# Filme do Dumbledore Viadinho

Caloni, 2024-01-02 cinema movies [up] [copy]

A terceira parte do Harry Potter sem Harry Potter não tem alma. Sua cena mais linda é de uma escadaria de folhas de um livro flutuando sobre um salão onde o acontecimento chave acabou de ocorrer, mas nada em volta dela justifica sua beleza. Por que isso aconteceu? Quem são as pessoas que formam essa equipe do filme para salvar o mundo? Nada disso importa muito. Desde que as etnias e gêneros sejam os “certos” e o roteiro acompanhe um dos livros mais sem imaginação da saga o projeto é aprovado, produzido e lançado sem o menor pudor por um universo que houve uma vez nos fez imaginar.


# Soul

Caloni, 2024-01-02 cinema movies [up] [copy]

A Disney/Pixar acerta em cheio nesta animação que explora os conceitos tanto filosóficos quanto científicos do que torna as pessoas realizadas ou felizes. Assistir em meio às minhas leituras sobre flow e self improvement caiu como uma luva. O filme não explica com palavras e prefere muito mais mostrar a jornada deste professor quarentão que recebe pela primeira vez na vida a oportunidade de seguir a carreira de músico inspirada pelo pai e logo nesse dia acaba morrendo. Sua viagem ao além mundo é uma instigante observação a respeito do que torna as pessoas únicas e dispostas a viver intensamente no planeta Terra para fazer a sua coisa. Descobrir qual a sua coisa parece ser missão das criaturas que habitam esse pós mundo. Mas não se engane, tudo é um plot que revela uma reviravolta muito mais intensa e inspiradora para nós espectadores. Um filme charmoso, com ritmo visual e sonoro que há um bom tempo não se via. Segue os passos dos trabalhos mais inspirados da equipe como Divertidamente e ainda acrescenta algo no seu final. Cada vez mais o time da Pixar se interessa por temas metafísicos. Vimos isso também em Toy Story 4. O que virá pela frente?


# Múltiplas leituras a respeito do self

Caloni, 2024-01-05 books blogging self [up] [copy]

Estava fazendo um experimento nos últimos meses. Tão interessado que estou em entender o self para aprimorá-lo com leituras e releituras de várias fontes distintas que me veio à mente: é este o primeiro tema que devo desenvolver profundamente.

Fui, portanto, juntando e revendo minhas leituras em paralelo, talvez com alguma coisa a mais (como técnicas de leitura). A ideia era aumentar a profundidade de um rascuho a ponto dele parecer um livro ou um roteiro para um longo texto sobre o assunto. Fiz sobre a torrefação de café com relativo sucesso IMO.

Mas isso acaba hoje.

No meio de minhas leituras aprendi melhor como eu "funciono" a respeito de um tema. Eu costumo ler ad infinitum sobre ele até exaurir minha vontade de fazê-lo. Após isso eu começo a rever e escrever sobre. Porém, um interesse meu sempre será um unfinished business, e sempre haverá coisas a adicionar vis-à-vis meu blogue e sua evolução nos últimos 20 anos. Minha forma de navegar por assuntos é caótica, não linear. Não sei se é assim para todos.

Portanto, nova estratégia: expandir os assuntos que me interesso em artigos longos e melhor estruturados (preciso trabalhar o projeto do blogue awk para isso) que eventualmente serão publicáveis. O conteúdo do meu blogue não é. É só um rascunho, mesmo. Nem sei por que você está lendo isso.


# Minha Irmã e Eu

Caloni, 2024-01-16 cinema movies [up] [copy]

Esta doce comédia nacional sobre reparações em família tinha um potencial muito bom de se tornar um filme memorável. Mas o roteiro de Verônica Debom é uma vergonha alheia. Verônica não consegue unir partes da história para fazer algum sentido ou mover seus personagens. Ela os deixa livres para sair em busca de protagonizar o máximo de cenas engraçadinhas ou viver um melodrama instantâneo assim que a trilha sonora dá uma diminuída. De uma forma ou de outra, o que não encaixa neste adorável projeto é este roteiro banal, mal escrito e condescendente com seus astros, as competentes Ingrid Guimarães e Tatá Werneck. Se de um lado Guimarães impõe um certo peso necessário à comédia, que também é um drama, incluindo forçar de maneira desajeitada seu sotaque de caipira ressaltando suas origens e valores mais tradicionais, Werneck assume seu lado humorístico com energia, entregando dezenas de momentos de fato engraçados, além de atuais, pois estão travestidos em torno de uma pessoa dessa geração e com questionamentos vibrantes sobre as mudanças tresloucadas de valores toda semana (o diálogo sobre os corpos livre me pegou de jeito). Infelizmente, ambas as atrizes são sabotadas pelo universo onde vivem seu road movie pastelão. Suas personagens foram escritas com preguiça e sem rédeas. O resultado é um filme que diverte pelo seu espírito jovem e enérgico, mas que justamente por isso poderia ser mais que uma matinê esquecível.


