# Listas de Cinema

Caloni, 2023-05-05 <essays> [up] [copy]

Ando pensando em criar listas bonitinhas de referência. Filmes e diretores. Os filmes servem para buscar alguém nos créditos, seja diretor ou outra pessoa, que pode ser uma boa de ver em outros trabalhos, ou até comparar com trabalhos semelhantes (não necessariamente da lista). Já a lista de diretores é porque eles são os caras. Reúnem a galera para rodar um filminho. Gastam a grana dos outros pra lançar sua porcaria. Por que não dar uma olhada no que o cara fez? Se até a mãe dele gostou...

Essa lista 2 eu chamaria de "Diretores que vale a pena ~~esfaquear~~ estalquear".

A introdução: Para mais um item da incompleta série de listas incompletas segue a daqueles diretores cuja existência não dá para ignorar...

A conclusão: se você também tiver um diretor que não está nesta lista para compartilhar vou te ignorar.

Um exemplo dos candidatos:

Woody Allen. Como os conflitos internos humanos são embalados em um humor ácido e autodepreciativo. Detalhe para como os créditos são sempre iguais e a trilha sonora faz parte do mesmo disco. É uma série cujos episódios estão espaçados por meses ou até anos.

Quentin Tarantino. Uma visão sobre o cinema de quem venera o cinema da época das videolocadoras, ou de quem venera lixo como arte que vira arte porque a arte "de verdade" anda um lixo.

Acabaram minhas ideias. Daqui a pouco coloco mais itens aqui.

A lista 1 eu chamaria de "Filmes que prestam", dos filmes que podem ser usados de mil e uma formas. Até para assistir. Ainda não tenho exemplos do que colocar aqui. Quando estiver sóbrio eu posto (e nunca mais voltou).


# Eliminando o gitflow da sua vida

Caloni, 2023-05-05 <computer> [up] [copy]

O gitflow não foi feito para desenvolver, mas para gerir processos. Por isso há uma nomenclatura extensa de branches e regras. Ele é bonito e tudo mais, mas se você precisa de tantos microprocessos e validações para garantir a estabilidade de seu software quer dizer que ele não está na melhor forma em primeiro lugar. Se apenas um pull request revisado e aceito que passou por todos os testes não é o suficiente para atualizar a master, o que será?

Desenvolvedores não gostam de burocracia. Mas a Atlasian gosta. Ela ganha dinheiro em cima de burocracia. E as empresas tentam ganhar dinheiro em cima de desenvolvedores não tão talentosos. E os devs talentosos acabam vendendo a alma ao adotar metodologias que parecem atraentes em um primeiro olhar, mas não são. Elas te tornam um escravo da forma e te fazem esquecer que o que mais importa é o conteúdo. Assim como o comitê C++.


# Twilight Zone, O Filme

Caloni, 2023-05-05 <cinema> <movies> [up] [copy]

Por fim, uma nota de saudação para este longa-metragem que é uma série de curtas homenageando a série fantástica (no sentido literal) criada por Rod Serling. Tem direção do Steven Spielberg no episódio mais cafona e George Miller (Mad Max: all of them) fazendo história com o episódio do avião. Há um outro episódio curioso do menino que consegue tudo o que deseja, o que me faz lembrar que a revisita da série recente por Jordan Peele apela para esta ideia em uma de suas histórias, quando uma criança é eleita presidente. Curioso como crianças e pessoas senis não possuem muito discernimento e como ironia da vida é isto o que vemos hoje sentado na Casa Branca. Bom, ao menos a ficção não é tão ácida: crianças não tentam abusar de menores.


# Casamento à Indiana

Caloni, 2023-05-05 <cinema> <series> [up] [copy]

Neste post eu cito Um Tira da Pesada (Beverly Hills Cops), filme icônico dos anos 80 com Eddie Murphy, uma série da Netflix chamada Casamento à Indiana, e um carê muito doido que eu fiz.

