# Gitflow Zone e Listas de Cinema
Foi citado neste poste o filme do Twilight Zone de 1980 guaraná com rolha e gitflow. Só coisas velhas.
Ando pensando em criar listas bonitinhas de referência. Filmes e diretores. Os filmes servem para buscar alguém nos créditos, seja diretor ou outra pessoa, que pode ser uma boa de ver em outros trabalhos, ou até comparar com trabalhos semelhantes (não necessariamente da lista). Já a lista de diretores é porque eles são os caras. Reúnem a galera para rodar um filminho. Gastam a grana dos outros pra lançar sua porcaria. Por que não dar uma olhada no que o cara fez? Se até a mãe dele gostou...
Essa lista 2 eu chamaria de "Diretores que vale a pena ~~esfaquear~~ estalquear".
A introdução: Para mais um item da incompleta série de listas incompletas segue a daqueles diretores cuja existência não dá para ignorar...
A conclusão: se você também tiver um diretor que não está nesta lista para compartilhar vou te ignorar.
Um exemplo dos candidatos:
Woody Allen. Como os conflitos internos humanos são embalados em um humor ácido e autodepreciativo. Detalhe para como os créditos são sempre iguais e a trilha sonora faz parte do mesmo disco. É uma série cujos episódios estão espaçados por meses ou até anos.
Quentin Tarantino. Uma visão sobre o cinema de quem venera o cinema da época das videolocadoras, ou de quem venera lixo como arte que vira arte porque a arte "de verdade" anda um lixo.
Acabaram minhas ideias. Daqui a pouco coloco mais itens aqui.
A lista 1 eu chamaria de "Filmes que prestam", dos filmes que podem ser usados de mil e uma formas. Até para assistir. Ainda não tenho exemplos do que colocar aqui. Quando estiver sóbrio eu posto (e nunca mais voltou).
O gitflow não foi feito para desenvolver, mas para gerir processos. Por isso há uma nomenclatura extensa de branches e regras. Um texto a respeito que comecei foi:
Gitflow é bonito e tudo mais, mas se você precisa de tantos microprocessos e validações para garantir a estabilidade de seu software quer dizer que ele não está na melhor forma em primeiro lugar. Se apenas um pull request revisado e aceito que passou por todos os testes não é o suficiente para atualizar a master, o que será?
Desenvolvedores não gostam de burocracia. Mas a Atlasian gosta. Ela ganha dinheiro em cima de burocracia. E as empresas tentam ganhar dinheiro em cima de desenvolvedores não tão talentosos. E os devs talentosos acabam vendendo a alma ao adotar metodologias que parecem atraentes em um primeiro olhar, mas não são. Elas te tornam um escravo da forma e te fazem esquecer que o que mais importa é o conteúdo. Assim como o comitê C++.
Por fim, uma nota de saudação para este longa-metragem que é uma série de curtas homenageando a série fantástica (no sentido literal) criada por Rod Serling. Tem direção do Steven Spielberg no episódio mais cafona e George Miller (Mad Max: all of them) fazendo história com o episódio do avião. Há um outro episódio curioso do menino que consegue tudo o que deseja, o que me faz lembrar que a revisita da série recente por Jordan Peele apela para esta ideia em uma de suas histórias, quando uma criança é eleita presidente. Curioso como crianças e pessoas senis não possuem muito discernimento e como ironia da vida é isto o que vemos hoje sentado na Casa Branca. Bom, ao menos a ficção não é tão ácida: crianças não tentam abusar de menores.
# Um Carê da Pesada à Indiana
2023-05-05 cooking movies series essays ^
Neste post eu cito Um Tira da Pesada (Beverly Hills Cops), filme icônico dos anos 80 com Eddie Murphy, uma série da Netflix chamada Casamento à Indiana, e um carê muito doido que eu fiz.
Um dos desafios de fazer carê é a textura dos legumes. O ideal é que você consiga senti-los inteiros, mas não duros. Macios e tenros. Ao usar diferentes legumes como batata, cenoura, mandioquinha, eles devem ser cozidos para terem o mesmo nível de dureza. É necessário tomar conta da maciez de cada um para que um não fique mais molenga ou duro que o resto. Sim, eu tive problemas em fazer carê da última vez.
