Baseado em livro homônimo, a sensibilidade da direção aliada com uma trilha sonora tão encantadora quanto sutil (mas nem tanto) consegue tornar empolgante um drama em que muito pouca coisa de fato acontece. É digno de nota a atuação de Geoffrey Rush como o pai adotivo da bela Liesel (Sophie Nélisse), pois é ele que completa o filme com a alma de um personagem tão humano que nos faz esquecer que aquele vilarejo faz parte de uma Alemanha nazista. Infelizmente também é digno de nota a falta de tato com que é tratado o terceiro e último ato, que desaba acontecimentos repentinos para todos os lados, nos jogando para fora da sala de projeção com um gosto amargo na boca. Um final bem desastroso para um fascinante estudo histórico e cultural da segunda guerra.
# Together Is Too Much (aka Ensemble, c'est trop)
Caloni, 2014-02-01 movies [up] [copy]Essa é uma comédia francesa meio que escrachada, mas que não evita compartilhar pensamentos e reflexões políticas e filosóficas de vez em quando (seus piores momentos). Trata de traição, mas principalmente de irritação. Aquela parte da família que consegue atrapalhar o bom andamento de outra. Em muitos momentos é ágil, mas em outros, torcemos para que acabe logo. Um divertimento justo, porém, incompleto.
# Janghwa, Hongryeon (aka Medo, A Tale of Two Sisters)
Caloni, 2014-02-02 movies [up] [copy]Um filme vendido como terror, mas que não consegue sequer chegar próximo de um suspense. Depois de passarmos quase duas horas acompanhando a movimentação de uma câmera que parece estar sempre revelando algo espantoso ou fantástico (não está), temos uma série de revelações completamente atrapalhadas sobre algo que não estávamos sequer procurando desvendar. O que torna o final pior ainda é que os motivos de seus personagens só são revelados nos últimos segundos (!), quase que nos jogando para os letreiros finais antes que tenhamos tempo de "aproveitar" todas aquelas informações que até então tinham sido negadas em prol de um suspensezinho que nunca chega a se tornar relevante.
Não é preciso tornar a mulher uma vítima da sociedade para fazer uma crítica social, mas o diretor de Cinema Paradiso o faz com tanta paixão pelo lúdico, pelo erótico e pelo que significa ser italiano, essa cultura controversa com traços que trazem um misto de vergonha e identidade, que Malena vira um hino sobre a impotência de indivíduos frente à pressão da massa, seja político ou social. E tudo através dos olhos de um garoto sem ele perceber o que isso significa. Ou pelo menos a esperança do longa é que no final ele saiba pelo quê essa mulher passou.
Logo em seu início já é possível detectar aquela magia ingênua e cinematográfica do cinema de Giuseppe Tornatore e seus enquadramentos que viram quadros de pendurar na parede. O que não é possível detectar tão fácil é uma história quase que 100% visual que mantém laços maduros e sensíveis com um passado não tão distante, quando as mulheres se resumiam em seres que, se com curvas voluptuosas, serviam de fonte de prazer masculino e inveja feminina.
O mais fascinante é que o filme comenta todo o contexto social e político da época (Segunda Guerra) sem qualquer diálogo explicativo, se limitando com inteligência na repetição exaustiva de cenas que escancaram o assédio que a mulher-título vivida por Monica Bellucci sofre dia após dia enquanto aguarda o retorno de seu marido da guerra. Os nossos olhos são os olhos de Renato (Giuseppe Sulfaro), um garoto que, mesmo usando as curvas de Malena para suas fantasias eróticas noturnas, desde o início se mostra o único a apreciar outras características em torno daquele corpo, como a música que ela gosta, e mais tarde a protegê-la (ainda que com manifestações pueris de vingança), se tornando a única pessoa ciente do mal que a cidade faz para a moça ao enxergá-la apenas como um pedaço de carne.