Por falar em coisas indianas, Mitiko está assistindo esta série de reality sobre uma casamenteira indiana que percorre o mundo juntando casais. É diferente do Tinder, pois ela que faz o filtro. Ela é como a representante dos casamentos arranjados do passado. Ela dá conselhos aos jovens afobados que querem desistir do pretendente depois do primeiro encontro por pequenos detalhes. Ela luta para manter viva a figura do destino que une os casais, e ela é uma representante.

É divertido assistir realities porque sempre tem esse misto entre realidade e ficção. Como sempre haverá uma câmera as pessoas nunca serão autênticas, mas versões construídas para o público. Mas esta série edita bem os momentos para nos contar uma história.


# Um Tira da Pesada

Caloni, 2023-05-05 <cinema> <movies> [up] [copy]

Algo semelhante acontece com Um Tira da Pesada, este filme icônico dos anos 80 recheado de ótimas músicas. Eddie Murphy é a alma deste filme. Ele está fazendo seu standup no meio de um personagem. Esta comédia policial tem um charme que não envelheceu, apenas fica melhor. Não é um ritmo que o espectador irá apreciar, mais lento que o usual e com cenas batidas que todos já sabemos o final. No entanto, olhe para a construção da trama, em cadência e sem pressa. O filme não quer preencher um checklist mesmo que acabe o fazendo.

Jonathan Banks é a surpresa no casting. Fazendo as mesmas caras de seu personagem Mike da série Breaking Bad, ele tem poucas falas e expressões menos ainda. Mitiko que descobriu na primeira cena quem era. Depois ficamos observando as entradas em seu cabelo e a cara derretendo, o que já denuncia seu futuro como persona.

A trilha sonora deste filme é a música de fundo agradável de quem vai na sessão de cinema se descontrair, dar algumas risadas de Murphy. A batida é muito legal e deixa o filme menos sério, mais charmoso.

A transição da caída Detroit e a paradisíaca, rica ou megalomaníaca Beverly Hills é o ponto de partida de uma história que fala sobre quais os limites de seguirmos as regras. Há uma discussão que dá voltas pelo departamento de polícia. Aqui o problema não é corrupção policial, mas o contrário. Eles são muito quadrados. E o personagem de Murphy se diverte muito com isso. Ele escapa de várias criando personas que atendem às expectativas de suas vítimas, como fingindo ser um jornalista que irá cobrir a vinda de Michael Jackson (na época em seu auge, dá para ver pelas pessoas fantasiadas nas ruas) e consegue se hospedar em um hotelzaço. Seu Chevy caindo aos pedaços é outra piada recorrente e sempre eficiente.

Eddie faz um curioso par com Chris Rock quando o assunto é falar das experiências com a pobreza e a negritude. É a coisa real, não a visão branca de hoje em dia vista por negros de classe média. Por isso é leve, divertido, autêntico.

Não se faz nem se fará filmes como esse. Nem poderia. Qual o sentido se o filme continua charmoso e o cinéfilo pode se divertir reassistindo?


# River Raid

Caloni, 2023-05-10 <games [up] [copy]

Jogando River Raid com a Mitiko. Ele foi escrito em 1982 e tem a idade dela. Fomos olhar se o programador estava vivo ainda e está. E é uma programadora.

Carol Shaw escreveu este como seu primeiro jogo quando começou a trabalhar na Atari. E arrasou.

O uso de cores básicas tornam o cenário do jogo simples de entender, mas não simplista. É possível discernir com uma certa satisfação as diferenças de superfície como o mar e o gramado. E é curioso entender como um avião pode sobrevoar o mar e se chocar com um gramado. A diferença sutil de cor identifica se tratar de uma montanha à frente. Ou pelo menos é o que nossa imaginação permite deduzir.

O padrão de criação de telas é algo de louco. Não é incomum jogos daquela época usarem uma seed para gerar os mapas, pois não havia espaço na memória para armazenar todas as fases. Porém, River Raid é o que menos aparece a técnica. A impressão é de que alguém de fato desenhou cada uma das partes do mapa.

Os checkpoints são uma forma inteligente de salvar a altura do mapa e permite que partidas de dois jogadores, ainda que cada um jogue sua vez, fique com cara de corrida.