Os legumes não cozinhavam no mesmo ritmo e eu fiz vários ajustes para conseguir o efeito sem sucesso. No final reaproveitei o carê da véspera e bati tudo junto e cozinhei mais legumes em cima. O resultado ficou bom, mas estranho. Além da textura a Mitiko reclamou do sabor inexistente. Acredito que seja este curry em pó safado que compramos. Mesmo colocando uma porção generosa ele não embala sabor nos legumes.
Por falar em coisas indianas, Mitiko está assistindo esta série de reality sobre uma casamenteira indiana que percorre o mundo juntando casais. É diferente do Tinder, pois ela que faz o filtro. Ela é como a representante dos casamentos arranjados do passado. Ela dá conselhos aos jovens afobados que querem desistir do pretendente depois do primeiro encontro por pequenos detalhes. Ela luta para manter viva a figura do destino que une os casais, e ela é uma representante.
É divertido assistir realities porque sempre tem esse misto entre realidade e ficção. Como sempre haverá uma câmera as pessoas nunca serão autênticas, mas versões construídas para o público. Mas esta série edita bem os momentos para nos contar uma história.
Algo semelhante acontece com Um Tira da Pesada, este filme icônico dos anos 80 recheado de ótimas músicas. Eddie Murphy é a alma deste filme. Ele está fazendo seu standup no meio de um personagem. Esta comédia policial tem um charme que não envelheceu, apenas fica melhor. Não é um ritmo que o espectador irá apreciar, mais lento que o usual e com cenas batidas que todos já sabemos o final. No entanto, olhe para a construção da trama, em cadência e sem pressa. O filme não quer preencher um checklist mesmo que acabe o fazendo.
Jonathan Banks é a surpresa no casting. Fazendo as mesmas caras de seu personagem Mike da série Breaking Bad, ele tem poucas falas e expressões menos ainda. Mitiko que descobriu na primeira cena quem era. Depois ficamos observando as entradas em seu cabelo e a cara derretendo, o que já denuncia seu futuro como persona.
A trilha sonora deste filme é a música de fundo agradável de quem vai na sessão de cinema se descontrair, dar algumas risadas de Murphy. A batida é muito legal e deixa o filme menos sério, mais charmoso.
A transição da caída Detroit e a paradisíaca, rica ou megalomaníaca Beverly Hills é o ponto de partida de uma história que fala sobre quais os limites de seguirmos as regras. Há uma discussão que dá voltas pelo departamento de polícia. Aqui o problema não é corrupção policial, mas o contrário. Eles são muito quadrados. E o personagem de Murphy se diverte muito com isso. Ele escapa de várias criando personas que atendem às expectativas de suas vítimas, como fingindo ser um jornalista que irá cobrir a vinda de Michael Jackson (na época em seu auge, dá para ver pelas pessoas fantasiadas nas ruas) e consegue se hospedar em um hotelzaço. Seu Chevy caindo aos pedaços é outra piada recorrente e sempre eficiente.
Eddie faz um curioso par com Chris Rock quando o assunto é falar das experiências com a pobreza e a negritude. É a coisa real, não a visão branca de hoje em dia vista por negros de classe média. Por isso é leve, divertido, autêntico.
Não se faz nem se fará filmes como esse. Nem poderia. Qual o sentido se o filme continua charmoso e o cinéfilo pode se divertir reassistindo? Qual a vantagem de ter comido um carê estranho sem a oportunidade de pode fazer outro?
É, talvez casar felizes para sempre possa ser reavaliado depois que conversamos sobre filmes imutáveis e carês em constante progresso.
# River Raid
Jogando River Raid com a Mitiko. Ele foi escrito em 1982 e tem a idade dela. Fomos olhar se o programador estava vivo ainda e está. E é uma programadora.
Carol Shaw escreveu este como seu primeiro jogo quando começou a trabalhar na Atari. E arrasou.