Por fim, é impossível desassociar a narrativa da belíssima trilha composta por Ennio Morricone, que consegue comentar tanto os momentos dramáticos quanto as válvulas de escape em um mundo extremamente intolerante, mas ao mesmo tempo, e isso é vital para entendermos, inconsciente dessa intolerância. Os únicos olhos que se tornam conscientes são os de Renato, que são os nossos olhos, e assim como Totó de Paradiso é o único que acaba compreendendo o valor do Cinema como transformador de mundos.
Um filme é basicamente contar uma história. A forma como você conta é que pode fazer toda a diferença entre um pedaço inútil de película (ou bits) ou um grande filme que, faça rir, faça chorar, mas, principalmente, faça pensar.
E é com esse ímpeto narrativo que O Grande Lebowski, dos irmãos Coen (Um Homem Sério, Onde os Fracos Não Têm Vez), consegue subverter o clímax final de uma história que diverte do começo ao fim e entrega tantos momentos icônicos que depois de duas horas você ainda está pronto para mais umas dez. Falando de comédia, cujo gênero produz filmes que não costumam passar de uma hora e meia, esse é um feito e tanto.
Diferente da obra-prima Fargo, aqui não existe aquela parte tensa do drama familiar. O Lebowski do filme, ou, como ele prefere ser chamado, "O Cara", vive sozinho, e seus parceiros no boliche são o mais próximo que ele poderia chamar de família. Para um protagonista cujo narrador em off (Sam Elliott) apresenta como que detentor de grandes feitos (apesar de não afirmar isso), ele é bem idiota. Um hilariante e surpreendente idiota Jeff Bridges (Tron: O Legado, Bravura Indômita, também com os irmãos Coen). Porém, o que o filme nunca faz é debochar de nosso herói. Pelo contrário: nos impressionamos cada vez mais com as reviravoltas de uma trama simples que vai aos poucos acrescentando mais e mais personagens (com um ótimo elenco), onde facilmente percebemos a bagunça que se forma na cabeça do confuso Cara.
Como todo filme dos diretores/roteiristas, esse é daqueles com uma fotografia estilizada ao máximo com uma seleção de músicas e referências que nunca cansam. A história se passa nos anos 70 ou 80, o que não importa muito exceto pela falta de celulares. Mesmo contando com um roteiro não-ortodoxo, o filme entrega os velhos clichês do mocinho fazendo sexo ou se encontrando com o chefão da maneira mais divertida possível. Não é à toa que a casa do magnata da pornografia lembre o covil de um dos inúmeros vilões de James Bond, com o detalhe que nesse caso estamos falando de um 007 às avessas.
No final, é surpreendente que todas as lacunas de uma história recortada (leia-se sem pé nem cabeça) vá se fechando sempre da maneira mais plausível e provável. Ao concluir toda uma trajetória torta nunca nos surpreendendo faz nos sentir quase como idiotas. Porém, essa é mais uma das inúmeras virtudes do roteiro. Afinal de contas, não é esse o objetivo de toda narrativa "épica": nos fazer sentir como o herói do filme?
# Um Final de Semana em Hyde Park
Caloni, 2014-02-08 movies [up] [copy]Apesar de ótimas atuações, especialmente Bill Murray como o rouco presidente Franklin D. Roosevelt e Samuel West como o gago Rei da Inglaterra, e de uma fotografia, direção de arte e figurino extremamente afiados com a época (EUA pós-depressão), há algo presente por toda a narrativa de Roger Michell (Um Lugar Chamado Notting Hill, Fora de Controle) que desagrada a tal ponto que nos esquecermos de quais os temas tratados, que seria o encontro de dois chefes de estado com "peculiaridades" que os tornam claramente diferentes do ideal de perfeição almejado por seu povo, e que por isso mesmo lhes dá liberdade de possuírem esquisitices de mais.
O problema é a narrativa em off de Daisy (Laura Linney), interesse amoroso do presidente, que apesar de não estar presente em todos os momentos de sua vida acaba virando a detentora do título de protagonista (sem motivo). Note como o encontro privado dos dois líderes não poderia ter sido mostrado no que se assemelha a memórias de Daisy, nem as conversas íntimas entre o rei e a rainha. No entanto, o filme escolhe ignorar sua própria estrutura, o que compromete toda a experiência.
