# On Being A Senior Engineer (John Allspaw)

Caloni, 2025-05-14 <computer <reading <blogging [up] [copy]
Nothing they make will ever only be in their hands, and that good peer review is what makes better design decisions. As it’s been said elsewhere, they “beg for the bad news.”
The degree to which other people want to work with you is a direct indication on how successful you’ll be in your career as an engineer.
We need to get tougher skin and be able to receive critique through a lens that attempts to eliminate personal focus.
See also (...) #2 and #10 in The Ten Commandments of Egoless Programming (You are not your code, Critique code instead of people).
It’s a junior engineer's mistake to toss insults about a piece of complex technology in 140 characters.
Avoiding responsibility for estimates is another way of saying, “I’m not ready to be relied upon for building critical pieces of infrastructure.” (...) Mature engineers are comfortable with working within some nonzero amount of uncertainty and risk.
Not all of their projects are filled with rockstar-on-stage work. However menial and trivial your early assignments may appear, give them your best effort. (...) Sometimes the saving grace of a tedious task is their simplicity and maturity manifests in finishing them quickly and moving on. Sometimes tasks are tedious because they require extreme discipline and malleable attention span.
At its core, this instinct to mentor plays into the idea that those who are marginalized aren’t already skilled enough, smart enough, or ready for more responsibility or leadership. (...) What members of underrepresented groups in tech often need most is opportunity and visibility, not advice.
They know that one cannot be both efficient and thorough at the same time (The ETTO Principle), that most projects engineers work on exist on an axis of optimality and brittleness, and that whether the problems they are solving are acute or chronic. (...) They know that they work within a spectrum of ideal and non-ideal, and are OK with that. They are comfortable with it because they strive to make the ideal and non-ideal in a design explicit. (...) Later on in the lifecycle of a design, when the original design is not scaling anymore or needs to be replaced or rewritten, they can look back not with a perspective of how short-sighted those earlier decisions were, but instead say “yep, we made it this far with it and knew we’d have to extend or change it at some point. Looks like that time is now, let’s get to work!”.

# Apanhado sobre o flow de cada dia

Caloni, 2025-05-24 <self> <flow> [up] [copy]

Todas as referências abaixo falam sobre a mesma coisa: a relação entre o caos e a ordem, a repetição como ordem necessária, mas o caos como o gatilho para descobertas necessárias, a força do ego em manter o círculo eterno e o poder da intuição em nos mover para dentro do redemoinho.

Em Groundhog Day Bill Murray Vive o mesmo dia eternamente até que aprenda a sair do loop eterno ou renascer como outra pessoa. A visão budista da reencarnação se encontra com o platô que é a tábua rasa onde escrevemos nosso futuro.

Jordan Peterson e a linha tênue entre o caos e a ordem, em como é a narrativa que contém a verdade maior que a verdade verdadeira, porque diferente da vida é a arte de contar uma história que sintetiza o que precisamos saber sobre toda a vida, é o sentido em meio ao caos da aparente razão.

Life on its own, without art to shape it, leaves you in confusion and chaos, but aesthetic emotion harmonizes what you know with what you feel to give you a heightened awareness and a sureness of your place in reality. In short, a story well told gives you the very thing you cannot get from life: meaningful emotional experience. In life, experiences become meaningful with reflection in time. In art, they are meaningful now, at the instant they happen.
STORYTELLING is the creative demonstration of truth.

Christopher S. Hyatt também nos apresenta a relação entre caos e forma, onde adotamos uma forma temporária para aprendermos algo e voltamos para o caos.

Freedom comes from the knowledge of the Orphic Mysteries. Life oscillates between chaos and form. Try on a form, use it —know it—discard it. Then from chaos make a new form. Repeat the Cycles as often as possible and you will feel alive and free.
One purpose of chaos, paradox, nonsense, and absurdity is to set itself against the linear world. These are not meant to take the place of linear knowledge or functions, but to act as a point of focus calling our attention and awareness to the something(s) which the linear model has missed, thus breathing new life into the predictable.
The goddess Eris (or Discordia) is the midwife of Chaos, the bringer of creative destruction. For those aspiring to the magickal life, she will be a most helpful handmaiden, a necessary preliminary, an archetype whose invocation is necessary if a New Order be wrought.

O caos é a maquininha de fazer coisa do Gasparetto, que aliena se mecânico, quando não houver um sentido no platô, mas permite o progresso se usado como catapulta para o sucesso.

Flow explica como a ordem interna é tão importante que até a dor auto infligida é melhor que o caos.

Even pain is better than the chaos that seeps into an unfocused mind. Hurting oneself, whether physically or emotionally, ensures that attention can be focused on something that, although painful, is at least controllable -- since we are the ones causing it.

Eckhart Tolle em O Poder do Agora define esta atitude em criar ordem como um espaço no fluxo contínuo da mente. Algo, segundo Tolle, "profundamente gratificante de se fazer".

Ao criar um espaço nesse fluxo contínuo da mente, conseguimos direcionar o foco de nossa atenção para o Agora, e por consequência tornando-nos conscientes do momento.

George Leonard em Mastery afirma que a plenitude do ser está ao alcance de todos que se derem a liberdade da melhora contínua em qualquer coisa que fizermos nesse mundo.

To love the plateau is to love the eternal now, to enjoy the inevitable spurts of progress and the fruits of accomplishment, then serenely to accept the new plateau that waits just beyond them.

