# Symbolical presentations of universal ideas

Caloni, 2025-03-06 quotes> philosophy> [up] [copy]
THE Tarot embodies symbolical presentations of universal ideas, behind which lie all the implicits of the human mind, and it is in this sense that they contain secret doctrine.
Arthur Edward Waite (The Pictorial Key To The Tarot)

# Se ligue em você! (Gasparetto, Luiz)

Caloni, 2025-03-06 <books> <self> <drafts> [up] [copy]

É mais fácil se identificar e alcançar uma melhora espiritual mais incisiva acompanhando os trabalhos em áudio do médium Luiz Gasparetto, mas quis dar uma olhada em como um de seus livros é escrito. Curto, um pouco bagunçado e com seções com letras garrafais para chamar a atenção, é um estilo pseudo-brega que tenta se aproximar do público-alvo: pessoas fudidas que gostariam de um minuto que fosse de paz. Menos divertido que os áudios, não posso recomendar para muitas pessoas.

Quanto mais conhecimento você adquire acerca do seu mundo interior, mais condições possui para melhorar a sua capacidade de interferência na vida, obtendo cada vez mais realizações.
Nada do que digo me pertence, embora tenha minha forma particular de dizer.
Acredito que todo real problema que alguém possa ter reside no fato de não saber usar as ferramentas que a natureza lhe deu.
A vida é a sequência consciencial das sensações do aqui e agora.
Consciência é o fenômeno da atenção. Quanto mais lúcida e clara ela estiver, mais você conhecerá suas reais habilidades e limitações.
Você é o grande laboratório e arquiteto da sua vida.
Sufocamos nossas reais motivações e verdadeiras vocações, destruindo assim o nosso senso de vida e as razões de existir.
Ajudar-se é conhecer-se, ou seja, observar a sequência de sensações que fluem em você.
Viver só nas sensações é retornar à vida animal, como também viver só no intelecto é perder o senso da realidade.
Observar-se é prestar atenção ao que se sente.
Só no agora, quando tudo está acontecendo, é que suas observações podem ser realmente mais precisas.
Para realizar bem essa observação, é importante que você se desligue de tudo e se ligue só em você.
O seu corpo é a sua parte mais periférica e a que recebe bilhões de sensações por minuto.
Observe a postura corporal de uma pessoa que fala sempre "eu acho". Você vai perceber que a cabeça e os olhos estão sempre para cima, com um ar de quem está perdido e distante. Dá para notar que a pessoa está longe de você, não está íntima nem segura. E, se ela não está próxima, não é confiável, ou seja, não dá para respeitá-la.
No "eu sinto", a pessoa é sincera, sabe se colocar, e o outro sente confiança, respeito e segurança. Não há verdadeiro contato entre duas pessoas que estão no "eu acho", pois intimidade só pode ocorrer no "eu sinto".
A confiança e, consequentemente, o respeito que os outros possam ter por nós, vêm do fato de sentirem a energia que exalamos quando estamos no estado de segurança.
as nossas sensações existem para servirem de referencial a nossas ações.
Quando você observa as suas sensações, aprende mais do que quando observa os seus pensamentos. Porque é nas sensações que você estabelece o que é verdadeiro para sua essência.
Ao perceber as sensações, você percebe a vida em você. E vida é todo um movimento, e nós somos, literalmente, esse movimento.
Usar os outros para se direcionar e fazer deles o ponto de apoio é dar-lhes a liberdade de controlá-lo, perdendo o controle sobre si mesmo.
Cabe aqui notar que nossas sensações não são simplesmente geradas pelos estímulos externos, mas também pelos internos. Por estímulos internos, queremos dizer as sensações causadas pelos nossos órgãos, pelo nosso inconsciente e principalmente pelo que pensamos.
Observando seu próprio processo, perceba que quase tudo que sentimos tem sua origem no que pensamos e acreditamos. Sendo assim, podemos controlar o nosso sentir, mudando nossas crenças e nossos pensamentos.
Criamos, destruímos ou recriamos amebas (condicionamentos, segundo os psicólogos), conforme achamos necessário.
Estas criações têm origem na necessidade de nos defendermos do que percebemos como ameaçador, ou mesmo de arquivarmos nosso repertório de habilidades.
Se você se sufoca com as ordens e suas respectivas ameaças, acaba ficando sem liberdade para discernir com clareza e saber com segurança qual é a melhor forma de agir. Contudo, é importante saber que foi você mesmo quem criou essa ameba e o fez tentando adaptar-se às exigências do ambiente em que vivia.
O outro quer empurrá-lo para dentro, mas você, como é muito esperto, empurra-se antes. É sempre você que não se dá o direito.
Se assumirmos nossas verdades, anulamos o poder previamente dado às amebas. Porém, se inventarmos desculpas e argumentos ludibriantes, fortaleceremos ainda mais o poder delas.
Se nos distanciamos do que realmente somos, estamos nos abandonando e nos rejeitando.
a única felicidade possível é a que criamos no momento.
Aprendi a fazer o meu dia a dia melhor, hoje, sabendo que um presente bem vivido sempre garante um bom futuro.
Somos livres para escolher, mas criamos uma prisão na cabeça, uma ilusão escravista. Nós nos cegamos e nos acorrentamos às obrigações.
Responsabilidade é a nossa habilidade natural de gerar respostas para criar a nossa própria vida, sabendo que experimentaremos as consequências de nossas ações.
Em contrapartida, dar-se força para realizar as verdadeiras vontades da alma é definitivamente viver. Isto é o que chamo de vida espiritual.
O dominador impõe tarefas sem levá-lo em consideração, e o dominado se rebela, mas não o ajuda a fazer o que você realmente quer.
A dor é o alarme da alma a chamar nossa atenção de que algo que, conscientemente, estamos fazendo é prejudicial à integridade do nosso ser como um todo.
Compaixão vem de dentro para fora, vem da nossa essência, e não de fora para dentro, opressivamente como a piedade. Ela é feita de amor e compreensão, portanto, não julga nem exige nada e, se nos leva a dar algo a alguém, só nos causa prazer, mostrando com isso que nosso gesto é adequado.
Para você conseguir o que quer, não precisa se forçar, basta consultar e ter a aprovação da sua vontade interior. Mesmo assim, você precisará se exercitar, já que certas habilidades só se conquistam pelo treino contínuo e disciplinar.
Se fizer o que o jogo manda, se sentirá estressado, desconsiderado, deprimido; se não fizer, se sentirá culpado ou mesmo sofrerá as consequências de algo que negligenciou. Nos dois, você perde. Este mecanismo é a causa mais comum das doenças físicas e psicológicas.
"Eu não deveria nada, fiz o que fiz, o que considerei melhor para mim, o que tinha vontade de fazer, é assim que eu sou, eu não tenho que nada".
O ódio foi criado com a função de destruir. Deus não o criou só para machucá-lo ou agredir os outros. Se você não usá-lo como força para ter firmeza, não ficará no seu real.
Ser você mesmo é ficar do seu lado, mesmo que tenha que fazer um esforço contra o ambiente.
O ato de pensar — essa capacidade da mente de transformar estímulos energéticos em algo com forma e sentido, de transformar ondas em algo reconhecível, perceptível, ativo — é realmente fantástico.
Os símbolos são formas reduzidas da nossa vivência. Ao dar uma forma para a energia, damos também uma função.
Se você tem consciência, pode escolher manter ou não sua atenção em determinado aspecto e resistir aos estímulos indesejados.
A sua atenção está sempre presente naquilo que você dá importância. Não importa se o objeto observado é bom ou nocivo para você.
Cada vez que você dá importância a algo, você cria um pensamento padrão que automaticamente se estampa no subconsciente.
Você, consciente, é que escolhe. O subconsciente não escolhe, só aceita o que você escolheu.
Toda a nossa aprendizagem funciona por um critério de: ensaio e erro; impressão emocional ou trauma; pensamento mágico.
Livre-arbítrio é a capacidade de deixar-se impressionar, ou não, por determinados fenômenos.
Da mesma forma, hoje você pode querer que determinada situação não exista mais em sua vida; contudo, se não descobrir o programa em seu subconsciente que provoca essa situação, ela continuará sendo reproduzida eternamente. É a isto que chamo de carma.
Quando você evita esse "como", assumindo uma postura de vítima das situações, a vida amplia aquilo que você não quer ver, não para contrariá-lo, mas para ajudá-lo. Afinal é você que quer se livrar disso.
O "como" o leva à consciência do seu poder. O "como" é útil, importante e mostra o lado prático da vida, enquanto o "porquê" é só uma intelectualização que não leva a nada, procurando sempre a causa que leva a outra causa e assim por diante. Não é pelo intelecto que vamos nos conhecer melhor, mas pela prática.
A consciência sempre esteve presente, você já nasceu com ela e, portanto, você tem o poder de escolher o que quer pensar e, através de seus pensamentos, criar todas as situações pelas quais passa em sua vida.

