 pessoas sobre os mais de 40.000 desenhos criados à mão, revela uma estética curiosa e ao mesmo tempo divertida.
A história começa com um gato que divide sua vida em dia e noite. De dia fica com uma menina triste pela morte do pai, que vive com a empregada e sua atarefada e ausente mãe. De noite, sai à caça com um vizinho cuja profissão é roubar joias.
Além disso, o filme conta com um bando de gângsteres que conseguem divertir na medida certa. O mais inusitado, no entanto, foi encontrar em sua rica introdução elementos de O Poderoso Chefão, Os Bons Companheiros e, pasmem, Cães de Aluguel!
É com esse clima ao mesmo tempo infantil quanto caricato que Gagnol consegue, sem muitos saltos, narrar de maneira eficiente a história desses personagens e ao mesmo tempo exibir uma versão estilizada da noite parisiense.
Para Hitchcock, aparentemente, não houve nenhum outro trabalho de destaque antes de O Homem que Sabia Demais. Digo pelos famosos títulos de Psicose, Janela Indiscreta e Os Pássaros. Até porque, de acordo com o IMDB, Hitchcock começou sua carreira em 22, o que quer dizer que temos aí cerca de 12 anos de amadurecimento do uso de sua técnica indiscutivelmente coesa em sua capacidade de gerar tensão.
Junto com os roteiristas Charles Bennett e D. B. Wyndham-Lewis (espero ter escrito certo), que já participaram com o diretor em outras obras, criam aqui a trama de um homem e sua mulher que recebem por acidente uma dica de assassinato. Para ficarem quietos, têm sua filha sequestrada, e para que consigam reavê-la, precisam entrar no mundo do crime e dos bandidos inescrupulosos.
Com a duração de 75 minutos e rodado em 16mm (que era usado para o mercado doméstico, e que dá um aspecto, hoje em dia, quase quadrado da razão de tela), o filme impressiona pela capacidade de, além de gerar tensão ao modo Hitchcock, conseguir unir duas pistas-recompensas vitais para a organicidade da trama e sua posterior satisfação. Porém, o mérito não repousa apenas no roteiro. Há o uso de transições inteligentes, como a entrada da igreja em uma longa sequência, e uma montagem ritmesca, esta última tensa pela própria natureza com que é concebida, ao aumentar a frequência dos cortes nas sequências finais, em que vários eventos ocorrem simultaneamente.
Na parte do elenco, a presença de espírito de Peter Lorre, que faz o bandido chefe de gangue Abbott, consegue convencer não só pela caricatura de um chefão maldoso por ser maldoso, mas pela mudança sutil de humor por trás de seu personagem, de forma que temos a sensação de nunca saber qual será o próximo passo de Abbott, o que gera uma insegurança latente em cada cena em que ele aparece.
Já Leslie Banks encarna o mocinho tranquilo, que sabe que não adianta resistir à situação, mas que ao mesmo tempo é sagaz em aproveitar-se das falhas de seu inimigo, o que nos dá a correta noção de satisfação ao compararmos a esperteza da trupe.
Aliás, um detalhe artístico que merece nota é o uso de câmeras que tentam reproduzir o que um determinado personagem vê ou sente (como desmaiar ou encher o rosto de lágrimas), o que vira uma ferramenta que contribui imensamente para a linguagem cinematográfica, dispensando diálogos supérfluos e facilitando a comunicação de ideias. Mesmo a trilha sonora, que aparece apenas em momentos pontuais, não é tão efetiva quanto esse tipo de construção, que é visual já na sua essência.
# Circo dos Horrores: O Aprendiz de Vampiro
Caloni, 2011-06-20 cinema movies [up] [copy]Darren (Massoglia) é um garoto estilo certinho, mas é amigo do problemático Steve (Hutcherson). Ambos acabam indo a um circo de horrores e lá conhecem um homem misterioso, Lasten Crepsley (Reilly), que se revela um vampiro secular. Após uma série de eventos, como o título já denuncia, Darren será obrigado a deixar sua vida normal e se tornar seu assistente. Porém, para complicar as coisas, ele irá descobrir que existem algumas escolhas a ser feitas no mundo dos vampiros.
Existem boas ideias em Cirque du Freak, e uma delas é inserir no ambiente de criaturas peculiares de um circo de horrores a figura do vampiro que, se existisse em nosso mundo, seria igualmente visto como uma aberração a ser evitada.