Chasing Ice, apesar de receber até indicações ao Oscar, está sem título no Brasil porque as pessoas não gostam de documentário. Felizmente, a Netflix disponibiliza em stream com legendas (de Portugal, mas vá lá). É um daqueles eco-documentários que fala sobre os efeitos do aquecimento global em nosso planeta enquanto pessoas leigas continuam discutindo se a culpa é nossa ou não. Assim como a Teoria da Evolução, a soma de dezenas, ou melhor, centenas de trabalhos científicos ao redor do globo confirmando o homem como agente causador das mudanças climáticas dos últimos cento e cinquenta anos não é páreo para a ignorância e comodismo intelectual (vulgo burrice) da maioria da nossa população.
Não há novidades em Chasing Ice exceto pela nova tentativa do fotógrafo James Balog de fazer as pessoas pensarem através de imagens. E que imagens! Com a ajuda de uma equipe de engenheiros e especialistas, o grupo monta um sistema de câmeras ao redor das principais geleiras do Alasca, Groenlândia e Islândia para obter a partir de centenas de milhares de fotos uma imagem viva do desaparecimento de blocos de gelo formados há muito tempo. O média-metragem de pouco mais de uma hora conta também com o drama de Balog em continuar suas explorações fotográficas apesar de já ter operado três vezes o joelho (acompanhamos a terceira vez durante a projeção), além, é claro, de tentar entender o que motiva aquelas pessoas. Nada, porém, se equipara à beleza surreal das fotos e vídeos capturados ao longo do projeto. Seria possível ficar olhando para uma foto por horas e ainda observar beleza.
Baseado em um romance de Stephen King, este thriller do início da década de 90 que apresenta Kathy Bates como Annie Wilkes, a fã obsessivo-compulsiva que tem a "sorte" de resgatar o seu escritor favorito de um acidente de automóvel. Isolados pela neve, ela tem a chance de cuidar de Paul Sheldon (James Caan) enquanto ele se recupera. A mesma sorte não possui Sheldon, cuja editora acabou de publicar o último livro da série com a personagem Misery (o título original do filme) em que a mata.
Esse plot inicial é tudo que é necessário para vermos Kathy Bates possuída, onde diversos enquadramentos do diretor Rob Reiner (Conta Comigo) nos colocam na mesma posição dos adolescentes de hoje em dia que se assustam com cenas que assustam pelo barulho inesperado. Porém, diga-se de passagem, os sustos aqui não são gratuitos, mas fazem parte da construção da psique da personagem de Wilkes como uma mente conturbada e responsável por diversos assassinatos.
O resto é uma homenagem descarada de Psicose, de Hitchcock e da década de 60, incluindo a casa onde ambos ficam reclusos (além de ser uma boa fonte de inspiração para Fargo, dos irmãos Coen). Uma homenagem, diga-se de passagem, muito merecida, pois apresenta a tortura psicológica do inocente nas mãos do assassino por um ângulo completamente diferente.
Uma história baseada em acontecimentos da década de 70 não poderia deixar de incluir em sua trilha sonora clássicos badalados de uma era musicalmente ambiciosa e transcendental como aquela. Também não poderia deixar de incluir o sexo livre, uma das frentes do movimento hippie iniciado na década anterior e que já operava mudanças na estrutura social americana (discussões sobre divórcio). E, de fato, as músicas escolhidas em Trapaça são um atrativo à parte que nos ajuda a mergulhar naquela atmosfera. Já o sexo, mais sugerido que prático, mantém a visão puritana atual (diferente dO Lobo de Wall Street, de Scorsese), mas não deixa de escandalizar ao trazer uma Amy Adams (Encantada, O Homem de Aço) completamente transformada em uma sex appeal disposta a usar suas curvas, pele e olhos como um atrativo e tanto para dezenas de olhares masculinos. Porém, o que Adams não exibe, mas sabemos no início que possui em boa dose, é sua inteligência. Diferente de Rosalyn (Jennifer Lawrence), cuja concorrência pela atenção do seu marido Irving (Christian Bale) é fisicamente e intelectualmente desleal.