O uso de cores básicas tornam o cenário do jogo simples de entender, mas não simplista. É possível discernir com uma certa satisfação as diferenças de superfície como o mar e o gramado. E é curioso entender como um avião pode sobrevoar o mar e se chocar com um gramado. A diferença sutil de cor identifica se tratar de uma montanha à frente. Ou pelo menos é o que nossa imaginação permite deduzir.
O padrão de criação de telas é algo de louco. Não é incomum jogos daquela época usarem uma seed para gerar os mapas, pois não havia espaço na memória para armazenar todas as fases. Porém, River Raid é o que menos aparece a técnica. A impressão é de que alguém de fato desenhou cada uma das partes do mapa.
Os checkpoints são uma forma inteligente de salvar a altura do mapa e permite que partidas de dois jogadores, ainda que cada um jogue sua vez, fique com cara de corrida.
O movimento dos obstáculos, principalmente os navios e helicópteros, não se repete. Eles começam a se mexer em momentos diferentes a cada vez que se passa pelo mesmo ponto. Isso impede que o jogador decore como passar as telas porque ele nunca vai saber antes a posição dos obstáculos. Com isso ele precisa focar nas habilidades em mover seu avião.
E aí entra a beleza do jogo. O avião pode executar seus movimentos de várias velocidades. Ele se mantém constante, mas você pode mudar a aceleração indo para a frente e para trás. Essa mudança serve para evitar colisões. Ou você pode desacelerar para abastecer combustível, fazer manobras apertadas. As combinações são muitas para um jogo tão simples.
No entanto, ao desacelerar, o controle do avião fica muito sensível, tornando mais fácil dançar com ele para os lados. Ou seja, não existe caminho fácil para passar pelo mapa.
Outro detalhe fascinante são os tiros. É possível ficar atirando sem parar projéteis na tela, mas ao fazer isso se perde precisão para acertar os alvos. Então é necessário escolher a estratégia do momento: sair atirando em qualquer coisa ou aguardar o tiro certeiro antes da colisão.
# Bolo de Laranja
2023-05-19 ^
Essa receita foi me passada pela Mitiko, que fez o melhor bolo de laranja que já comi na vida. Tentando replicar agora para ajustar a receita para ambos os paladares: os que gostam do sabor adstringente, que é o que acontece quando se usa laranja inteira na receita, e os que até gostam, mas acreditam haver um limite. Vamos achar esse limite.
Rendimento: 2 formas de furo pequenas de 15cm.
Peneire a farinha de trigo, o fermento, o sal e reserve. Corte a laranja ao meio. Mantenha uma das metades com a casca e a parte branca, a outra metade retire e reserve apenas o suco e o bagaço. Coloque no liquidificador a laranja, os ovos, o óleo e bata por aproximadamente 2 minutos. Acrescente o açúcar e bata por mais 1 minuto. Vire a mistura nos secos peneirados e mexa com o fouet.
Calda (opcional): Suco de 1 laranja e 1/2 xícara de açúcar. Leve ao fogo até começar a engrossar e coloque quente sobre o bolo.
Fiz sem a parte branca da laranja e com 180g de açúcar e ele ficou fraco no sabor e no doce. Para a próxima tentativa voltar para a receita original colocando metade da laranja inteira e mais açúcar (talvez 200g). A falta do doce pode ser falta de calda.
Fiz novamente a receita do bolo de laranja, mas dessa vez colocando meia laranja inteira mais o suco da outra metade. Isso em metade da receita. Ou seja, deveria ter ficado bem laranjudo. Porém, até até o resultado ficou comportado. Usei 100g de açúcar (de 140g da receita original) e 2 ovos no lugar de 3. Dá para sentir o sabor mais adstringente, mas nada que incomode. Acredito que o estado da laranja influencie no resultado final. Ajustei a receita para 240g de açúcar na receita original, pois acredito que bolos cítricos tornam o doce mais leve.
# Calisthenics for Beginners by Matt Schifferle
Agora que a fase de entrevistas está terminando meu próximo item da lista de leitura é este livro de Matt Schifferle que foca em exercícios que utilizam o próprio peso do corpo e uma abordagem avessa às complicações dos treinos de academia.