# A Menina Sem Mãos (Sébastien Laudenbach, 2016)

Caloni, 2025-03-08 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Os irmãos Jacob e Wilhelm Grimm resgataram a origem das línguas germânicas e fundaram o estudo organizado de linguística. Coletaram a cultura e o folclore desses povos, suas crendices e valores, estruturadas em contos passados oralmente de geração em geração. Este filme é baseado em um desses contos, de difícil interpretação no mundo moderno e com uma história bruta, não-polida, que carece de sutileza e que reflete a essência desses contos antigos. Visualmente usa uma mistura entre rascunho e sombras, onde os traços marcam a presença de espírito, e a alma se mistura com as sombras, que são coloridas e mudam conforme o temperamento ou o valor dos elementos no processo (os demônios sempre de preto). Os personagens são irrelevantes, casa um receptáculo de um conceito. São os antepassados do que seriam os estereótipos.


# Ego ou intuição?

Caloni, 2025-03-11 <self> [up] [copy]

Como você sabe se é seu ego ou sua intuição no comando?

O loop

Seu ego quer que você fique em um loop; repetindo o mesmo ciclo sempre. Isso é se sentir confortável e seguro para a mente egóica, já que isso é tudo o que ela conhece.

A espiral

Sua intuição te chama para fazer mudanças graduais em sua vida que caminham em direção à evolução, desenvolvimento e transcedência. A consciência pura pode ver o passado e os ciclos se repetindo na mente e te impele a mover além do que você pensa que sabe.


# Homem de Ferro 2 (Jon Favreau, 2010)

Caloni, 2025-03-20 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Ele voa em um robô de ferro. Se eu fosse um garoto, não precisaria de mais nada para adorá-lo. A escalação de Robert Downey Jr e sua consolidação de Tony Stark como um dos principais garotos-propaganda da Marvel, usado para inserir novos personagens secundários, não poderia ser o melhor golpe de sorte que a produtora teve em seu início. E digo sorte porque ao ver os inúmeros trabalhos mornos e esquecíveis que se seguiram não é possível pensar em genialidade quando se fala de uma máquina cinematográfica cuja função não é a visão artística de super-herois idealizados dos quadrinhos para as telonas, mas simplesmente uma máquina de ganhar dinheiro, que converte fan service e efeitos visuais em bilheteria. Todos os momentos interessantes de seu universo cinematográfico são uma feliz e passageira coincidência. Neste segundo filme temos tudo o que iremos mais ou menos rever nos próximos vinte. Ele expressa a dualidade entre realismo e quadrinhos, favorece um roteiro menos ambicioso e mais burocrático, tira arqui-inimigos ressentidos da cartola, resgata o passado do protagonista com seu igualmente gênio pai (e o desafio edipiano de ultrapassá-lo em genialidade). Há tensão sexual entre heroi e mocinha facilmente quebrada pela época imediatista onde todos devem se beijar. Enfim, todo o roteiro dos próximos filmes já está aí. O resto é mudança do marketing que clama por mais ajustes vindos do feedback da crescente base de jovens fãs, muito poucos leitores dos originais.


# Big Stan Arrebentando na Prisão (Rob Schneider, 2007)

Caloni, 2025-03-20 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Se algumas pessoas possuem preconceitos (bobos) de não ver Rob Schneider atuar, o que diriam a respeito de um filme em que ele não apenas atua, como dirige! E o tema do abuso sexual que o personagem irá sofrer ao ir para a cadeia ganha uma participação no enredo que preenche quase metade do filme. É de certa forma notável o esforço de Schneider em alterar seu personagem do início, um milionário fresco, para o Big Stan do título que chega na prisão com uma autoestima bem melhor. O caminho para se chegar a esse momento é que é de gosto duvidável.


# Mary e Max - Uma Amizade Diferente (Adam Elliot, 2009)

Caloni, 2025-03-20 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Tudo em Mary & Max é construído para responder com uma ingenuidade imbatível a pergunta mais fofinha de um melancólico drama: o que é a amizade? Habitantes cada um do seu mundinho particular e distante, as cores dos dois amigos não se misturam, suas músicas possuem diferentes tons, suas idades são incompatíveis (o futuro de Mary é do mesmo tamanho que o passado de Max). Mesmo assim há algo que os une e a todos nós de uma maneira indissociável e misteriosa: a solidão e a troca de suas fascinantes descobertas no decorrer de suas tristes vidas. Presos ou na infância lúdica em suas dúvidas e descobertas, ou na velhice autista em seus pequenos desafios do dia-a-dia, as confissões entre esses dois seres tão díspares flui de uma maneira admirável graças à direção precisa de Adam Elliot que com a ajuda de seu montador Bill Murphy combinam luz (Gerald Thompson), som (Dale Cornelius) e uma arte (Craig Fison) em stop motion em sincronia com os sentimentos dos seus personagens. E a narração onisciente de Barry Humphries, que lê a troca de cartas de uma forma empolgante, quase como se conhecesse a fundo cada uma dessas almas separadamente e fizesse de tudo para juntá-las em assuntos comuns. Depois de nos conquistar completamente com personagens tão verossímeis quanto atores de carne-e-osso em um drama live action, tem a proeza de criar momentos tensos e dramáticos entre os dois mesmo mantendo a distância física que os separa. Mary & Max não consegue explicar do que são formadas as amizades, mas consegue descrever com perfeição a amizade desses dois, o que já vale por todos nós.


