# Delicatessen

Caloni, 2020-12-06 cinema todo movies [up] [copy]

Jean Pierre está a nove anos de Amélie Poulain e demonstra aqui um filme sórdido sobre tempos difíceis e como apenas pessoas comuns não resistem ao sistema, sendo preciso verdadeiros altruístas ou malucos ou sensíveis do circo para enxergar além. A parte mais tocante é como ele retrata o cuidado com que ele assopra o olho dela. Da metade pro final a coisa descamba, assim como em Mic Macs, para o exagero pelo exagero. Perde seu charme, ganha o apelo comercial.


# Dietland

Caloni, 2020-12-06 cinema series [up] [copy]

Série sobre o de sempre: aceite seu corpo, indústria de cosméticos. Tudo muito suave para chamar a atenção. O feminismo do século 21 no Ocidente se limita a lutar contra a opressão das pessoas acharem que só existe um tipo de beleza. Ela recusa cantadas porque sabe que os homens só querem comê-la por fetiche. Ela passa mal por estar em uma dieta da moda que é horrível.

2020-12-13

Vi outro episódio. Parece que o objetivo da série é demonstrar como a protagonista não irá encontrar nenhum homem que se interesse por ela apesar de seu extra-peso e por isso ela precisa mudar o mundo. Que mundo triste, de fato. Muito diferente do real. É uma versão dramatizada de Beth, A Feia. Sem as risadas, com ideologia.

Os únicos homens que ganham sua atenção o fazem por fetiche. I saw it coming. Ela chega a apanhar de um homem na rua porque enfiou um cachorro-quente cheio de molho em sua roupa e cuspiu nele o que havia em sua boca.

Porém, ignore o tema por enquanto. O mais curioso é como Hollywood realiza a transição da situação em que "fulana acha a pessoa ideal" para "tem algo errado com o sistema". O sistema, ironicamente, é conduzido pela mesma Hollywood.

Os donos não mudaram. A mídia não mudou. Ele está atendendo uma demanda do mercado. Se o pedido do cliente é por mais obras "revolucionárias" ela entrega de bandeja. Disponível em tamanho plus size.


# O Balão Branco

Caloni, 2020-12-06 cinema todo movies [up] [copy]

As caras que essa menina faz compensam qualquer momento chato do filme. Ela chora como se não houvesse amanhã, fica irritada, desesperançosa. Seu jeito de juntar as mãos, sua maneira insistente de pedir. Ela fica receosa e nós ficamos receosos por tabela. Será que alguém vai ouvi-la? Todos escutam, mas ninguém de fato ouve. Fica esse suspense. A câmera de estreia do pupilo de Kiarostami, o diretor Jafar Panahi, não perde a metrópole em volta da pequena Razieh. Todos estão atarefados para o feriado de Ano-Novo e ela só quer um peixinho dourado vistoso para a hora da virada, uma tradição na região do Irã. Em vários momentos tememos se ela conseguirá, porque a tensão é muito poderosa nesse tipo de filmagem. Na maioria do tempo vemos o rosto dela ocupando a tela ou um adulto atarefado, alheio ao seu drama. E não estamos todos alheios aos dramas dos que passam do nosso lado? Um soldado senta-se para conversar brevemente com ela. Ela aprendeu a não falar com estranhos, mas ele vem de uma cidade pequena onde todos se conhecem e não existem estranhos. E é isso o que está sendo discutido nas entrelinhas. Essa alienação da cidade grande. Ninguém confia em ninguém. Nós como espectadores enxergamos aquela pequena menina como uma vítima da cidade e seus perigos. Ela carrega uma nota graúda consigo e isso é suficiente para ela correr grande risco. Que filme tenso, cômico, imperdível. Nenhum momento é desperdiçado. No último minuto surge o garoto do começo. O que vende balões. Ele já vendeu quase todos. Só falta o branco do título do filme. Quando a menina e seu irmão finalmente conseguem resolver o impasse ele vira paisagem. É o novo estranho. E ninguém liga para estranhos em uma cidade grande.


# O Signo do Leão

Caloni, 2020-12-06 cinema todo movies [up] [copy]

Desconstruindo um folgado. O diretor francês Éric Rohmer, tão bom em pormenorizar a vida cotidiana de pessoas comuns e seus relacionamentos, realiza aqui a jornada de um bon vivant cheio de amigos que lhe pagam bebidas para um mendigo injuriado com a Paris que lhe deu as costas. Seu orgulho é forte demais e seu tempo esgota rápido demais. O passo-a-passo que Rohmer nos informa dá a sensação de que poderia acontecer com qualquer um. É o drama da vida na cidade grande. Contudo, depois de alguns minutos de reflexão vemos que não é bem assim. Basta trabalhar.