Schifferle à primeira vista lembra Mistery, o guru das conquistas de The Pick Up Artist. Ambos acreditam em suas filosofias para transformar a vida de seus seguidores. Será que ambos utilizam alquimia dentro dos conceitos que meu amigo me ensinou quando conversávamos sobre as definições instigantes de Timothy Leary (não me lembro se isso está em Prometheus Rising)? Não. Schifferle é um vendedor de mais uma forma de fazer exercício como qualquer outro treinador.
No entanto, suas críticas sobre exercícios serem mais difíceis do que precisam é pertinente. O miolo de seu livro é um conjunto de exercícios simples de seguir. No entanto, não há uma estrutura para que leigos consigam criar seus próprios treinos como prometido pela capa. É um bom início ao treinamento da calestenia, mas para por aí. Sua filosofia é muito senso comum sem nenhum insight poderoso. Seu jeito de falar me desanima por ser simplista demais. Não há um gancho que seja forte para capturar nossa atenção.
Admiro sua intenção, contudo.
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> Liquid sources. The first tip is to cut back;
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> Whole foods. The second tip is to focus on whole foods;
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> Portion control. A lot of weight control also boils down to portion control.
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> Calisthenics has a transformative power that many athletes fail to recognize: the power to harness the very laws of nature to substantially improve your health.
> I’m truly excited to present you with not only a body-changing but also a potentially life-changing training regimen.
> (...) calisthenics went from being too easy to far too difficult. Neither perception will help you accomplish your goals. That’s why it’s essential to wipe the slate clean. You can define what calisthenics is for you and your life.
> The highly adaptable nature of calisthenics is due to the fact that your own body is your gym. You no longer have to conform your body to an artificial piece of equipment. Instead, you use your body—and its current abilities—to stimulate your improvement.
> Mother Nature is the ultimate nutritionist.
> Granted, it takes practice to accurately read your body’s natural signals. For example, it’s easy to believe you’re hungry when, in fact, you’re bored or stressed. It’s also easy to ignore your satiety cues if you’re eating while distracted like while watching a movie. Nevertheless, you have plenty of opportunities to practice every day, and, over a short period of time, you can develop a keen sense of what your body really needs.
> Customize the stoplight strategy to your needs and preferences. Keep in mind that one person’s red light food may be another’s yellow or even green light food.
> Liquid sources. The first tip is to cut back on or, if possible, eliminate calories from liquid sources. It’s exceptionally easy to add extra calories, especially in the form of refined sugar, with beverages. Some beverages contain more sugar than multiple candy bars! Thankfully, as liquid calories make it easy to bloat your diet, they also make it easy to slim your diet by cutting them back as much as possible. Whole foods. The second tip is to focus on whole foods, including plant and protein sources. Whole foods are the opposite of refined foods; they fill you up, give you energy, and make it much harder to consume more calories than your body can handle. That’s a heck of a 1-2-3 punch for helping you shed fat fast. Portion control. A lot of weight control also boils down to portion control. On a fundamental level, your body uses your fat when you don’t consume enough to support your current bodyweight. This is why you want to make sure you’re not eating too much, even if your diet is squeaky clean.
> It’s important that you eat even when trying to lose weight. Eating too little for days on end can make you feel tired and sluggish, not to mention leave you open to hunger cravings. Such conditions not only reduce your ability to burn calories through activity but also make you vulnerable to periods of overeating.
> Our busy lives make it all too tempting to finish a workout, and then rush to complete the next item on our to-do list. I don’t recommend ending your workout in such a sudden manner. When you finish your workout without winding down, your nervous system remains in sympathetic dominance, which promotes your body’s fight-or-flight instincts—a stressful state in which to spend the rest of your day.
> Sleep is the biggest component of rest. It’s so important that I often tell people that improving their sleep habits can be more beneficial to their fitness goals than improving their diet and exercise program combined. Getting proper sleep should always be as high a priority as sticking to your diet and exercise habits. If you’re struggling to make progress and running on little rest, I promise getting enough sleep will help.