# Alice no País das Maravilhas (Tim Burton, 2010)

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Podemos nos divertir nessa festa inicial no mundo real ao encontrarmos características dos personagens que irão ser comparáveis ao mundo fantasioso que Alice está prestes a conhecer, o que é um dos poucos pontos originais e interessantes desta irreverente história conduzida pelo seu diretor dark Tim Burton. As informações visuais do filme é que contém as mensagens mais poderosas, mais inclusive que seus corriqueiros diálogos.


# O Escritor Fantasma (Roman Polanski, 2010)

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Um thriller onde desvendar o mistério da trama envolve recriá-la gradualmente em uma série de passos sutis, mas consistentes, que revelam em seu momento final um mosaico diferente na mente de cada espectador. A trilha sonora do começo usa sons que lembram buzina de carro (e estamos justamente na parte em que os carros tentam sair da balsa), um simples esquilo revela uma informação vital em um único quadro, a ausência de um automóvel é o que dá tom a uma perseguição e por fim, claro, a brilhante sequência do bilhete indo de encontro à primeira-dama, um dos melhores momentos no cinema naquele ano.


# O Pequeno Nicolau (Laurent Tirard, 2009)

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A fofice que funciona pela dedicação de sua direção de arte em reconstruir a época com um esmero tocante, o seu roteiro que entende a mente das crianças, e o filme também em nossa identificação quase exclusiva com o universo infantil, pois é dali que surgem as melhores piadas. Como O Pequeno Nicolau confia quase cem por cento na identificação do público com uma infância lúdica da escola se torna um sucesso imediato logo na largada. A única preocupação do filme é não errar. O resto se faz sozinho.


# O Golpista do Ano (Glenn Ficarra, John Requa, 2009)

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Jim Carrey, Ewan McGregor e até Rodrigo Santoro em personagens que acompanham as personas dos atores, desafiam a realidade dos eventos e até alguns fatos em torno da figura (real) de Phillip Morris. Atuações convincentes e uma trama que nos leva ao ápice da malandragem do que deveria ser uma comédia (certo?). E, sim, a vida real desses três sujeitos é uma comédia, mas definitivamente eles possuíam poucos momentos para rir de si mesmos. Apenas o público do cinema tem o privilégio de rir de atuações tão densas quanto ridículas.


# Almas à Venda (Sophie Barthes, 2009)

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A diretora e roteirista estreante Sophie Barthes tenta usar o conceito de alma mais ou menos como um órgão transplantado, cuja função é potencializar áreas na vida em que se é um zero à esquerda. A piada do filme, assim como Quero ser John Malkovich, é colocar um ator da vida real como personagem de uma história fictícia. Aqui Paul Giamatti interpreta… Paul Giamatti! Ele está com problemas com uma nova peça e resolve trocar de alma por uma que favoreça sua atuação. O filme ganha ritmo ao pelo menos tentar explicar como funciona a extração e o transplante de almas, mas falha em desenvolver. A forma como a alma é tratada implica em como tratamos coisas de hoje em dia de maneira completamente banal. Esta é a segunda parte da piada. Considerada algo inviolável, sagrada, logo fica bem óbvio que ela passa a ser mais um simples órgão, ou o que o valha. “Até que ponto chegamos”, exclama o ator, no que o Dr. responde "é a tecnologia, seu avanço", como se a extração de almas se resumisse apenas em um como, nunca um porquê.


# Ponyo: Uma Amizade que Veio do Mar (Hayao Miyazaki, 2008)

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A obsessão detalhista dos estúdios Ghibli em retratar as forças da natureza ao mesmo tempo humanizada e sobrenatural. A produtora japonesa é a mais gabaritada para abordar este tema. No entanto, descrever um universo fantástico e cativante vira um início onde o conflito final é criado como uma mera formalidade que tenta estender uma narrativa simples com desfecho previsível. Diferente de Meu Amigo Totoro, que inverte sua história – a fantasia é mais importante que o conflito real.


# Spartacus (Stanley Kubrick, Anthony Mann, 1960)

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Kirk Douglas, produtor executivo, substituiu o diretor original, Anthony Mann, após a primeira semana de filmagens, por Stanley Kubrick, futuro diretor controlador e perfeccionista, mas aqui seguindo ordens de Douglas. A mensagem: no fundo, todos são o mesmo escravo. E o personagem de Spartacus existe para imortalizar cada um deles. Tocante e ao mesmo tempo plausível vindo desse personagem que viveu escravo, mas possui o espírito livre. Do outro lado temos Charles Laughton como senador Gracchus, imprescindível para que tenhamos a exata noção do nível de politicagem e do porquê Roma não fazia a menor ideia de onde vinha sua gradual e inevitável queda.


# 400 Contra 1: Uma História do Comando Vermelho (Caco Souza, 2010)

Caloni, 2025-03-20 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

A ideia do filme semidocumental é traçar um paralelo entre os que foram presos defendendo suas ideologias políticas e o bando de criminosos que nasceu, se organizou e se alastrou pelo Brasil. Porém, os detalhes vão aos poucos se tornando enfadonhos, repetitivos e abarrotados de explicações que nada acrescentam. Não há nenhum personagem específico para acompanharmos. O filme também não faz questão de desenvolver algum. A história política e criminosa de um país sem políticos, nem criminosos. Apenas selvagens e a lei.


# A Origem (Christopher Nolan, 2010)

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Christopher Nolan era especialista em traduzir do roteiro para o espectador as experiências de seus personagens na tela. Por exemplo, em O Grande Truque os movimentos são tão ágeis que se assemelham a um número de mágica bem conduzido. E em Amnésia não há possibilidade de assistir sem se sentir perdido nas memórias como o protagonista. E aqui há um exercício narrativo que consegue unir todas as ideias modernas a respeito dos sonhos, mas que ao mesmo tempo se deixa levar pela metalinguagem e faz uma sutil homenagem ao próprio Cinema. Enquanto uma van capota com todos seus passageiros dormindo, uma viagem psicodélica em torno da noção de gravidade é embutida no subconsciente. Os personagens trágicos de A Origem, principalmente seu protagonista (Leonardo diCaprio) acabam emprestando um pouco do clima noir, pois seus futuros são sombrios graças ao passado sem volta. Revisto de tempos em tempos, este filme irá se mostrar muito mais rico do que apenas mais um filme de ação.