Matando a curiosidade do espectador em cinco minutos de projeção, somos apresentados, durante o espetáculo do circo, a uma sucessão de aberrações que rapidamente passam pelo palco. Se elas impressionam pelos efeitos, o mesmo não se pode dizer da criatividade em sua concepção, pois elas em quase nada acrescentam à história, mostrando em seu lugar que o que existe por trás das cortinas termina por cair no espaço comum de uma subtrama que em nada acrescenta à já esgotada literatura (e cinegrafia) sobre vampiros ou criaturas afins.
Escrito em parceria com o diretor, o texto de Brian Helgeland (Sobre Meninos e Lobos, Teoria da Conspiração) mantém a ação para se focar no absurdo da situação para Darren, que aqui faz o papel de nós mesmos, aprendendo aos poucos como é, de fato, um vampiro "da vida real", sendo constantemente cortado em suas pré-concepções pelos comentários sarcásticos e impacientes de seu mestre Larten Crepsley (Reilly, ironicamente divertido).
Para driblar as muitas falas e situações do roteiro, Weitz cria inúmeras transições que vão repassando as cenas em uma velocidade que nos impede de perceber, de imediato, o absurdo de toda aquela trama, aplicando muitas vezes a mudança de ângulo e tremidas na câmera aumentando ainda mais a desorientação. Se isso parece funcionar durante todo o desenvolvimento da história, o mesmo não se pode dizer da conclusão, que não percebe que ouvir os personagens criados naquele universo termina por nos jogar na mesma velocidade em um desfecho ao mesmo tempo previsível e irritante.
O que é uma pena, pois mesmo com atores tão talentosos quanto Reilly e Hutcherson caímos no lugar comum sem nenhum aviso, criando a desgostosa sensação de auto-sabotagem em uma história no mínimo curiosa, mas que, em seu máximo, se parece com um castelo de cartas.
Existem filmes que não são apenas interessantes de se assistir como mais uma manifestação de arte. Os documentários, por natureza, quase sempre tentam nos envolver em algum tipo de realidade que, por muitas vezes não fazer parte da nossa, é preciso ser escancarada e dissecada da maneira como os idealizadores do projeto acreditam ser importante.
É pegando carona na opinião de figuras eminentes de nossa época, e o próprio testemunho dessas pessoas que estavam erradas em seus conceitos sobre o tráfico de drogas e que, conforme observamos hoje em dia, a declarada "Guerra às Drogas" não tem surtido efeito nos últimos 40 anos. É preciso fazer algo, e esse documentário abre nossas portas de percepção para que pensemos a respeito.
Abaixo minhas observações iniciais.
Sem modelos anteriores além dos arquétipos narrativos como a clássica jornada do herói, o primeiro Guerra nas Estrelas brilha pela sua produção inusitada. Flertando entre o trash e o onírico fantasioso precursor da era das superproduções, o trabalho de George Lucas transita sem avisar entre o risível e o épico. Ele pode ser entendido como a mescla perfeita que gera o pop, esse sentimento de auto-importância criado na base do berro que fascinou e fascina gerações.
O épico do filme é sentido melhor ao analisarmos o universo dessa galáxia tão distante e suas criaturas bem trabalhadas em um filme que envelheceu bem. Há Chewbacca, um ator com uma fantasia de pelos brilhantes que se comunica por sons animalescos indecifráveis. Há C3PO, um ator vestido com pedaços metálicos brilhantes cujas articulações são visíveis ao mesmo tempo que seu lado humano em suas análises emotivas em meio a perigosas missões de guerra. Note que ambos usam materiais brilhantes da mesma forma com que a palavra "brilhante" pode ser entendido como algo genial ou apenas algo que brilha.
Seus heróis são pessoas comuns, seres humanos em meio a diferentes raças. Eles são princesas, mercenários e catadores de lixo com potencial de salvar a galáxia das forças malignas do Império. E o Império é a versão espacial e alternativa do que aconteceria se os nazistas tivessem inventado a bomba atômica primeiro. Aqui ela é chamada de Estrela da Morte com um sentido poético e trágico: em vez de iluminar a vida dos planetas em sua volta este aparato consegue explodir um planeta inteiro e suas vidas em questão de segundos.