# Transmatrix

Caloni, 2020-12-06 cinema todo movies [up] [copy]

Os irmãos Wachowski hoje são irmãs. Ambos passaram por cirurgias de mudança de sexo. Recentemente, durante entrevistas sobre a produção de Matrix 4, foi comentado por uma delas que o primeiro Matrix era uma alegoria sobre transexualidade.

De fato. Ao reassistir com essa visão é possível observar a dedicação dos diretores em mostrar o esforço sobrehumano do resgate de Neo. Antes de ser abduzido pela nave comandada por Morpheus ele era um ser do underground sem nenhuma marca de injeção de drogas ou substâncias alteradoras de humor. Logo após isso vemos o lento e doloroso processo em transformá-lo em um ser humano funcional fora da realidade virtual mantida pelas máquinas. Ele possui vários orifícios em torno do corpo, nos membros e tórax, sendo o principal deles, o mais sensível, na nuca, em uma conexão direta com o cérebro.

A analogia é forte demais com os transexuais. Dispostos a ir em busca da verdade eles submetem seu corpo a todo tipo de manipulação e humilhação. O resultado é alguém que aprendeu sobre a realidade em um outro nível, mas que nunca mais poderá se tornar um ser humano completo. Sua existência é ser um mutilado vivendo no esgoto.

Claro que Matrix permite fazer analogias com várias filosofias diferentes, pois o conceito, desde A Caverna de Platão, é muito vasta. Peço apenas que note o quanto a produção é dedicada a esmiuçar o processo de transformação de Neo. É um foco que havia passado despercebido por muita gente porque ninguém imaginou a reviravolta na vida das agora irmãs diretoras, nem sabe a desgraça que é viver vilipendiado em nossa realidade. É uma dor nunca antes mostrada em uma ficção científica com tanto afinco.


# Bananas

Caloni, 2020-12-08 cinema todo movies [up] [copy]

Um Woody Allen jovem, de comédia pastelão, que mistura piadas inteligentes com comédia física. O roteiro foi escrito em parceria com Mickey Rose, com quem já havia escrito o roteiro de seu primeiro roteiro original, a explosão criativa Um Assaltante Bem Trapalhão. Em Bananas poucas piadas funcionam e envelheceu mal, mas ainda assim é mais engraçado que os standups da Netflix. As ideias são boas, principalmente as que tentam expor o ridículo de todos os lados de um conflito político, mas não foram implementadas na melhor das formas. Allen como ator está irregular. Ele não é flexível o suficiente para todas as situações que coloca seu personagem, um sujeito que trabalhava testando invenções falidas e vira líder de uma revolução em uma república de bananas. A bem da verdade nem todas as gags são totalmente pensadas na história principal, soando episódico em vários momentos, sendo o pior deles os momentos em um tribunal.


# Sherlock: The Final Problem

Caloni, 2020-12-08 cinema series [up] [copy]

O último episódio da série da BBC sobre o detetive mais famoso de todos os tempos (e sua família) está longe de ser o melhor de todos, mas assistindo agora em revisita soa melhor do que a primeira vez. Talvez as séries e filmes que assisti nesses últimos três anos não tenham ajudado muito a elevar a sétima arte, com raras exceções. O mundo está muito chato e condescendente com uma barra que talvez nunca tenha baixado tanto em tão pouco tempo.

É nesse estado de podridão e perdição que o episódio sobre a irmã perdida e psicopata de Sherlock vem bem a calhar. É a vilã perfeita. Um gênio incompreendido, se torna uma assassina sem pudores, porque "percebeu" desde cedo, observando o mundo em sua volta, que a moral é relativa, que bem e mal são criações úteis para a lei da evolução, mas não tão úteis para quem não consegue enxergar nada além da razão pura.

Então ela se diverte matando pessoas como um jogo e um experimento social. Ela quer entender algum sistema emocional com quem teve mais intimidade, e nesse caso é do seu irmão mais próximo de idade. Ele o leva para lugares de sua mente que ele não se atreveu a explorar em todos os episódios da série, mas agora se torna obrigado a usar como uma arma contra a loucura das deduções perfeitas de sua irmãzinha amiga do finado e celebrado Moriarty.