# Vinhos e mais vinhos (seção Rosé/Espumante)
Vinhos citados neste post:
Sim, foram muitos vinhos nos últimos dias. Três deles foram acabados no Dia das Mães.
L'Instant de Roseline é um vinho rosé francês. Ou seja: o cúmulo da sutileza. Contraste absurdo com o Carmine Granata Bonarda que abri em seguida. Bojudo, audaz. Agressivo e corajoso.
Já o Dádivas, um espumante que estava na adega um bom tempo, não é nem tão doce, mas nem tão amargo. Inexpressivo, mas gostoso.
O último da lista é esse alemão, Nahe Freu, bem mais encorpado que os outros rosés que comprei em uma promoção e estavam na adega. Sabor mais sisudo e menos floral. Curioso para quem acha que todo rosé é levinho.
# Aomori Microlot (Kraft do The Coffee) [link]
O café acabou e fui buscar em um rolê de bike no ABC, aqui do lado. Era uma terça e havia pensado erroneamente que seria dia de torra nova no Birmingham, uma cafeteria com microtorrefação gerenciada por um químico. Acertei o dia, mas errei o período: a torra acontece toda terça à noite, não de dia. Ou seja: café novo apenas no dia seguinte.
Busco rápido pelo maps por alternativas e encontro um The Coffee por perto, o primeiro do ABC, e diferente do usual, mais amplo, com lugares para sentar. Porém, uma vez lá, descubro que não estou com muita sorte: não tem café também! Bruno, o barista, falou que por algum motivo as compras de café foram demais nesses dias. Havia apenas um pacote de 250g disponível na vitrine, da versão Kraft vendida por eles, de cafés premiados de microlote. Bruno é muito gente boa e ficamos conversando por um tempo sobre cafés. Valeu muito a visita. No final das contas acabei levando o café, apesar do preço bem salgado.
Chegando em casa com este último pacote fiz uma receita padrão de Aeropress. A surpresa foi constatar que o sabor é altamente diferenciado. Ou em outras palavras: essa bebida é muito estranha. Seu tom cítrico e seu corpo estão muito longe do que lembramos quando se pensa em café. Ele é como um suco tropical que lembra limão, mas sem o sabor azedo que apareceria em um chá de limão, por exemplo. Há pouco para nenhum corpo com o amargor no final sutil ou até inexistente, dependendo do método de extração usado. Algo muito diferente que mesmo provando mais vezes ainda me surpreende.
# Carê
Carê é um prato que vai três componentes principais: proteína animal, carboidratos naturais e curry, um tempero mais conhecido na culinária indiana, e conhecido como carê no Japão.
Para a proteína animal você pode usar frango ou carne vermelha cozida e macia, em pedaços fáceis de colocar na boca junto dos legumes que o acompanharão.
Para os carboidratos naturais, além do mesmo cuidado com o tamanho dos cortes, o ponto principal é a textura dos legumes. O ideal é que você consiga senti-los inteiros, mas não duros. Devem estar macios e tenros. Cada legume tem sua particularidade e seu ponto de cozimento. Ao usar diferentes legumes como batata, cenoura e mandioquinha (entre outros que sua imaginação quiser), eles devem ser cozidos para terem texturas complementares ou que harmonizem. É necessário tomar conta da maciez de cada um para que um não fique mais molenga ou duro que o resto. Por outro lado, legumes que não querem ser sentidos juntos, como a mandioquinha, por exemplo, podem ser levemente derretidos junto do molho carê.
Para os legumes citados, deixe a cenoura cozinhando primeiro. Quando ela ainda estiver firme coloque a mandioquinha para derreter, para logo em seguida a batata. O tamanho dos legumes deve ser o suficiente para que você consiga dar uma colherada com cada um deles mais um pedaço da carne.
Após todos os ingredientes estarem cozidos é hora de acrescentar o carê, que é o curry em pó ou pasta. Se for em pó é necessário engrossar o caldo usando amido de milho ou farinha. Tudo pode ser ajustado no fogo baixo ou até desligado. Por fim ajuste o sal.