Na verdade, Sydney (a personagem de Adams) é tão encantadoramente sedutora que consegue dividir atenções na tela com seus flertes entre Irv e Richie (Bradley Cooper), quase nos fazendo esquecer que Irv e ela própria estão à mercê do agente federal que tenta realizar uma das maiores pescarias de corruptos e criminosos de todos os tempos. Pensando bem, até o próprio Richie parece se esquecer disso conforme a trama começa a ficar grande e complexa demais. Porém, uma das maiores virtudes do diretor David O. Russel (O Lado Bom da Vida) é nunca nos fazer perder o fio da meada, enquanto consegue ao mesmo tempo investir no crescimento dos seus personagens e do diretor Eric Warren Singer (Trama Internacional), que praticamente desfilam um elenco extremamente afiado em sequências memoráveis de interpretação (incluindo uma ótima participação de Jeremy Renner, que parece ter embarcado em projetos mais sérios desde Os Vingadores).
Ainda assim, Russel sabe que deve muito para o figurinista Michael Wilkinson (Watchmen: O Filme), tanto que ele aparece entre os primeiros nomes dos créditos finais. Boa parte do que está acontecendo se revela nas próprias roupas dos personagens (como o fato de Sydney vestir Richie como uma cópia amenizada de Irving, ou em um momento-chave em que Adams e Bale estão usando o mesmo tom) e, por que não, o que elas revelam (seria hipocrisia não admitir que os peitos de Adams não são um chamariz para desviar a atenção de certos personagens e até do espectador).
Pecando talvez apenas pontualmente em seu desfecho acelerado e inversamente climático, American Hustle flerta com nossas emoções enquanto tentamos julgar (ou não) o que é certo e errado em tantos personagens que assustam por serem tão reais quanto surreais.
Mama, além de ter premissas ruins, nem filme de terror é. "Inspirado" pelo curta homônimo de 2008 do próprio Andrés Muschietti, o diretor recebe visibilidade através de Guillermo del Toro (O Labirinto do Fauno), que assina a produção. A história gira em torno de duas meninas que ficam abandonadas em uma cabana na floresta por cinco anos após terem sido raptadas pelo pai que por sua vez é capturado por uma espécie de assombração. Tendo um descartável irmão gêmeo do pai das meninas para restabelecer o elo com a casa onde moravam e sua namorada (Jessica Chastain) que fica aliviada por não estar grávida, mas vira alvo de ciúmes da já citada assombração que (oh!) se revela como um fantasma de uma mãe que perdeu seu filho.
Lotado de clichês que não funcionam, como o psiquiatra que vai aos poucos desvendando o "mistério", na maioria das vezes as pessoas decidem esperar anoitecer para terem um pouco de ação. E a ação do filme se resume basicamente em aplicar sustos esporádicos e mostrar cada vez mais a tal assombração, que obviamente é uma construção digital, o que faz perder 80% de todo o medo que ela poderia gerar.
# Os Homens que Encaravam Cabras
Caloni, 2014-02-15 movies [up] [copy]Ambientado durante a guerra no Iraque/etc a partir de um pressuposto que as forças armadas americanas estavam pesquisando capacidades paranormais de alguns de seus soldados, Os Homens que Encaravam Cabras, apesar da conotação brasileira erótica, tem a ver com a crença incondicional no ser humano, incluindo suas capacidades sobrenaturais. O que fascina durante o filme todo é que ficamos à espera de algum sinal "mágico" ou um sinal de picaretagem de George Clooney, quando na verdade, e obviamente, nenhum deles ocorre. O roteiro é inteligente em estabelecer que quem dá significado aos acontecimentos são as pessoas, e como esse é basicamente um filme sobre elas (e com um elenco invejável), a experiência se torna mais do que positiva.
# Real Programmers Don't Use Java
Caloni, 2014-02-20 english [up] [copy]When I was a newbie (and a wanna-be) I enjoyed reading "Real Programmers Don't Use Pascal", a satiric text that influenced and encouraged me into the path of "C/C++ enlightenment", most even than K&R's book. Since then I thought that being a "Real Programmer" was something close to everything one needs to know to get (hard) things done (quickly). Being a "Quiche Eater" was, in couterpart, comparable to nothing. Real Programmers solve real problems! Quiche Eaters are losers who study the academic concepts of computer science and never do a damn useful and/or working program (maybe you know some guy like this).