# A Lenda dos Guardiões (Zack Snyder, 2010)

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Um Ratinho Despereaux com asas e um pouco mais de ação e lindas fotografias de cenários em que é abundante a luz, seja da Lua ou do Sol. No meio de uma guerra ainda não declarada entre diferentes espécies de aves iremos conhecer a história dos dois irmãos que estão começando a se aventurar fora do ninho e seguem caminhos diferentes: um sonha com as narrativas épicas de uma espécie que dizem existir além-mar, e o outro segue o caminho das corujas nazistas. Um caráter adulto de um filme que ainda não amadureceu a ponto de contar uma história de verdade.


# Superman: O Filme (Richard Donner, 1978)

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A solenidade com o cartunesco. Cortinas vermelhas na apresentação. Marlon Brando escalado para ser o pai de Deus. Você vai acreditar que o homem voa, usa capa e nas horas vagas é um jornalista patético do Planeta Diário. Seu vilão é um careca brilhante que oscila entre a picaretagem e a megalomania. Os sentimentos de Superman são pessoais, mas indiretamente ele acaba por firmar um pacto com os seres humanos e o seu destino. Uma mensagem de amor e esperança sem religião ou filosofia, mas há algo de divino na interpretação de Christopher Reeve que ecoará para sempre na figura do carismático personagem. Como um filme, complicado de se defender no momento atual e seus efeitos visuais mágicos e o cinismo ao nível estratosférico. Quem defenderá um ser que veste suas cuecas por cima das calças? Esta é uma missão para, e apenas para, o homem de aço.


# Os Mercenários (Sylvester Stallone, 2010)

Caloni, 2025-03-20 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Uma gangue de atores milionários que em seus devidos personagens unidimensionais lideram verdadeiras operações de guerra por uns trocados. Se como espectador sua obsessão por sangue é estética, sexual ou sádica, esse é seu filme. Porém, deixe os miolos do cérebro fora do cinema; eles podem explodir.


# É melhor manter binários de teste no código-fonte?

Caloni, 2025-03-22 <code> [up] [copy]

Esta é uma das questões da semana com que me deparei. Sinceramente não gosto de soluções que envolvem dependências fora do domínio do controle de fonte, mas por outro lado me parece feio e não muito escalável manter os binários necessários no controle de fonte. Sim, existem "soluções" como Git LFS, que no fundo é uma maneira educada de manter os mesmos procedimentos para organizar o código-fonte no controle e "junto" seus binários (que no fundo estarão em algum repositórios de arquivos da AWS, por exemplo).

Independente de onde ficam os binários, escrevendo uns testes unitários decidi levar o conceito de manter os recursos do teste o mais próximo possível colocando os binários não apenas no sistema de arquivos, mas também dentro dos recursos do executável Windows. Ao longo do teste eu extraio estes recursos para o sistema de arquivos e rodo o teste como se os arquivos sempre estivessem lá, na mesma pasta do executável.

// Keep updated with Test.
ID_101 BIN "resources\\binary.dll"
ID_102 BIN "resources\\binary.exe"
//...
const std::vector<ResourceIdFileName> Resources =
{ 
  { ID_101, "binary.dll" },
  { ID_102, "binary.exe" },
  //...
bool ExtractResourceToFile(const ResourceIdFileName& resource)
{
    HMODULE hModule = GetModuleHandle(NULL);
    HRSRC hRes = FindResource(hModule, MAKEINTRESOURCE(resource.id), RESOURCE_TYPE);
    if (!hRes) return false;
    HGLOBAL hResData = LoadResource(hModule, hRes);
    if (!hResData) return false;
    DWORD dataSize = SizeofResource(hModule, hRes);
    if (!dataSize) return false;
    void* pData = LockResource(hResData);
    if (!pData) return false;
    std::ofstream outFile(resource.fileName, std::ios::binary);
    if (!outFile) return false;
    outFile.write(reinterpret_cast<const char*>(pData), dataSize);
    return true;
}

# Kill Bill (Quentin Tarantino, 2003)

Caloni, 2025-03-22 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Quentin Tarantino é um diretor pop e cult, e uma coisa o levou à outra. Sendo sua faculdade de cinema a locadora de filmes onde trabalhava viu o valor dos filmes de artes marciais para a cultura pop e trash dos anos 70 e 80. Se juntarmos ambos os universos teremos Kill Bill, onde o absurdo das situações da história não poderia ser mais estilizado. O início em preto e branco evidencia a crueldade milimetricamente calculada com que A Noiva é almejada, enquanto o uso de anime, além do seu aspecto agressivamente expressivo, explora o absurdo das mortes e do sangue jorrando das vítimas de golpes de espada da futura cena no Japão. Mesmo apelando quase todo momento para a violência, ela é menos visceral que em Cães de Aluguel ou mesmo Pulp Fiction, apesar de aqui também fazer parte da natureza de seus personagens, como demonstrado na conversa sobre Superman – outro momento a pedir carona no pop. Em Kill Bill a ação adquire um tom mais surreal e cerimonioso que os filmes anteriores do diretor, o que lembra mais o estilo oriental. Ele seria uma grande homenagem de quatro horas a este cinema se não fosse por ordens comerciais mutilado em duas partes e lançado em um espaço de meses no cinema. O segundo volume apresenta um gigantesco hiato e destaque para o treinamento da Noiva por Pai Mei, o que será importante para entender toda a ira da assassina profissional quando ela reencontra uma de suas desafetos.


# Baarìa - A Porta do Vento (Giuseppe Tornatore, 2009)

Caloni, 2025-03-22 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

A história da antiga Itália de acordo com seu biográfico diretor, seu nascimento como fascista, seus movimentos social-comunistas e o seu fim. Tornatore usa a tela inteira para apresentar paisagens de tirar o fôlego, seja da cidade-título quanto os pastos sem fim, resquícios que remetem ao Cinema Paradiso. Uma trilha sonora evocativa, movimentos de câmera circulares, um garoto que vê negativos de filmes de cinema, a figura que sempre fica na praça, o corte de rosto jovem para o mais velho. São tantas semelhanças que viram a assinatura de um cineasta preso em sua nostalgia. Narrado em um ritmo que começa enlouquecedor e aos poucos vai se abrandando, a história possui uma unidade, apesar de fragmentada, e conta a evolução das pessoas, da cidade e do próprio país através dessas sensações, sempre voltando na rua principal e sua praça. A fábula de uma Itália adormecida pela época autoritária.