O movimento dos obstáculos, principalmente os navios e helicópteros, não se repete. Eles começam a se mexer em momentos diferentes a cada vez que se passa pelo mesmo ponto. Isso impede que o jogador decore como passar as telas porque ele nunca vai saber antes a posição dos obstáculos. Com isso ele precisa focar nas habilidades em mover seu avião.

E aí entra a beleza do jogo. O avião pode executar seus movimentos de várias velocidades. Ele se mantém constante, mas você pode mudar a aceleração indo para a frente e para trás. Essa mudança serve para evitar colisões. Ou você pode desacelerar para abastecer combustível, fazer manobras apertadas. As combinações são muitas para um jogo tão simples.

No entanto, ao desacelerar, o controle do avião fica muito sensível, tornando mais fácil dançar com ele para os lados. Ou seja, não existe caminho fácil para passar pelo mapa.

Outro detalhe fascinante são os tiros. É possível ficar atirando sem parar projéteis na tela, mas ao fazer isso se perde precisão para acertar os alvos. Então é necessário escolher a estratégia do momento: sair atirando em qualquer coisa ou aguardar o tiro certeiro antes da colisão.


# Sobre Meninos e Lobos

Caloni, 2023-05-19 <cinema> <movies> <repost> [up] [copy]

Dono de uma cinegrafia invejável como diretor, Clint Eastwood aqui começa a mudar sua maneira de contar uma história. Sem pressa para desenvolver a trama e ao mesmo tempo mostrando apenas o necessário para que se mantenha o suspense, o roteiro de Brian Helgeland caminha por igual entre as vidas de cada personagem para que entendamos o peso de cada encontro e seus diálogos. Enquanto isso, Eastwood e seu editor juntam tudo com uma fluidez admirável; ainda mais se considerarmos a quebra de ritmo que poderia surgir ao abordar tantos pontos de vista diferentes para um mesmo fato.

O elenco está afinadíssimo, mas Sean Penn e Tim Robbins possuem seus momentos particulares que roubam a cena e quase todo o filme. A trilha sonora consegue manter o clima de tensão e mistério quase sem se fazer notar, diferente da fotografia, triste, bela e azul, que surpreende a cada novo enquadramento de Eastwood, que utiliza o trabalho do fotógrafo Tom Stern para atingir não apenas beleza em cada uma das cenas, mas organicidade; como quando enfoca o personagem de Tim Robbins no escuro de um quarto, ou as diferentes cenas aéreas que juntam todos os cenários e personagens sob o mesmo teto nublado.

2023-05-16

Meu review de mais de 10 anos atrás foi muito técnico. Estava começando a escrever reviews sobre filmes. Coincidentemente meu amigo disse que quando assistiu na época ainda era muito jovem. Não que eu fosse jovem quando eu vi. É só uma comparação entre momentos da vida onde temos menos experiência e falta vivência para entender se o que se está fazendo ou sentindo é assim mesmo ou pode ser melhor. Muito da arte tem relação com o nível que estamos na vida. E existem diferentes níveis para cada detalhe da vida.

Se hoje fosse reescrever este review ele com certeza não seria tão técnico. Acho que mais nada que eu escrevo sobre cinema é técnico, pois perdeu a graça para mim há um tempo. Esse filme do Eastwood eu pulei na estreia e só fui ver muito tempo depois. O pessoal falava dele como um drama pesado, e de fato é. É sobre as transformações na vida dos jovens do filme na fase adulta e como versões infantis de bullying e vingança se transformam em suas fases adultas, mesmo com a personalidade se mantendo. É também um estudo de personagens e um retrato muito cru e sinistro das relações humanas. Daqueles filmes catarse em que há um evento-chave que eleva o casting e o faz ganhar prêmios. Não que Sean Penn precisasse disso; sua atuação está níveis acima de qualquer manipulação cinematográfica.