É um final digno. Envolvente. Formulaico, claro, mas envolvente. Não se pode dizer que ele não traz questões no mínimo interessantes, que nos faz pensar no valor das relações humanas. Um caso de família. Uma família de sociopatas, no caso. O episódio é glorificado e, assim como o primeiro, tenta pavimentar o caminho que irá colocar Sherlock Holmes e Watson novamente em um pedestal. Um pedestal moderno, com conexão wi-fi, mas, ainda assim, um pedestal. Imortalizado, e talvez finalizado. Será esse o fim da série?


# A Última Noite de Bóris Grushenko

Caloni, 2020-12-09 cinema todo movies [up] [copy]

Ainda na fase comédia pastelão tem essa paródia dos romances russos que Woody Allen tanto evoca em seus diálogos existencialistas e filosóficos. Ele dirige um filme de guerra e traição como quem está montando um quadro para o final de noite no Zorra Total, mas é muito charmoso, ingênuo e sagaz. Ele não consegue evitar pensar a respeito dos temas que se propõe a falar, e por tabela não nos deixa, espectadores, parar de pensar também. Comédias de Allen são exaustivas, e as como essa são exaustivas apesar de medíocres.

A história envolve piadas com a Rússia Czarista, seu povo cheio de relações profundas entre a comunidade e uma relação fraternal ao mesmo tempo que fatal. Eles anseiam pela próxima guerra para defender a mãe Rússia, menos o personagem de Allen, que quando criança teve um encontro casual com a morte que comentou na época: "ainda nos veremos de novo". E é justamente isso o que o cineasta mais temeu durante toda sua vida.

Então deve ficar óbvio o medo que nosso herói sente ao saber que Napoleão invadiu o país e todos os homens saudáveis e ele devem marchar para o front. As mesmas piadas sobre sua inaptidão em usar uma baioneta se repetem enquanto ele sonha em se casar com sua amiga de infância.

Ela é Diane Keaton em seu primeiro filme com o diretor. Mais tarde eles casariam e fariam um filho dos mais belos chamado Annie Hall. Mas no momento Keaton é deslumbrante por ela mesma. Seu timing cômico supera suas falas. Seu olhar esguio, seus lindos olhos e bochechas a tornam uma luz inebriante em qualquer cena. Em suma: é uma delícia. Não me admira que foi escalada pelo diretor judeu (que assim como em Bananas faz piadas do lado dos cristãos mais uma vez).

A primeira metade do filme é inspirado, dinâmico. A segunda metade falha em não unir as suas pontas. É uma ideia pequena demais para um longa-metragem. Levemente melhor que Bananas, Allen está quase lá em seu equilíbrio cômico-trágico que o imortalizou. Ainda não foi dessa vez.


# Código 46

Caloni, 2020-12-12 cinema todo movies [up] [copy]

Tudo começa com uma descrição em texto: no futuro não vai poder comer sua prima. Mais ou menos. Tem a ver com as pessoas serem concebidas in vitro e ter muito copy & paste (futuro Stack Overflow Sex Edition?). Então o DNA dos pais não pode ser idêntico senão vai dar ruim. Pra não dar ruim inventam esse código 46 pra abortar a operação. O número sugere ser a soma de dois grupos de 23 cromossomos, mas eles falam em genes e DNA o tempo todo. Eu que sou leigo vou me calar.

Mas nesse futuro distópico as pessoas falam pedaços da frase em espanhol, chinês, japonês, francês. O principal é inglês para os atores não precisarem aprender muita coisa nova. É muito estranha essa tentativa de futuro meio Blade Runner com a globalização e os chinas se espalhando pelo mundo.

E por falar em China, as pessoas podem pegar os mais diversos vírus. Um deles é o da empatia. O Tim Robbins pegou esse depois que saiu da prisão em Um Sonho de Liberdade e veio parar nesse filme. Esse vírus lhe deu as habilidades de adivinhar o que ele precisa saber de uma pessoa apenas sabendo uma coisinha de nada. Isso é muito místico ou ridículo. A pessoa fala: estou cansada. E pronto, o Tim Robbins já sabe a senha da pessoa. Deve ser assim que ele fugiu da prisão.

