# Experimento Starbucks
Caloni, 2024-11-10 coffee [up] [copy]Colecionei impressões dos cafés vendidos na icônica (e às vezes polêmica) cafeteria que é uma das minhas favoritas quando o assunto é torrar bem o café pra não ter chance de achar imperfeições. Seus rótulos são sempre no mesmo estilo com variações nas sensações terciárias, as que surgem após a queima e estão mais relacionadas à torra em si que ao grão original.
Em 2015-09-07 (no sítio do 7 de setembro) achei um pouco fraco, corpo médio, combina perfeitamente com bolo de chocolate. Já em 2016-11-21 senti um aroma muito forte, sabor muito equilibrado. Tem uma hora que enjoa. Mas em 2019-04-20, em prensa francesa, parece o café mais equilibrado e delicioso da Starbucks. Sua torra é linda, brilhante. Seu gosto é de um amargo que abraça devagar e logo solta. Suas notas aromáticas são simples, como deve ser o café da manhã.
Em 2022-08-09 escrevi: a torra é o segredo. Intensa, traz sabores amendoados. Um amargor inebriante.
Este é o café padrão usado nas cafeterias em São Paulo e eu acho ele um bom exemplar de café brasileiro mais fraco, apesar de passar longe dos outros cafés. Em 2018-12-13 achei muito melhor feito em casa na minha aeropress entre 25 e 35g, temperatura pré-fervura. Seu amargor é típico das safras nacionais com torra forte, que se afasta do bordô famoso nas zoropa, e se aproxima dos cafés queimados das esquinas do centro.
Este era o meu favorito por um bom tempo, em 2017-01-08 achei ele amadeirado (ou tânico); doce sem ser enjoativo e sem nenhuma acidez.
Em 2022-06-25 surgiu a questão: por que gosto desse café da Starbucks? Ele não é frutado nem doce nem dark. Justamente por isso. Seus traços de vegetal e sua falta de acidez e um certo teor alcalino é uma mudança de ares bem-vinda. Não espere mais do mesmo.
Eu gosto bastante desse café da Starbucks, mas essa safra de 2022 na Aeropress tá dose de acertar. Está bem intenso o amargor. Já estou usando menos pó com uma moagem mais grossa e com menos tempo de infusão e ainda assim está bem marcante. O sabor no Aeropress é tão intenso que acho difícil encontrar detalhes exceto amargor e corpo intenso. No coador de pano no nível 9 de moagem e com 4 minutos de infusão o nível ficou bem próximo do ideal, com a intensidade do sabor, mas talvez com o corpo ligeiramente mais leve. Não sei se isso é um problema.
Usado para os espressos da cafeteria, mas vendido para quem quiser experimentar em casa. Em 2017-02-02 o achei encorpado, o que evita ficar enjoativo; há permanência na boca e pouca gordura (seja lá o que isso quer dizer de um café).
O Christmas Blend Expresso Roast de 2016 consegue ser doce sem ser enjoativo.
O Casi Cielo de 2017 é amadeirado e um pouco enjoativo, mas pouco ácido, com amargor mais acentuado que o doce.
Kati Kati é um blend africano. Provado em 2017, achei mesmo um blend aparentemente africano; ele é picante, um pouco amadeirado, mas muito forte e amargo e um tanto áspero para ser do dia-a-dia.
Ainda do mesmo continente tem esse Africa Kitamu (também de 2017) que lembra meio água suja com pouco pó; tem aquele doce oleoso típico da Starbucks, o corpo leve, sem amargor; apenas o gosto da torra; levemente enjoativo, mas igualmente viciante. Uma combinação OK junto do pão na chapa de manhã.