A história é sobre rimas de diferentes épocas. note os planos detalhe em torno da cena-chave na calçada e traços do comportamento dos personagens depois de adulto. OK, talvez uma coisa ou outra do lado técnico sirva para referenciar momentos na obra. Em especial o personagem de Sean Penn. Ele é um sujeito perigoso, mas não precisa se esforçar em cena para nos fazer sentir medo. O cara simplesmente é. E você entende o que pode acontecer depois desse evento catártico muito mais por quem o personagem de Penn nos entrega do que pelas circunstâncias da própria história.

Um muito obrigado ao Lorde por me fazer resgatar boas memórias deste filme.


# Bolo de Laranja

Caloni, 2023-05-19 <food> <cooking> [up] [copy]

Essa receita é o melhor bolo de laranja que já comi na vida. Tentando replicar agora para ajustar a receita para ambos os paladares: os que gostam do sabor adstringente, que é o que acontece quando se usa laranja inteira na receita, e os que até gostam, mas acreditam haver um limite. Vamos achar esse limite.

Rendimento: 2 formas de furo pequenas de 15cm.

Ingredientes

  • 3 ovos;
  • 280g de farinha de trigo peneirada;
  • 12g de fermento;
  • 240 g de açúcar;
  • 170g de óleo;
  • 240 g de laranja (cerca de 1 laranja grande);
  • 1 colher de sopa rasa de baunilha;
  • 1 pitada de sal.

Preparo

Peneire a farinha de trigo, o fermento, o sal e reserve. Corte a laranja ao meio. Mantenha uma das metades com a casca e a parte branca, a outra metade retire e reserve apenas o suco e o bagaço. Coloque no liquidificador a laranja, os ovos, o óleo e bata por aproximadamente 2 minutos. Acrescente o açúcar e bata por mais 1 minuto. Vire a mistura nos secos peneirados e mexa com o fouet.

Calda (opcional): Suco de 1 laranja e 1/2 xícara de açúcar. Leve ao fogo até começar a engrossar e coloque quente sobre o bolo.


# Começando a entender sobre minhas categorias e tags

Caloni, 2023-05-19 [up] [copy]

Estou usando agora uma analogia muito útil: entenda categorias como verbos e tags como objetos. Não necessariamente objetos no sentido restrito da gramática -- o objeto direto e indireto -- mas também como advérbios, adjuntos, etc. Em suma: complementos ao verbo. Tudo que diz respeito a uma ação.

O verbo é o item principal de uma frase que denota ação. A categoria, portanto, determina qual ou quais as ações de um determinado post. E eu disse quais, no plural, porque a vantagem em dividir ações e complementos através de categorias e tags é que eu posso manter esses conceitos separados e juntá-los sem precisar criar um novo item.

Ficou confuso?

Um exemplo que ficou bem claro para mim são os novos ensaios que venho fazendo misturando temas. De repente estou falando de carê, de um filme que vi e uma série, tudo junto no mesmo post. Categoria: reviews e essays. Tags: movies, series, food. Verbo e objeto. Ação e circunstâncias.

Outro exemplo recente é quando li um livro sobre exercícios físicos. Costumo e considero fazer reviews de livros quando os leio. Categorias: reading e reviews. Tags: books e body.

No momento estou gostando dessa nova forma de pensar sobre essas taxonomias, principalmente porque nunca achei uma explicação satisfatória, e essa encaixou como um belo chapéu. Categoria: vestir. Tag: acessórios.

Este post entrará na categoria blog. Sem tag. Esta é outra vantagem da analogia: nem sempre verbos precisam de um complemento.


# Carê

Caloni, 2023-05-28 <food> <cooking> [up] [copy]

Carê é um prato que vai três componentes principais: proteína animal, carboidratos naturais e curry, um tempero mais conhecido na culinária indiana, e conhecido como carê no Japão.

Para a proteína animal você pode usar frango ou carne vermelha cozida e macia, em pedaços fáceis de colocar na boca junto dos legumes que o acompanharão.