Enquanto preparava o carê dei para experimentar uma receita nova de pão, essa ciabatta rústica, para acompanhar o antepasto de berinjela que a Mitiko fez pela segunda vez. Os ingredientes são simples e o preparo também. As proporções abaixo são para um pão pequeno para médio. Para ter uma ideia, nós acabamos com dois desses na mesma noite.
Misture tudo; primeiro o fermento com água, seguido pelo sal e por fim a farinha.
Aguarde a massa fermentar por cerca de duas horas.
Durante esse tempo, de meia em meia hora, realize uma dobra nos quatro lados da massa, girando 90 graus a cada dobra. Para evitar que a massa grude molhe as mãos antes, imergindo em água.
Ao final dessa fermentação retire o ar da massa modelando em um retângulo e enrolando como um rocambole; divida em partes se for mais de uma receita; corte as beiradas para melhorar o formato.
Fermente por mais 45 minutos (segunda fermentação).
Pré-aqueça o forno em 240 graus e passe a massa para uma forma com papel manteiga. Não deixe fermentando antes, pois irá grudar.
Asse no forno hidratado com vapor ou água por 10 minutos e em seguida abaixe para 200 graus e deixe por mais 12 a 15 minutos ou até o pão dourar.
De acordo com a autora "its so easy to make this ciabatta bread and the resulting bread is so good with crispy crust and soft crumb inside". E é verdade. A Mitiko gostou muito. Fiz duas receitas e acabou praticamente naquela noite.
# Curry Indiano Caseiro
O curry indiano caseiro dá mais trabalho de reunir todos os ingredientes do que o preparo, que são apenas dois minutos em fogo baixo misturando sempre; após esfriar é só processar tudo junto em um mixer, moedor ou liquidificador e peneirar. Dá uma olhada na lista de ingredientes:
# Camarões Potiguar (Natal, Ponta Negra) [link]
Não comemos muito e por isso para nós o melhor é ficar nas entradas. Felizmente é possível pedi-las na sala de espera e nem pegar uma mesa. Dos favoritos que tínhamos na memória sete anos atrás, o Ceviche de frutos do mar e a Bruschetta de carne de sol, apenas o primeiro sobreviveu. Mas sua versão 2023 está meio sem sal, sem graça. Não parece mais o mesmo. Acompanhei com a Pilsen feita para o restaurante, de mesmo nome, leve e refrescante.
# Lagoa de Alcaçuz (Natal) [link]
Esta lagoa é próxima de Natal e tem três barracas em volta que servem petiscos. A profundidade da água é bem rasa nos primeiros metros e é fácil de sentir a altura conforme se entra. O ambiente é bem gostoso, cercado de verde. Há redes na água e algumas atrações como caiaque pagos à parte. Como todas as praias e lagoas da região fecha cedo nessa época porque esfria cedo.
# Lagoa de Pitangui - Natal [link]
Esta foi a lagoa com a melhor estrutura que encontramos em Natal, com preço justo e variável de acordo com o tipo de lazer que você procura. Custa desde 20 por pessoa com 10 consumíveis no local até 25 para usar várias atrações, como pedalinho, tobogãs na água, caiaque, etc. Há uma equipe para cuidar da segurança de todos. Não tenho certeza se em alta temporada a fila de espera é muito grande, mas na baixa com certeza o preço vale muito a pena. Para sentar você tem a opção de mesas levemente submersas no início das águas, com peixinhos que beliscam seus pés e comem suas cutículas (mas só se você quiser). As crianças adoram. A profundidade da água vai de raso até na altura de um adulto, e há marcas do limite seguro. O cardápio não é muito caro, é o preço da região, e há várias opções, inclusive de cervejas. O espeto de camarão é uma boa pedida.