# Moscou Bélgica (Christophe Van Rompaey, 2008)

Caloni, 2025-03-22 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Uma longa história onde veremos, com nossos olhos incrédulos, a maneira deliciosa que a narrativa nos conta a transição improvável de uma mulher recém-separada que está literalmente acabada na primeira cena, no corredor escuro e fechado, vista de alto pela câmera e por nós, fazendo compras no supermercado, e a outra completamente diferente, radiante, caminhando em direção ao nascer do sol do lado dos trilhos, abertos e livres. É o poder do cinema em transformar a realidade de um universo e as pessoas que o habitam com edição, ângulo e luzes. Ah, e atuação.


# O Último Exorcismo (Daniel Stamm, 2010)

Caloni, 2025-03-22 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Um O Exorcista invertido. O padre usa a religião como um meio de ganhar a vida e o pseudo-documentário busca mostrar um exorcismo sendo feito e mostrar como tudo é fajuto. A primeira parte do filme de fato soa mais como um documentário real, mas chegando na segunda ele pressupõe que uma menina está realmente possuída. Porém, nunca revelando um teor sobrenatural de fato, o filme brinca muitas vezes com o improvável sem se revelar forçado. Por fim, era questão de tempo para ele se revelar mais um da série Atividade Paranormal ao exagerar na narrativa e nos efeitos. Os espectadores entraram na sala por isso. Você não entregar geraria a mesma revolta da sessão em que estive de A Bruxa de Blair, onde após a última cena dezenas de pessoas jogaram suas pipocas para a tela.


# Wall Street: O Dinheiro Nunca Dorme (Oliver Stone, 2010)

Caloni, 2025-03-28 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

De um lado a narrativa de acontecimentos comuns em crises financeiras listadas uma a uma. De outro, o destino imprevisível dos personagens orquestrado pela teoria do caos. Apresentando o dilema de uma filha que não se decide se gosta do pai, do dinheiro ou de ambos, o filme vai se esvaindo da sua premissa e perdendo seus personagens, também um a um. Resta o documentário de uma crise.


# Tropa de Elite (José Padilha, 2007)

Caloni, 2025-03-28 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

A história conta sobre o Batalhão de Operações Especiais da polícia do Rio de Janeiro, uma cidade em eterna guerra com os traficantes. Aborda vários esquemas de corrupção e o treinamento dos policiais de elite que integram o batalhão conhecido pela sigla BOPE. Capitão Nascimento, protagonista absoluto, fascista de carteirinha e adorado por todos os brasileiros, demonstra um trabalho denso e coeso de deu performer, o ator esquerdinha Wagner Moura, no que pode ser descrito pela fauna nacional como o maior tiro na culatra que o cinema brasileiro já viu. Uma pessoa de carne e osso, que sofre de estresse, tem problemas na família e tenta fazer o melhor com as armas ao seu dispor. Toda a ação e violência do filme nos remete para este personagem, que encarna de maneira condensadora todas as questões em pauta em um filme tão rico de conteúdo quanto de visões de um mesmo problema. A história narrada em caráter imediatista por seu diretor José Padilha reacende uma velha discussão sobre segurança pública e o papel da sociedade, onde cada ação desencadeia outra. Longe de ser um esquema maniqueista de mocinho versus bandido que gostaríamos que fosse, Tropa escancara um problema no fundo de todos nós, traficantes ou não, policiais ou não, corruptos, certinhos, ricos e pobres. E ao mesmo tempo mostra como é bom dar uns tabefes nessa renca de alienados e meliantes.


# Glossário com Correspondências de Cartas de Tarô

Caloni, 2025-03-29 tarot <drafts> [up] [copy]

O melhor app de Tarot possui descrições em inglês e nem sempre elas são com palavras do dia-a-dia. Por isso usei o ChatGPT para me ajudar com a elaboração de suas descrições em inglês, a relação de cartas (WIP) e para ver se aprendo palavras novas.

1. Actionable – O Mago

Capacidade de agir, colocar ideias em prática.

2. Allegiance – O Hierofante, Dois de Copas

Compromissos, alianças espirituais ou emocionais.

3. Amidst distractions – Sete de Copas

Confusão diante de várias opções e distrações.

4. Blazing – O Sol, Cavaleiro de Paus

Intensidade, energia vibrante, clareza flamejante.

5. Bursting – Dez de Copas, O Sol

Transbordamento emocional, alegria.

6. Calm demeanor – Temperança, Rainha de Copas

Controle emocional, serenidade.

7. Chariot – O Carro

Determinação, movimento e conquista.

8. Charioteer – O Carro

A própria figura do condutor, domador de forças.

9. Check in with yourself – O Eremita

Reflexão interior, autoavaliação.

10. Clarity – As de Espadas, O Sol

Lucidez mental, verdade revelada.

11. Clinging – Quatro de Ouros, O Diabo

Apego, controle, medo de soltar.

12. Clean slate – A Morte, O Louco

Recomeço, deixar o velho para trás.

13. Compassionate – Rainha de Copas

Empatia, coração aberto.

14. Composure – Temperança, Justiça

Equilíbrio, controle sereno.

15. Contrarieties – Cinco de Espadas, Cinco de Paus

Conflito, oposição, desentendimentos.

16. Decluttering a closet – A Morte, Quatro de Espadas

Eliminar o excesso, simplificar.

17. Deep-seated desires – O Diabo, A Lua

Desejos inconscientes ou reprimidos.

18. Delve into profound life themes – O Eremita, A Sacerdotisa

Exploração espiritual, busca interior.

19. Delving deep – O Eremita, A Lua

Mergulhar nas profundezas da psique.

20. Delving into emotions – Rainha de Copas, Sete de Copas

Explorar sentimentos complexos.

21. Demeanor – Rainha de Ouros, Justiça

Atitude visível, presença.

22. Despair – Três de Espadas, Cinco de Copas

Dor emocional, tristeza profunda.

23. Ebb and flow of emotions – Lua, Sete de Copas

Oscilações sentimentais.

24. Endeavours with steadfast reliability – Oito de Ouros, Cavaleiro de Ouros

Esforço contínuo e confiável.

25. Endurance – Nove de Paus, Força

Resistência, persistência diante da dor.

26. Enterprising – O Mago, O Louco

Iniciativa, espírito empreendedor.

27. Entrapment – O Diabo, Oito de Espadas

Sensação de prisão, vícios ou limitações mentais.

28. Falling away – A Morte, Oito de Copas

Desapego, afastamento emocional.

29. Feisty – Rainha de Paus, Cinco de Paus

Coragem combativa, personalidade forte.

30. Fickle – Dois de Ouros, Cavaleiro de Paus

Instabilidade, mudanças rápidas.

31. Fostering contemplations – A Sacerdotisa, O Eremita

Cultivar reflexão, meditação.