Jokes apart, the spirit of the text can also be used by those who already find them very good programmers and believe no longer have to grow professionally. The times my ego inflates I still remember that my code use child APIs and an operating system that is a joke. I also remember that there are some people out there designing a starship that will leave the orbit of the Solar System!
On the other hand, many people that just got out of CS course still find programming a difficult matter. This text reminds us that life was difficult 20, 40, 70 years ago, when engineers and programmers were the same person and when you didn't know that what you were doing could put millions at risk in a project.
Hence, the Real Programmer live in the past. And he always will be worthier than young folks, because he knows how to solve that blue screen problem that nobody else does. As I always say, paraphrasing an illustrious figure in Brazilian television, who is afraid to open Visual Studio and is eternally designing the software instead does not go very far: "who knows to do, do it right way!" .
Here follows a brief summary of the original text adapted to the current times and with my prejucided view of thinking about it. If you wish to use your politically correct piece of mind and criticize me, be my guest!
Languages. Remember: the need to invent more languages/resources to do your job is to remind yourself about your own incompetence to invent such excuse. You are one of those who says "every problem has a specific tool" or something like that. In other words: an inefficient programmer. Don't you see that everything you need is C. If C won't do, then assembly will. If none of them, then is isn't worth doing.
Structured Programming. It is the first and last paradigm to be applied. After all, Object Orientation is another excuse to not program. They are more abstractions that, once you are a dead weight, you are unable to solve a problem using just functions and variables. No, you need classes, inheritance, templates and whatever the hell that will transform your simple and straight code into a magical horn of plenty that will only impress others at the futility and complexity of the solution.
Data structure. Another great concept to fool yourself. Today are many who enslave us to weird SQL layouts and weird frameworks that do all the work. We all know that the only really useful to know the structure is the array. The rest are variants of the same theme: queues and stacks.
Operating system. Mac and Windows are just toys and Linux is a video game that takes more work to set up than playing. The programmer actually uses something like mainframes or other beta operating system, which are too weird and can make a real mess in the hands of those who have not read the WHOLE manual. And knowing all known major kernel bugs and its location by heart at the time of booting is vital.
Tools. If you depend on an IDE that have Code Completion and other fancy stuff or any other editor that depends on your favorite 17,459 plugins installed, then you are not a Real Programmer. A Real Programmer actually use what he have on hand at the time, like notepad, hexdump or even some beeps . The tool is no limit to one that can really code.
Debugging. Are you saying that you need the source code in order to debug? So you do not have a clue of what the program does. Just a few glances at call stack and the registers can make a Real Programmer solve a bug that Quiche Eaters would not get after analyzing those charts with boxes inside UML and use cases for months.
The Real Programmers Work is certainly not doing trivial databases to trivial programs that access SQL with trivial queries. Neither are those horrible websites with PHP/Apache and scripts and more scripts written by kids. No, sir. These are programs that deal with the OS in a more intimate way (HD encryption, file system drivers, critical communication services, etc.), or are programs that do something really useful (compilers, the operating system itself). Or maybe those programs that deal directly with hardware (complex microcontrollers, robots, ships, medical devices, etc.).
The Fun of every Real Programmer is actually chat with friends (about programming), read something (about programming) and watch intelligent movies (about programming or people who have some kind of intellectual challenge to solve "the hard way"). Is there anything more fun than that?
And, finally, in their Natural Habitat, we can find pages and pages of assembly code scattered around the table, a computer locked by a remote kernel debugging serial cable, some notes in hex on a piece of paper, a few dozen browser pages openned about the behavior of functions in BIOS SATA HDDs with 500 GB working on RAID4, coffee (of course), chips, stains on the carpet. When there's nothing to do the environment is pretty tidy and one cannot notice the presence of Real Programmers in sight.