Esta é verdadeiramente uma guerra nas estrelas, com naves, explosões e confrontos com lasers e sabres de luz. Há no meio um elemento místico, a Força, que une os seres vivos em torno de uma energia capaz de criar e destruir com a mesma intensidade. A crença na Força, o jedismo, virou uma religião de fato nessa galáxia, trazendo ironia e metalinguagem na mesma tacada.
Guerra nas Estrelas é um filme inacabado. Está sendo constantemente retocado pelo seu criador, George Lucas, embora seu destino hoje esteja em outras mãos. O filme se tornou uma saga amarrada nos seus elementos mais primordiais e uma trilha sonora composta por John Williams em um momento de puro deleite. A máxima de que filmes devem ser vistos na sala de cinema nunca foi mais atual.
Nesse quesito, Star Wars consegue não só criar planetas, raças e as relações diplomáticas entre eles, mas recriar dentro desse mundo conceitos filosóficos do nosso próprio mundo, servindo de um espelho da própria raça humana, escancarando nossas virtudes e defeitos em seres que, mesmo que fruto da fantasia de George Lucas, conseguem transmitir sua "humanidade" em sua melhor e pior formas.
Juan José Campanella (O Filho da Noiva, Clube da Lua) mostra como um roteiro bem escrito e uma direção impecável conseguem apresentar duas tramas entrecortadas de uma maneira tão fluida e transparente que, no fundo, parece que estamos assistindo a uma única história. Como se fosse pouco, a narrativa se desenvolve alternando um presente e um passado separados por mais de 25 anos. Em uma obra com tantas virtudes, acompanhar a evolução do personagem de Ricardo Darín (Un Cuento Chino) através desses dois momentos em sua vida é mais um bônus nesse filme que merece ser assistido por muitas e muitas vezes.
Desde o início é possível perceber uma atração sutil, apenas entre gestos, olhares e diálogos enviesados, entre Benjamín Esposito (Darín), um conselheiro legal de origem humilde, e sua recém-chegada superiora, Irene Menéndez Hastings (Villamil). Vinda de família rica e superior em vários quesitos em comparação com o humilde Esposito, a delicadeza inata de apresentar posições invertidas em uma sociedade na época ainda patriarcal favorece nossa identificação com o drama de Esposito, que, assim como persegue seu suspeito número um do seu agora romance, e, como se soubesse o que o espera em sua vida, parece perseguir um outro futuro para si mesmo a todo momento em que a vê.
De acordo com o IMDB, o filme foi produzido com a mesma proporção de tela do antigo Cinemascope (2.35:1), e Campanella aproveita cada milímetro que pode (nem que seja a fresta da porta de um elevador refletida no espelho) para trazer à tona não apenas os personagens, mas aspectos marginais da trama que servirão, em outros momentos, para informações relevantes da trama. Uma exceção a essa conduta metódica nas cenas pode ser vista no que deve ser uma das sequências sem cortes mais geniais que o Cinema produziu, que se inicia em um estádio lotado durante uma partida de futebol e que, impecavelmente, consegue se aproveitar dessa largura tela para exibir toda a ação que lá transcorre. Se você é aficionado por técnicas de filmagem, apenas essa sequência serviria de incentivo para assistir ao filme inteiro.
Ainda no campo técnico, a fotografia belíssima do brasileiro Félix Monti consegue traduzir eficientemente a austeridade do escritório de advocacia e transpor seu clima de formalidade para a tela. A trilha sonora, por sua vez, se insere delicadamente nas belíssimas composições de quadro que, por denotarem muitas vezes ação e reflexão ao mesmo tempo, não conseguiriam atingir o tom de maturidade necessário caso uma música do próprio filme atrapalhasse a concentração do protagonista (e, claro, do próprio espectador).
Além da direção e do roteiro, é o próprio Campanella que faz a montagem, e nela consegue fundir permanentemente presente e passado, de uma maneira muitas vezes intrigante. Em alguns momentos, a história do homicida se funde com a do próprio Esposito, como quando, em um acesso de raiva, atinge acidentalmente sua amada. Criando esses reflexos durante todo o tempo (note como Esposito faz uma cantada no início do filme da mesma forma como seu antigo amigo), a sensação que temos é a de existirem vários detalhes que se encaixam no filme como um todo.