32. Fostering your desires – O Diabo, Nove de Copas

Dar forma aos desejos, indulgência.

33. Foster – Rainha de Ouros, Três de Ouros

Nutrir e desenvolver com cuidado.

34. Fruitful investment or venture – Sete de Ouros, Três de Ouros

Retorno positivo após esforço.

35. Fulfillment – Dez de Copas, Nove de Copas

Satisfação plena, realização emocional.

36. Fulfilling – Nove de Copas, Dez de Copas

Sentimento de que algo valeu a pena.

37. Gentle ebb – Seis de Copas, Quatro de Espadas

Calmaria emocional.

38. Give in – O Diabo, Dez de Paus

Ceder à pressão ou tentação.

39. Goodness – O Sol, Estrela

Virtude, inocência, benevolência.

40. Grounded – Rei de Ouros, Rainha de Ouros

Enraizamento, senso prático.

41. Grounded decisions – Justiça, Cavaleiro de Ouros

Decisões racionais, realistas.

42. Grounded in its essence – Rainha de Ouros, Imperatriz

Alinhamento com a natureza interna.

43. Grounding – Rainha de Ouros, Quatro de Ouros

Estabilidade emocional/material.

44. Harness – O Carro, O Mago

Canalizar e utilizar forças internas.

45. Harnessing your drive – O Carro, Cavaleiro de Paus

Motivação canalizada.

46. Harnessing your power – Força, O Mago

Domínio interior.

47. Heartfelt gesture – Seis de Copas, Cavaleiro de Copas

Gesto sincero e emocionalmente significativo.

48. Hinder – Cinco de Paus, Oito de Espadas

Obstáculos ou autoimposições.

49. Hoarding – Quatro de Ouros

Apego ao material, medo de perder.

50. Immediate surroundings – Quatro de Ouros, Nove de Ouros

Ambiente físico próximo, estabilidade.

51. Inner fortitude – Força, Nove de Paus

Coragem e perseverança.

52. Inner guidance – A Sacerdotisa, O Eremita

Intuição, sabedoria interna.

53. Inner landscapes – A Lua, A Sacerdotisa

Mundo emocional interno.

54. Inner realm – A Lua, A Sacerdotisa

Reino psíquico ou inconsciente.

55. Inner sovereignty – A Imperatriz, A Sacerdotisa

Autonomia interior.

56. Innermost emotions – Rainha de Copas, A Lua

Sentimentos profundos e ocultos.

57. Joyful exploration – O Louco, Três de Copas

Descoberta alegre, leveza.

58. Lack of grounding – Sete de Copas, O Louco

Dispersão, ausência de base sólida.

59. Lingering – Seis de Copas, Sete de Ouros

Persistência no tempo, nostalgia.

60. Litigation – Justiça, Rei de Espadas

Assuntos legais, imparcialidade.

61. Material endeavors – Rei de Ouros, Dez de Ouros

Empreendimentos focados em estabilidade material.

62. Maturing – Rei de Ouros, O Eremita

Crescimento, evolução pessoal.

63. Nudges you – O Louco, O Julgamento

Chamado interior, impulso a agir.

64. Nurture and grow – A Imperatriz, Rainha de Ouros

Cuidado e desenvolvimento.

65. Nurturing – A Imperatriz, Rainha de Copas

Cuidado afetivo, acolhimento.

66. Outlook – Três de Paus, Estrela

Visão de futuro, expectativas.

67. Page – Todas as cartas de Pajem (Copas, Espadas, Paus, Ouros)

Mensageiro, aprendiz.

68. Part ways with – Oito de Copas, A Morte

Despedida, liberação.

69. Past burdens – Dez de Paus, Cinco de Copas

Cargas emocionais antigas.

70. Pent-up – Oito de Espadas, Nove de Paus

Repressão emocional ou mental.

71. Petrifaction – A Lua, O Diabo

Paralisia emocional.

72. Propelling yourself forward – O Carro, Cavaleiro de Paus

Avanço com energia.

73. Quarrel – Cinco de Paus, Cinco de Espadas

Discussões, conflitos.

74. Realms of emotion – Rainha de Copas, A Lua

Mundos emocionais internos.

75. Realms of fantasy – Sete de Copas, A Lua

Ilusão, imaginação.

76. Releasing and clearing – A Morte, O Julgamento

Liberação e purificação.

77. Roar of willpower – Força, O Carro

Afirmação intensa da vontade.

78. Ruthless – O Diabo, Rei de Espadas (negativo)

Frieza, dureza implacável.

79. Sanctuary – O Eremita, Quatro de Espadas

Refúgio, espaço de cura.

80. Self-absorbed – O Diabo, Nove de Ouros (sombra)

Egocentrismo, excesso de foco no eu.

81. Sham fight – Cinco de Espadas, Sete de Espadas

Conflito ilusório, lutas falsas.

82. Shedding of the old – A Morte, O Louco

Renovação, liberação de padrões antigos.

83. Shews prosperity – Dez de Ouros, Nove de Ouros

Exibição de abundância.

84. Soothe – Temperança, Estrela

Acalmar, curar.

85. Soothe your emotions – Rainha de Copas, Temperança

Cuidar do coração.

86. Somber – Cinco de Copas, Três de Espadas

Tristeza, melancolia.

87. Stand out – O Sol, Seis de Paus

Brilhar, destacar-se.

88. Stifled – Oito de Espadas, Quatro de Espadas

Repressão, sufocamento.

89. Succour – Estrela, Seis de Ouros

Ajuda compassiva, amparo.

90. Summoning courage – Força, O Louco

Coragem para agir.

91. Surge – O Carro, O Sol

Explosão de energia ou ação.

92. Sorrowful – Cinco de Copas, Três de Espadas

Dor emocional.

93. Swayer – A Lua, Dois de Ouros

Instabilidade, ser facilmente influenciado.

94. Trickery – Sete de Espadas, O Diabo

Engano, manipulação.

95. Turmoil – A Torre, A Lua

Caos interno, confusão.

96. Upheaval – A Torre, Dez de Espadas

Colapso ou transformação súbita.

97. Wellspring of feelings – Rainha de Copas, As de Copas

Fonte emocional profunda.

98. Withholding your thoughts – Dois de Espadas, A Sacerdotisa

Reservar pensamentos, silêncio interior.


# Comer, Rezar, Amar (Ryan Murphy, 2010)

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Puro êxtase turístico em um filme que apresenta suas locações com propósitos marketeiros. O máximo que conseguimos extrair dessa experiência é como existem lugares bonitos para conhecer no mundo e como seria bom ter um limite maior no cartão de crédito. O lado espiritual do filme nos mostra o quão valiosas são ações hoje vistas como triviais, e até mesmo como perda de tempo. Vivemos em uma sociedade cujo objetivo é otimizar o escasso tempo em momentos unicamente prazerosos, despidos de significado. A ironia é um filme comercial sobre viagens salpicadas de prazer nos dizer isso. A única parte espiritual, a meditação na Índia, soa como propaganda da nova era.