# Mangai (Natal, Centro e Ponta Negra)
Degustamos uma noite seguida da outra o Mangai do Centro e de Ponta Negra. A variedade de pratos foi bem semelhante, assim como o sabor, com pequenas diferenças. A qualidade de todo o buffet continua a mesma nas nossas memórias de sete anos atrás. Se trata de uma comida regional autêntica, feita com muito esmero, sempre fresca e com um sabor que diz algo. É um prazer cada mordida em cada pequena porção de quase qualquer comida que colocamos no prato, nem que seja um simples queijo coalho. A caipirinha de caju é bem feita. O suco de caju não é aguado, com a jarra bem servida. Pena que tiraram nossa jarra sem terminar. Não sei como funciona a regra, mas ainda estávamos nos servindo do buffet e quando voltamos à mesa jarra e copos sumiram. Por fim, o detalhe do sistema de pagamento de autoatendimento é sensacional. Simples, prático e eficiente. Mal espero por provar o mesmo buffet no mesmo restaurante que fiquei sabendo nessa viagem que existe em São Paulo.
# Mocotó (Guarulhos, SP) [link]
É a primeira vez que vamos ao restaurante mesmo. Na primeira ele estava fechado por conta de um evento e ficamos apenas no bar, nos deliciando com um drinque mais gostoso que o outro e os excelentes dadinhos de tapioca. Dessa vez provamos também o Baião de Dois e o famoso Mocofava, pelo qual ficamos apaixonados de tão saboroso. Quem gosta de fava e mocotó não pode deixar de conhecer esta receita. O atendimento é muito rápido e eficiente. A casa estava metade cheia, era início de noite. Chegamos com malas e a recepção foi extremamente gentil em deixar num canto enquanto comíamos. Ao final ficou a vontade de provar o resto do cardápio. Pena que faltou estômago. Talvez na próxima.
Fazia sete anos desde a última ida à capital do Rio Grande do Norte. Dessa vez fomos motorizados e demos uma esticada para Galinhos ver como está (está na mesma). Descobrimos que Camarões já não é mais o mesmo e que Mangai continua top. Casa de Taipa tem um cuscuz excelente (não o paulista) e passar o dia de bobeira na praia ou na lagoa beliscando isca de peixe e camarão sempre é uma boa ideia. Participamos de um quase golpe de pirâmide envolvendo cotas de quartos de hotel, sem nem usar o brinde depois de duas horas de conversa fiada. Dirigimos por 730 km em volta da região. Foram seis dias quentes e relaxantes. Chuvas esporádicas e passageiras (algumas de alguns segundos). Mais relaxante que isso foi fazer algo novo: passear de standup no meio de uma lagoa. Depois ser mordiscando por peixinhos por estar com os pés na água sentado às margens de uma água límpida. É bom pra variar.
# Reis da Rua
Eu gosto de filmes assim: verdadeiros. A verdade está nas mãos do diretor e roteirista, que filma com paixão traços que remetem ao biográfico na vida de um negro nas periferias estadunidenses. As atuações são conhecidas, mas nem por isso são muito boas. Ice Cube transforma a cena com sua cara de mal encarado autêntica. Laurence Fishburne, na época Larry, vira um Malcolm X do bem, mais pela união dos irmãos do que pela separação dos brancos. Vários detalhes dos personagens os tornam complexos em um panorama idem, além de servir de combustível e referência a Todo Mundo Odeia o Chris. O drama clichê conquista aos poucos nossa simpatia, pois quando se lida com sua verdade com coragem e disposição suficiente todos param para observar e refletir.
# Galinhos Frutos do Mar (Slow Food) [link]
Já havia um tempo que queria experimentar essa modalidade de restaurante na casa do chef. Porém, os mais badalados são bem mais caros. Esta é uma opção acessível em Galinhos, e com dois chefs! Eu gostei da experiência como um todo. Principalmente porque ela é única. Você nunca irá encontrar um restaurante como esse. A comida é boa, e nem pedimos o prato principal da casa, que é o Polvo. Porém, a experiência de estar comendo na casa dos outros é melhor. Ambos são bons de papo e a noite passou bem rápido. De repente já era meia-noite! Isso é notável para conhecer dois ilustres estranhos que cozinham e servem muito bem. Naquela noite a chef foi a Lany e foi Lorimar nos atendeu e recepcionou com algumas de suas milhões de histórias. Se for para Galinhos, reserve pelo menos uma noite com esses dois. E lembre-se de reservar, pois essa é a maneira correta de conseguir uma mesa.