And the Future of Real Programmer? Well, C may even be dying. But so what? It seems C++ supports pointers as well. The rest of the useless abstractions like classes and inheritance may be totally ignored. The basics will always exist. Forget versions with multiple inheritance and enigmatic concepts. Be a (wo)man!
The real, happy, final truth is: regardless of how much more the world becomes "managed" behind frameworks and programmers who prefer to "do projects" behind their office packages and use cases, when problems pop up, some bug murky life threatening useful for a project, a Real Programmer will be there to save the day, because only a programmer really knows how to do his job well done and have a good night of sleep knowing that everything will just be OK.
If it doesn't, there will be always a Real Programmer to save the day.
"As long as there are ill-defined goals, bizarre bugs, and unrealistic schedules, there will be Real Programmers willing to jump in and Solve The Problem, saving the documentation for later. Long live FORTRAN!"
Já havia visto esse filme há muito tempo atrás no finado Cine Belas Artes (São Paulo), e tive alguns pequenos flashes bem pontuais. No entanto, revendo com um olhar mais crítico, a sensação geral é de uma angústia e tensão opressivos. A câmera da diretora Susanne Bier emula a de Abdellatif Kechiche (O Segredo do Grão) em aproximar-se dos personagens de forma trêmula. Porém, diferente deste, os sinais mais significativos não estão no olhar e no rosto dessas pessoas que passam por uma crise familiar, mas em diversos planos-detalhe que mostram mãos e sua insegurança. A ideia do filme é boa, e é explorada no seu máximo e no visual. Os diálogos são para as pessoas se comunicarem, mas o visual é para o espectador entender o subtexto.
O que impressiona nessa nova produção baseada em uma obra de Stephen King nem é a história, que segue mais ou menos os mesmos moldes da sua cinematografia que busca o grotesco e o fantasioso, exagerado e estilizado, mas o trabalho de som, a trilha e a direção de arte que, aliados a enquadramentos ousados, revelam os sonhos do protagonista como fazendo parte de sua realidade (como os imensos quadros pendurados). Infelizmente decidiram transformar em uma série com dois episódios que somados são um filme de 3 horas, quando imagino que se fossem cortadas algumas situações e personagens que em nada acrescentam à história (como a velha maluca), o resultado final poderia ser menos expositivo. Do jeito que está, a série grita para o espectador: "olhem para mim! sou uma obra do Stephen King!".
O novo Robocop reverencia em muito o antigo (talvez até demais), tanto em seu ótimo tema musical quanto com sua alma: criticar como a justiça muitas vezes é aplicada. Nesse sentido, ninguém melhor que José Padilha (Tropa de Elite, Tropa de Elite 2) para discorrer sobre esse tema. Criando no novo policial Alex Murphy (Joel Kinnaman) alguns bons momentos em que evoca o pragmatismo sádico de personagens como o polêmico Capitão Nascimento, um momento onde RoboCop invade a delegacia, o longa evita não seguir o mesmo raciocínio de seu predecessor, mas não a sua história em linhas gerais, que permanece quase que completamente fiel.
Isso quer dizer que a primeira parte será uma revisão lenta e integral do policial investigando indícios de corrupção, sofrendo um ataque quase fatal e sendo transformado em um projeto de segurança de uma mega-corporação que tenta burlar uma emenda de lei que proíbe o uso de robôs como policiais em solo estado-unidense. A história também sofre uma devida atualização para os tempos atuais, com as críticas populares ao modo imperialista dos EUA resolver "seus problemas" e âncoras de telejornais sensacionalistas aproveitadores de situação, como executado por Samuel L. Jackson em uma significativa escalação de elenco. Porém, o desenvolvimento do conceito principal ganha novos ares, como a sua relação (incompleta) com a família e a eterna questão sobre o que nos faz humanos: seriam as emoções um empecilho no cumprimento da lei?