Para os carboidratos naturais, além do mesmo cuidado com o tamanho dos cortes, o ponto principal é a textura dos legumes. O ideal é que você consiga senti-los inteiros, mas não duros. Devem estar macios e tenros. Cada legume tem sua particularidade e seu ponto de cozimento. Ao usar diferentes legumes como batata, cenoura e mandioquinha (entre outros que sua imaginação quiser), eles devem ser cozidos para terem texturas complementares ou que harmonizem. É necessário tomar conta da maciez de cada um para que um não fique mais molenga ou duro que o resto. Por outro lado, legumes que não querem ser sentidos juntos, como a mandioquinha, por exemplo, podem ser levemente derretidos junto do molho carê.

Para os legumes citados, deixe a cenoura cozinhando primeiro. Quando ela ainda estiver firme coloque a mandioquinha para derreter, para logo em seguida a batata. O tamanho dos legumes deve ser o suficiente para que você consiga dar uma colherada com cada um deles mais um pedaço da carne.

Após todos os ingredientes estarem cozidos é hora de acrescentar o carê, que é o curry em pó ou pasta. Se for em pó é necessário engrossar o caldo usando amido de milho ou farinha. Tudo pode ser ajustado no fogo baixo ou até desligado. Por fim ajuste o sal.

Um dos desafios de fazer carê é a textura dos legumes. O ideal é que você consiga senti-los inteiros, mas não duros. Macios e tenros. Ao usar diferentes legumes como batata, cenoura, mandioquinha, eles devem ser cozidos para terem o mesmo nível de dureza. É necessário tomar conta da maciez de cada um para que um não fique mais molenga ou duro que o resto. Sim, eu tive problemas em fazer carê da última vez.


# Ciabatta Rústica

Caloni, 2023-05-28 <food> <cooking> <blogging> [up] [copy]

Enquanto preparava o carê dei para experimentar uma receita nova de pão, essa ciabatta rústica, para acompanhar o antepasto de berinjela que a Mitiko fez pela segunda vez. Os ingredientes são simples e o preparo também. As proporções abaixo são para um pão pequeno para médio. Para ter uma ideia, nós acabamos com dois desses na mesma noite.

  • Farinha: 115g;
  • Água: 80% (93g);
  • Fermento instantâneo: 2%;
  • Sal: 2.5%.

O preparo

Misture tudo; primeiro o fermento com água, seguido pelo sal e por fim a farinha.

Aguarde a massa fermentar por cerca de duas horas.

Durante esse tempo, de meia em meia hora, realize uma dobra nos quatro lados da massa, girando 90 graus a cada dobra. Para evitar que a massa grude molhe as mãos antes, imergindo em água.

Ao final dessa fermentação retire o ar da massa modelando em um retângulo e enrolando como um rocambole; divida em partes se for mais de uma receita; corte as beiradas para melhorar o formato.

Fermente por mais 45 minutos (segunda fermentação).

Pré-aqueça o forno em 240 graus e passe a massa para uma forma com papel manteiga. Não deixe fermentando antes, pois irá grudar.

Asse no forno hidratado com vapor ou água por 10 minutos e em seguida abaixe para 200 graus e deixe por mais 12 a 15 minutos ou até o pão dourar.

De acordo com a autora "its so easy to make this ciabatta bread and the resulting bread is so good with crispy crust and soft crumb inside". E é verdade.


# Reis da Rua

Caloni, 2023-05-30 <cinema> <movies> [up] [copy]

Eu gosto de filmes assim: verdadeiros. A verdade está nas mãos do diretor e roteirista, que filma com paixão traços que remetem ao biográfico na vida de um negro nas periferias estadunidenses. As atuações são conhecidas, mas nem por isso são muito boas. Ice Cube transforma a cena com sua cara de mal encarado autêntica. Laurence Fishburne, na época Larry, vira um Malcolm X do bem, mais pela união dos irmãos do que pela separação dos brancos. Vários detalhes dos personagens os tornam complexos em um panorama idem, além de servir de combustível e referência a Todo Mundo Odeia o Chris. O drama clichê conquista aos poucos nossa simpatia, pois quando se lida com sua verdade com coragem e disposição suficiente todos param para observar e refletir.


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