E por falar em pista-recompensa, por que não falar de uma muito mais sutil, que não me atrevo a dizer aqui, mas que se relaciona diretamente com parte do desfecho da história, 25 anos depois?
O fato é que O Segredo dos Seus Olhos contém mais segredos em sua composição do que uma resenha sobre ele poderia revelar. Felizmente, sua tecnicidade não afeta sua compreensão e, portanto, nos mesmos moldes de O Poderoso Chefão, é possível, sim, acompanhar a trajetória de Esposito como um "simples" espectador e, ao mesmo tempo, ter uma mini-aula sobre como é fazer Cinema.
A sensação de assistir Psicose na telona do cinema se compara a voltar ao próprio tempo em que o filme estreou. Ainda considerando que a última vez que o assisti estava eu abaixo da regra dos 15 anos e, portanto, livre do meu senso crítico, me fez revisitar as sequências mais importantes do longa como se agora sim eu tivesse algo a dizer. Ledo engano. Saí do cinema sem saber mentalizar uma frase sequer. Nem de efeito. Estava sem palavras diante de uma obra de arte. Petrificado. Extasiado. Feliz.
E continuo assim. Poderia afirmar inocuamente que a fotografia é lindíssima, mas isso seria reafirmar o óbvio. Poderia ir mais fundo e dar exemplos, de como a vegetação em torno da casa de Normal Bates cria não só o conceito de refúgio, como auxilia a aumentar as sombras em torno da casa, tornando uma fotografia escura ainda mais sombria. E por falar em sombrio, poderia devanear em torno de como o próprio Bates caminha sempre nas partes mais escuras de seu hotel.
Também poderia bater na mesma tecla da edição de som, que orquestra, na cena do chuveiro, um verdadeiro repertório de técnica e harmonia. Sem falar, é claro, nos diversos ângulos e cortes que a cena de 3 minutos contém que, juntos com o zoom intermitente, aumentam a tensão. E junto, também, da trilha sonora, é claro. A magnífica composição de Bernard Herrmann, ou até mesmo a significativa transição entre o ralo e o olho de Janet Leight. Aliás, eu poderia divagar por parágrafos a fio em torno apenas da cena do chuveiro. Tudo seria muito enfadonho e repetitivo, pois tudo que havia para ser dito já foi.
Meu único pensamento é o testemunho de que, mesmo hoje vista como supervalorizada, a produção de Psicose continua sendo, sem sombra de dúvida, um clássico a ser visto e revisto por qualquer pessoa que ame e se interesse por cinema. É passagem obrigatória, com certeza.
# TDC 2011
Caloni, 2011-06-30 [up] [copy]Se você gosta do tema e possui dúvidas a respeito, ou gostaria de mais detalhes sobre outros projetos, não deixe de comparecer. Antes e depois da palestra estarei disponível para conversarmos. O mais interessante de termos uma trilha em C++ é reunir pessoas envolvidas em torno da linguagem, não importando muito a área. Somos um grupo pequeno, e é importante que tenhamos um contato mais próximo de vez em quando.
C/C++ Caso de Uso: Engenharia Reversa com Windbg. Esta palestra é sobre desmontar e montar novamente. Iremos descobrir como as entradas do dicionário Houaiss eletrônico estão gravadas em um primeiro momento, para depois remontarmos essa informação de maneira que ela possa ser usada em um outro dicionário.
Ferramentas que serão usadas: Windows, WinDbg, Visual Studio (qualquer versão).
Conhecimentos necessários: C/C++, Assembly 8086, Win32 API.
Passo-a-passo da palestra:
1. Sobre Pirataria. Como identificar brechas na licença para que você possa usufruir do seu trabalho de refatoração binária.
2. Análise. Desmontando o dicionário Houaiss e desvendando seu funcionamento interno.
3. Programação. Remontando a estrutura identificada pela Engenharia Reversa em um formato aberto.
4. Sobre Fair Use. Explicando como abrir portas para o desenvolvimento de soluções baseada em nossa análise.
Assuntos "similares" também nos esperam com Sergio Prado e programação segura e Rodrigo Almeida, abordando o desenvolvimento de microkernel. Além disso, também teremos Bruno Koga e Guilherme Andrade destrinchando o compilador LLVM para Objective-C, enquanto Antonio Ribeiro Alves Júnior explica sobre t100, um Middleware para Simulação Distribuída.
Nos vemos lá.