Para tentar argumentar a respeito Padilha e o roteirista iniciante Joshua Zetumer realizam experimentos durante o filme que podem soar didáticos demais (aumenta dose de dopamina aqui, realiza pequena operação no cérebro ali...). O próprio "teste" final para a aceitação do projeto soa burocrática e enfadonha, embora seja uma cena de ação. Já a decisão do marketing de alterar a estética do personagem é um ponto positivo, pois um elo com o herói original já tinha sido criado. O mesmo não pode ser dito da censura da época, e me arrisco a dizer que um PG-16 (o filme é PG-13) já seria suficiente para o diretor explorar melhor a relação da violência com a história. Do jeito que está, tudo não passa de uma alegoria mais ou menos eficiente do ponto de vista ideológico, mas sem a crueldade visual de Paul Verhoeven que dava o ponto certo de onde a realidade encontra respaldo na arte. E nem por isso deixa de ser empolgante ou minimamente interessante.
Este não é um filme sobre nazismo, mas sobre fanatismo. Pessoas fanáticas a respeito dos mais diversos assuntos: política, religião ou (coloque aqui sua doutrina). Quer assistir um filme sobre os males do fanatismo? Assista A Outra História Americana. É um filme didático, mas não explícito. Sua sutileza reside nas simples expressões do dia-a-dia como resposta a situações das mais prosaicas, como um almoço de família. Porém, a mensagem é clara.
Clara, mas não fechada. Sabemos que o preto-e-branco pode representar simplesmente o passado de Derek Vinyard (Edward Norton), um jovem que se tornou um influente nazista em seu bairro, onde ações afirmativas da comunidade negra foram se tornando mais frequentes. Quando dois jovens (negros) tentam roubar seu carro, um duplo-homicídio ocorre e Derek acaba na prisão por três anos. Nesse meio-tempo, aprende que a realidade pode ser muito diferente do primário discurso anti-semita que aprendeu a venerar. No dia em que ele é solto as cores aparecem. O que significam? Seria apenas um simbolismo da visão deturpada de Derek a respeito do seu mundo limitado e simplista onde a culpa sobre todos os males pode ser identificada objetivamente a um grupo por sua etnia? O filme não explica o suficiente, deixando nas nossas mãos essa tarefa.
Porém, essa tarefa é até simples comparada a uma maior e mais complexa: interpretar a moral de sua história, história essa narrada pelo seu irmão caçula Danny (Edward Furlong), que tem 24 horas para entender a transformação pelo qual seu irmão passou de forma a balancear sua noção do que é certo e errado. Assim como o texto que ele escreve defendendo o ponto de vista da biografia de Hitler é jogado fora por seu professor, que acompanha de perto a evolução do ódio em ambos os irmãos, toda a sua juventude onde foram martelados os dogmas da doutrina nazista terá que ser reciclada. O filme implanta uma pista do que virá em seu trágico final logo no seu início, o que pode em uma revisita se tornar uma rima tanto cruel quanto poética. Porém, se toda essa crueldade já não foi percebida na primeira cena do filme, onde a câmera lenta e o p&b geram uma espécie de poesia em movimento, onde sabemos de antemão o triste destino da pessoa caída na calçada, é porque o filme merece ser revisitado outras vezes.
Pelo menos até que nossa visão moral durma com a consciência tranquila.
# Houaiss para Babylon em Python!
Caloni, 2014-02-27 coding projects [up] [copy]O Fabio Montefuscolo expandiu mais ainda o acesso do conversor Houaiss para Babylon implementando uma versão em Python, uma linguagem que estou aprendendo a adorar. Tudo é mais simples, rápido e direto em Python, e o código que ele escreveu utiliza todo esse potencial:
#!/usr/bin/python2 # -*- coding: utf-8 -*- # # Coloque esse script na pasta com os arquivos dhx. # O resultado estará em iso-8859-1 # # # Segui o tutorial em http://www.caloni.com.br/conversor-de-houaiss-para-babylon-parte-1 # import os files = os.listdir('.') for arq in files: if not arq.endswith('dhx'): continue print 'Abrindo "%s"' % arq origin = open(arq, 'r') target = open('%s.txt' % arq, 'w+') char = origin.read(1) while char: byte = ord(char) + 0x0B new_char = chr(byte % 256) target.write(new_char) char = origin.read(1) origin.close() target.close()