# A Letter to Elia (Kent Jones, Martin Scorsese, 2010)

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As opiniões de Scorsese e Kazan às vezes são confrontadas, como se ambos estivessem tendo um diálogo impossível, como ele mesmo coloca no final. O filme acaba revelando muito mais sobre o próprio Scorsese, sua visão estilística dos filmes do colega e suas motivações como diretor, do que propriamente revelações sobre o destinatário da carta cuja ideia inspirou o filme. No entanto, o quão prazeroso não seria “assistir” cartas entre cineastas talentosos como se fossem cientistas do século 16 trocando impressões sobre a realidade em que vivem.


# Curva do Destino (Edgar G. Ulmer, 1945)

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Um homem que busca se encontrar com sua mulher. Ele vai de carona em carona, de NY para LA. Encontra um homem que morre no carro. Esconde o corpo e encontra uma mulher. Descobrem que o pai do sujeito, milionário, morreu, deixando toda sua fortuna para o filho. Ele acidentalmente a mata com o fio do telefone. Deixando esse passado para trás, o nosso protagonista vaga sem destino. Como um dos primeiros filmes noir, a experiência de Detour é intensa dentro de uma história corriqueira. Dramática em seu âmago, sentimos pelo destino de seus personagens, pois sabemos que, de uma forma ou de outra, não haveria final feliz para eles. A situação vai se complicando aos poucos, até chegarmos no beco sem saída que a vida desse homem simples que não tinha nada de errado começar a desmoronar. Vemos isso com uma grande empatia pelo sujeito, que é um simples mortal sendo levado pela enxurrada de acontecimentos. Poderia acontecer com qualquer um.


# Bróder (Jeferson De, 2010)

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O estreante diretor Jeferson De, cuja sessão na Mostra de SP em que estava presente tive o privilégio de participar, inicia com uma grande sequência sem cortes em que “Macu” desce a ladeira de sua casa pelos becos e ruas do bairro; elementos que trazem identidade à vida de classe pobre da capital paulista, como garrafas de cerveja dentro de uma sacola de feira, ou a simpatia de benzedeira. Escolhendo uma fotografia cinzenta para o Capão Redondo e uma coloração mais viva para o resto das locações, a morte no bairro periférico faz parte de uma rotina que não assusta mais seus moradores. Essa história poderia acontecer em qualquer lugar, com qualquer um; ninguém ficou sabendo, e ninguém nunca sabe.


# O Mágico (Sylvain Chomet, 2010)

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Novo longa de Sylvain Chomet, o mesmo diretor de As Bicicletas de Belleville. Foi baseado em um roteiro de Jacques Tati (do clássico Meu Tio). Um roteiro escrito com pureza no coração dirigido por alguém com o controle do surreal não é bom sinal. A primeira metade é deslumbrante pela direção de arte que compõe quadros inspirados de belas cidades e teatros em que o velho mágico se apresenta. Aos poucos percebemos ser uma comédia baseada em coincidências ingênuas, descobrindo aos poucos a magia daquele pequeno universo criado para contar a história desse mágico decadente e sua fuga da triste realidade que as pessoas não gostam mais de mágicos. Já na segunda metade tudo começa a ficar confuso, pois já não nos interessamos mais pelos personagens que no início nos encantavam. E isso talvez seja, ou não, o reflexo do próprio mágico que as pessoas já não querem mais.


# A Suprema Felicidade (Arnaldo Jabor, 2010)

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Comecemos por Baarìa - A Porta do Vento, de Giuseppe Tornatore, onde o cineasta sacrifica a clareza narrativa em prol de um bem maior: sua visão autobiográfica. Traçando um objetivo similar, o último trabalho de Arnaldo Jabor, depois de mais de vinte anos sem dirigir um filme, emociona mais do que o exemplo italiano mesmo sendo galhofa e um novelão. O seu universo quer soar autêntico, mas o resultado é puro teatro chinfrim, como nas conversas sobre futebol ou o uso de gírias contemporâneas; detalhes que servem unicamente como curiosidade histórica. A Suprema Felicidade poderia muito bem ter sido uma Baarìa nacional, representando no Rio de Janeiro o coração de todos os habitantes do Brasil, mesmo com todos seus defeitos. Mas a rima final que Tornatore aprontou para o filme italiano faz falta no seu irmão tupiniquim, em uma conclusão com cheiro de esgoto carioca da década de 30.


# Cargo (Ivan Engler, Ralph Etter, 2009)

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Começa como Aliens - O Resgate e termina como Matrix. Cai no lugar comum de passeios contemplativos pelo cenário com trilhas sonoras igualmente batidas. O roteiro escrito a 8 mãos – nunca um bom sinal – flerta perigosamente com seus segredos. Uma bela mulher passeando por um campo de trigo. Uma fria e gigantesca nave no espaço vazio. O tédio impera no espaço. Quando não estão congelados para economizar tempo de vida, os passageiros nitidamente passam muito tempo sem fazer absolutamente nada. A única coisa pelo qual esperam é a reviravolta óbvia do filme.


# Atividade Paranormal 2 (Tod Williams, 2010)

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Quem nunca saiu sorrateiramente do recinto ao presenciar uma panela caindo inexplicavelmente por duas vezes seguidas? A série Atividade Paranormal se escora no seu gênero fácil de found footage e simplesmente encadeia filmagens realizadas de forma caseira e que relatam acontecimentos verdadeiramente inexplicáveis. Felizmente, o filme alcança pelo menos esse objetivo, e com uma boa tensão e explicações plausíveis, como o espectador moderno gosta. Tendo no início a casa invadida, a família decide instalar câmeras de segurança para sua proteção, em especial do bebê do casal, que adiciona fragilidade e vulnerabilidade ao ambiente. Partindo de uma quase paranoia, essas câmeras espalhadas por toda a casa passarão aos poucos essa sensação para nós mesmos, que iremos tentar dia e noite localizar qualquer fato anormal registrado por elas. Uma câmera caseira, usada quase sempre para gravar os primeiros passos de Hunter, o bebê mencionado, proporciona um pouco mais de dinamismo nas cenas, como quando a mãe filma o quarto, uma cena que inicia pela câmera de segurança e termina comandada por suas mãos. Mesmo com limitações para esse tipo de criação, é um bom sinal que o filme confie na capacidade do espectador de criar as sequências em poucos ângulos. Mesmo que a conclusão dessa história (que não vou revelar aqui) peque pelo excesso, ela consegue convencer ao ponto de encontrarmos ligações com o primeiro filme, em uma espécie de lupa que não aumenta apenas o significado da história, mas a sensação de desconforto em sair da sala de projeção. É o cinema parque de diversões.