# Curry Indiano Caseiro

Caloni, 2024-01-23 cooking repost [up] [copy]

O curry indiano caseiro dá mais trabalho de reunir todos os ingredientes do que o preparo, que são apenas dois minutos em fogo baixo misturando sempre; após esfriar é só processar tudo junto em um mixer, moedor ou liquidificador e peneirar. Dá uma olhada na lista de ingredientes:

  • 3 colheres de sopa de açafrão da terra;
  • 2 colheres de sopa de coentro em pó;
  • 2 colheres de sopa de cominho;
  • 1 colher de chá de pimenta do reino em grãos;
  • 1 colher de chá de canela em paus;
  • 1 colher de chá de alho desidratado;
  • 1 anis estrelado;
  • 1 colher de chá de noz moscada;
  • 1 colher de chá pimenta calabresa;
  • 1 colher de chá de tomilho seco;
  • 1 colher de chá de Caiena;
  • 1 colher de chá de gengibre em pó;
  • 6 cravos da Índia;
  • 1 colher de chá de sálvia seca;
  • 9 cardamomos.

Como você deve ter visto, a base para o curry indiano é o açafrão da terra, o coentro e o cominho. O resto são temperos variados. A lista abaixo é uma sugestão. Fica bom em carê.

Aqueça tudo em uma frigideira em fogo médio (sempre mexendo) por uns 2 minutos ou até subir aroma. Aguarde esfriar e triture os ingredientes que não estão em pó. Se ainda sobrar pedaços grandes peneire. Guarde em um pote fechado.


# Red: Crescer é Uma Fera

Caloni, 2024-01-26 cinema movies [up] [copy]

Você não odeia e adora os subtítulos nacionais dos filmes que estreiam no Brasil? Ultimamente estou mais odiando. Este filme assisti porque estava no sofá. Dormi nos primeiros... quinze minutos? Não importa. Logo depois disso você entende que a sacada de uma menina entrando na puberdade e virando um dragão... quer dizer, um panda vermelho, é uma desculpa muito boa para abordar este tema com toda a imaginação e exageros da cinematografia chinesa. Vêm à mente as grandiosas cenas de O Tigre e o Dragão. O filme faz você se lembrar de exemplos bem melhores do que está vendo na tela. A direção é cheia de energia. O que é curioso, pois assim como o último filme que me lembro ter visto, o nacional Minha Irmã e Eu, o roteiro é preguiçoso e a direção é empolgada. A animação explora como mostrar estereótipos de raças sem soar ofensivo. É divertidíssimo tentar encontrar nos filmes da Disney, ou todos em geral, essa forma ambivalente entre estimular a diversidade e ao mesmo tempo desestimular as diferenças. Do prédio de advogados da produtora, maior fonte de renda da atualidade (graças aos processos por direitos autorais), deve haver um andar dedicado para consultoria sobre esses temas "sensíveis". Ah, como é boa a liberdade artística de viver com sua própria mordaça de cores pastéis.


# Merge de backups

Caloni, 2024-01-28 computer [up] [copy]

Resolvi acabar de vez com os backups independentes das inúmeras versões do blogue e juntar em um único histórico. Para isso recorri ao bom e velho merge clássico, apenas juntando linhas de história não-relacionadas.

Preparativos

Antes de tudo é preciso ter todas as pastas com os repos locais acessíveis. Eles irão virar branches dentro do repo atual. Dentro de seu repositório atual use o comando `git fetch` para "baixar" o conteúdo dos outros repos "remotos". Em Windows o drive `C:` começa em `/c/`. Eu tenho quatro repositórios que foram criados de maneira independente em meus backups.

git fetch /c/Users/caloni/projects/blog/old_repo master:old_repo

Depois ao observar a data do último commit de cada repo podemos traçar a cronologia de qual o mais antigo para o mais novo:

git log -1 oldest_repo
commit bd55f443417a56c2f717f53d35508420a10bda51 (HEAD -> oldest_repo)
Date:   Sat Mar 7 21:01:39 2015 -0300
git log -1 old_repo
commit 6a2eea4c5e876b602c789c1b727a01c2e0159af1 (old_repo)
Date:   Tue Mar 22 09:01:39 2016 -0300
git log -1 not_so_old_repo
commit 343c713273bf273ab8439af15de817f6335e00ab (not_so_old_repo)
Date:   Tue Jul 11 14:13:50 2017 -0300
git log -1 master
commit 0de0e65389aaca984a48eb5294e224dbdcdda1b5 (origin/master, origin/HEAD, master)
Date:   Sat Jan 27 09:00:49 2024 -0300

Com base nisso renomeamos a branch master do repositório atual para current e a branch com o commit mais antigo para master. A ideia é começar com a master mais antiga e ir mergeando as outras branches até chegar na current. Ao final teremos uma master com todo o histórico passado, ainda que não-relacionado.

git checkout master
git branch -m current
git checkout oldest_repo
git branch -m master

O resto é uma sequência de comandos merge sem o commit para antes limparmos o diretório de trabalho e reproduzirmos o estado exato dos arquivos no último commit de cada branch. Para isso é mais fácil apagar todos os arquivos e copiar os arquivos que estão em cada um dos repos.

git merge --allow-unrelated-histories -X theirs --no-commit next_repo
rm -fr *
cp -r ../next_repo/* .
git commit

Por fim podemos apagar as branches de repos remotos, colocar tag nos merges feitos ou nenhum dos dois. A organização é sua. Todo o histórico está junto agora. Pode apagar os backups.


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