# O Segundo Cérebro

Caloni, 2025-05-24 <body> <quotes> [up] [copy]
Nas profundezas do seu abdómen há um sistema nervoso vasto, conhecido como sistema nervoso entérico. Contém mais de 100 milhões de neurônios, mais do que a medula espinhal e mais do que o cérebro de muitos animais pequenos, como um gato ou um rato. Este “segundo cérebro” não só gerencia a digestão, mas também produz 90% da serotonina do seu corpo, o neurotransmissor do bem-estar. Ele se comunica com seu cérebro principal, através do nervo vago, o que afeta o seu humor, suas escolhas e sua intuição. Seu estômago não só digere... ele pensa, decide e sente. Nós carregamos um cérebro escondido na barriga... e raramente o ouvimos.

Fontes: Michael Gershon (O Segundo Cérebro), Scientific American ("O cérebro no seu intestino").


# Como eu parei de desmaiar na coleta de sangue

Caloni, 2025-05-31 <body journal> [up] [copy]

Desde criança minha pressão costuma cair em coisas como coleta de sangue e cirurgia no dente. Quando isso acontece eu geralmente desmaio por alguns segundos. Já houve um período que isso parou, mas agora, adulto, isso voltou a me atingir todo ano no check-up anual.

Esse ano eu sabia que seria a mesma coisa e comentei isso durante a consulta com uma das médicas que marcou os exames, uma senhora das antigas. Minha intenção em comentar isso era saber se poderia ser esse um sintoma comum em outros pacientes. Ela simplesmente deu de ombros e comentou que é apenas medo.

“Só medo”. É frescura, isso que ela quis dizer, pensei. Estaria eu recebendo influências por osmose dessa geração mais jovem? Fiquei com isso na cabeça.

Sabendo que teria que passar por isso de novo durante a coleta de sangue, delineei uma estratégia baseada no flow, que dita que o controle da atenção é o imperativo em nossas experiências. A minha ideia era que se eu conduzisse minha atenção em algo completamente alheio ao exame eu praticamente nem saberia que havia uma seringa tirando sangue em algum dos meus braços naquele momento.

Para isso eu me aproveitei de uma característica comum do homem moderno: não conseguir fazer a cabeça parar de pensar em alguns momentos. Seja por ansiedade ou alguma obsessão acontece com todo mundo e comigo também. Em vez de atrapalhar algumas noites de sono, por que também não usar isso como uma ferramenta útil?

Meu pensamento seria uma aleatoriedade de um dos meus projetos pessoais do blogue. Eu ficaria pensando sobre as estruturas de dados e como devo me organizar para a próxima versão. Eu ficaria tão absorto nesses pensamentos como às vezes fico no meio da noite depois de perder o sono.

Esse era o plano e assim o executei. Assim que a enfermeira começou o procedimento sequestrei quase 100% da minha atenção naquele momento para esses detalhes ridículos. Autistei com todas minhas forças, adentrando nos detalhes mais bike shedding que alguém poderia entrar e… o exame acabou . E eu não desmaiei. Sucesso.

Comprovei que este é um método útil de alienação da consciência que poderá ser usado em outras ocasiões em que não desejo estar presente. Discussões políticas, por exemplo.


# Revisitando a FFLCH com uma camiseta anarcocapitalista

Caloni, 2025-05-31 <journal [up] [copy]

Foi um momento bom do fim de semana passear pela Cidade Universitária enquanto aguardava um treino de corrida acabar. Decidi dar a volta por ela e reconhecer seu tamanho.

No meio do caminho ou logo no começo procuro pela esquina onde fica a primeira faculdade que larguei, a FFLCH, Filosofia, Letras e Outras Bobagens. Fechada, queria andar em volta para por osmose capturar memórias estocadas no meu cérebro. Consegui algumas. Mas já faz tanto tempo…

Estava coincidentemente com uma camiseta velha de 2015 onde estava empolgado com movimentos de direita, em especial o anarcocapitalismo. A camiseta é boa, de uma “frase” do Hermann Hoppe: Privatize Tudo. Ela já engatilhou pelo menos uma conversa que eu lembro que não queria fazer parte. Mas a camiseta ainda está boa, então eu a uso de vez em quando. Maldito capitalismo.

Me sinto como o sujeito que comprou uma camiseta de qualidade ímpar com o guerrilheiro racista matador de gays Che Guevara, uma roupa vermelha com ótima costura, mas daí ele cresceu e não sabe se já dá para usar como pano de chão. Na dúvida só usa algumas vezes em situações que não irão gerar conflito. Eu não sabia que estaria com essa camiseta na USP, mas acontece. Não foi minha intenção. De qualquer forma era um sábado e estava tudo tranquilo.


# Qual o prazer em assistir duas horas e meia de propaganda?

Caloni, 2025-05-31 <movies <cinema [up] [copy]

Assisti hoje Mickey 17 porque estava no sofá. Não está mais nos meus planos assistir mais qualquer coisa de Hollywood por livre e espontânea vontade, nem mesmo de um diretor que admirava. Porém, mesmo que eu assista, não devo escrever mais sobre. Não gosto muito de escrever sobre propaganda, e hoje até John Bong Woo, desde Parasita, até quando é engraçado, está travestido de propaganda chata e séria. Não há mais risadas no absurdo da situação como o ginásio em O Hospedeiro ou o sequestro em Okja. Hoje são filmes tristes que se iluminam pela angústia do seu idealizador. Tristes, sérios e com uma agenda. E a minha agenda, desde que larguei discussões filosóficas para jogar xadrez, é não ser mais importunado com essas bobagens.


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