# Um Homem Misterioso (Anton Corbijn, 2010)

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O tiro que ele dá na cabeça da amante, além de impactante, dá o tom exato da vida desse homem do título, que deve sempre se manter fechado para o mundo, um anônimo eterno. A neurose do personagem é transmitida diretamente para nós, nos deixando em constante tensão. Então nós tentamos, juntando pistas aqui e lá, entender a vida do protagonista até o último corte, que chega a ser poético, pois foca, mas bem de leve, uma borboleta de uma outra cena subindo ao céu, finalmente livre para escolher seu próprio rumo. Um significado inusitado para um filme de matador de aluguel.


# Muita Calma Nessa Hora (Felipe Joffily, 2010)

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Mari é constantemente assediada por seu chefe na agência publicitária onde trabalha; cansada de ser confundida com uma mulher fácil, decide não ficar mais com homem nenhum. Tita é a mulher certinha, virgem de um homem só (o marido), mas que encontra seu noivo com outra em seu apartamento e, desacreditada, decide esquecer esse negócio de monogamia e partir para tirar o atraso. Aninha, uma eterna indecisa, já trancou sete vezes a faculdade por nunca ter certeza do que quer fazer; sim, ela concorda com ambas as amigas; ao mesmo tempo. Com uma introdução rápida como nas comédias de televisão e um ritmo eloquente com a juventude das personagens que favorece os diálogos com muitas palavras, Muita Calma Nessa Hora pelo menos não é chato, e até tenta ser diferentão, com trilha sonora e legendas a la Tarantino. É um bom lero-lero de pseudo-conflitos existenciais no saquinho de pipoca.


# O Encouraçado Potemkin (Sergei Eisenstein, 1925)

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A intensidade com que a ação no clássico do cinema mudo é filmada faz o filme de ficção se confundir com um documentário em tempo real. A cena da escadaria, como não poderia deixar de ser, é belíssima por resumir tão impecavelmente o massacre dos povos na época czarista, além de explorar de forma tocante o pseudo-documentário pró-revolucionário que Eisenstein nos apresenta. Uma peça digna de ser revista.


# Senna (Asif Kapadia, 2010)

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De que são feitos os herois? Como uma pessoa cresce internamente e transparece externamente, ou como alguém que faz a diferença. O que vemos no início do documentário é um ser humano em seu estado latente, habilidoso no que sabe fazer (correr), mas ainda inapto para sobreviver nas agruras do jogo de dinheiro e poder que ocorre na nata da indústria automobilística. O uso da montagem a partir de filmagens de diversas origens, como as câmeras das corridas e videos amadores dos bastidores das equipes faz com que a narrativa adote uma estrutura de mosaico que funciona com uma fluidez admirável, ainda mais ao percebermos que nada daquilo foi produzido para o filme. Um esforço consciente e elaborado em construir ao mesmo tempo a psique do seu personagem-título, acompanhar seus erros e acertos que irão culminar na evolução do seu próprio caráter. É na busca incessante pelos seus objetivos que o documentário converge para drama, que personagem vira protagonista, que protagonista torna-se heroi por uma simples mensagem para levar para a vida: Senna nunca, durante toda a carreira, havia abandonado os princípios que o guiaram do começo ao fim em busca do que faz um verdadeiro piloto, esteja ele onde estiver: correr o mais rápido que puder.


# A Ilha dos Mortos (George A. Romero, 2009)

Caloni, 2025-03-30 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Explorando ideologicamente outros temas em volta de zumbis, duas famílias discordam sobre o que fazer com os mortos-vivos. A primeira mata a todos. A segunda os mantém em cativeiro até entender por que querem comer os humanos vivos. Ambos os lados convivem na ilha-título em um tom épico e bíblico, como se houvesse uma filosofia profunda em torno disso. O ser humano aqui não é valorizado; nem os vivos, menos ainda os mortos, que estão disponíveis para aparecerem como alvos das armas mais bizarras e criativas já criadas para matar um morto, como uma salsicha em um garfo. A conclusão pseudo-intelectual é que não importa o lado que estamos: sempre haverá lados que ergueram bandeiras por causas no futuro esquecidas. O que resta é brigar pela bandeira.


# Fôlego (Kim Ki-duk, 2007)

Caloni, 2025-03-30 v2 <cinema> <movies> <miniviews> [up] [copy]

Quando perdemos o sentido da vida tudo em nossa volta perde junto. Um condenado à pena capital por matar a mulher e duas filhas encontra um eco para o que está sentindo: uma esposa com marido e uma filha. O marido a trai e isso a deixou deprimida ou vice-versa. O criminoso tenta acabar com sua própria vida antes do Estado cumprir com seu dever legal e fica sem voz, literal e metaforicamente. Era apenas o que faltava para esses dois seres encontrarem semelhanças o suficiente para se envolverem. Fôlego não deixa fácil desvendá-lo porque o espectador não deseja, no fundo, fazê-lo. Seria amoral demais encontrar sentido em um assassino de família. Uma esposa insatisfeita em busca de conexão com outra pessoa, com o seu passado, é algo mais mundano e até fácil de se relacionar.


# Primavera, Verão, Outono, Inverno... e Primavera (Kim Ki-duk, 2003)

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Kim-Ki-Duk talvez seja o único cineasta capaz de contar essa história sem resistir à tentação das respostas fáceis deste filme simples, mas que você precisa interpretar. E no preciso momento em que o estiver vendo saberá do que se trata, mesmo que ninguém diga. Palavras são inúteis frente a imagens poderosas. A simplicidade está sempre acima do sobrenatural, mas o sobrenatural é o caminho pelo qual nossa percepção dos eventos será guiada. Apenas a identificação do sofrimento humano que universaliza esta parábola sobre a existência. Uma maneira do filme nos aproximar da filosofia budista. Como espectadores não há presente melhor do que um filme que não se explica, tal como a vida, pois é da experiência de assisti-lo que encontramos a paz e a ordem.


# Três Homens em Conflito (Sergio Leone, 1966)

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Esse faroeste de Sergio Leone se passa durante a Guerra da Secessão, e por isso mesmo, com muitas pitadas de realismo nas cenas junto dos absurdos hilários a que estamos acostumados em filmes do gênero. E fora os enquadramentos magníficos na maior widescreen que o cinema já teve e que nos submerge nesta realidade agreste. Ao mesmo tempo, a trilha sonora principal de Morricone lembra a de um animal que ouvimos de longe no deserto onde se passa a trama. O uso constante de ângulos inusitados, câmeras giratórias magníficas por todos os lados que fazem rima com a montagem que oscila entre o tenso e o cômico – a atuação de Tuco, uma delícia à parte, com sua ingenuidade e ignorância, mas também maldade e malícia.


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