Outra habilidade que ele ganha com o vírus é de seduzir garotas sozinhas em viagens a negócios longe da família. A relação dele com a Samantha Morton vai além de ambos fazerem pontas em milhares de filmes sem ninguém lembrar que eles estavam no elenco. Eles fazem sexo. E você já sabe toda história: código 46. Nem precisaria assistir, os dizeres do começo já soltam a letra.

Bom, há algumas canções no karaokê e uma ou outra viagem de avião e o filme acaba. A moral da história é tipo o cara se deu bem e depois volta para a família e ela parou de falsificar uma espécie de passaporte desse futuro onde sem ele ninguém entra nem sai. Acho que não tem absolutamente nada de original em nenhuma ideia desse filme.

Há sexo. Vemos a coisinha da Samantha. Ela depila. Agora dá para estampar na capinha do DVD: sensual, erótico, etc. As pessoas compram(avam), alugam(avam). Quem não quer um pouco de ação à noite nos sete cabeçotes do seu VHS?

Mel dels, o filme é de 2003. Mas já nasce velho. Podia jurar que esse futuro é de um passado bem distante. Bom, pelo menos explica a cara inchada de Tim Robbins. A liberdade não fez muito bem pra ele.


# MIB: Homens de Preto

Caloni, 2020-12-12 cinema todo movies [up] [copy]

Revisitado, MIB cheira a anos 90. Tommy Lee Jones está fabuloso como o funcionário de uma agência de relações intergalácticas que se diverte apagando a memória das pessoas até se cansar e voltar para sua amada. Will Smith repete seu personagem da série Um Cara no Pedaço misturando ginga hip-hop e uma força de vontade incompreensível de ser um policial. Ambas as aspirações não são harmônicas. O único momento que entendemos sua motivação é quando ele conhece a gracinha da legista, que irá descobrir que existem mais anatomias no universo do que sua vã filosofia compreende. Oscar ou indicação de efeitos visuais e maquiagem mais que merecidos. Mais de 20 anos depois o filme funciona. Desde então Tommy Lee conseguiu refinar sua persona em trabalhos intimistas, enquanto Will Smith inflou seu ego do tamanho da galáxia e investe seu tempo em grandes produções onde é ele mesmo ou em produções menores onde é uma pessoa muito sábia e altruísta. O plot twist que ele não descobriu é que a galáxia comparável com o tamanho de suas capacidades de atuação é equivalente ao do filme.


# O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante

Caloni, 2020-12-16 cinema todo movies [up] [copy]

Finalmente um filme cujo material bate com o estilo de seu criador. Afeito a trabalhos experimentais no cinema, o pintor Peter Greenaway nem gosta tanto assim de cinema, o que explicaria seus péssimos e confusos filmes. Contudo, disposto a colocar sua visão em movimento em uma telona, ele sujeita sua paleta de cores ao formato industrial de exibição. Com isso já produziu e lançou várias atrocidades, como 8 1/2 mulheres e O Livro de Cabeceira, mas seu filme mais marcante e o divisor de águas foi este "O Cozinheiro, blá-blá-blá", ganhador de prêmios da crítica e algo que possa ser lançado nos cinemas comerciais. Até porque exibe Helen Mirren, em forma e com pelos.


# Uma Sessão Méliès

Caloni, 2020-12-16 cinema shorts [up] [copy]

É meio que mágico acompanhar uma sessão em um teatro em Paris onde eram apresentados os trabalhos deste artista e empreendedor no início do cinema. Nossa host é a neta do cineasta, e ela descreve o ritual das pessoas que viram esses curtas entre 1898 e 1905. Havia uma pessoa que explicava o filme. Havia um pianista para acompanhar os filmes. Mesmo se você já viu um ou outro desse curta, como o icônico Viagem à Lua, esta sessão traz algo mais: é simpática. É ingênua. É desprovida de outras intenções senão observar uma arte engatinhando. Onde essa arte morreu? Não sabemos precisar ainda. Mas sabemos onde nasceu. Foi dos ombros desses idealizadores. Um passo de cada vez. E a mágica se fazia real.


# Apartamento 1303

Caloni, 2020-12-26 cinema todo movies [up] [copy]

Terror japonês raiz. Bacana pelos defeitos especiais, com destaque para as meninas que protagonizam um suicídio triplo (promoção de compra coletiva) e penduradas na varanda parecem versões pioradas da boneca Barbie. Uma história sem pé nem cabeça, mas com ótimos momentos de quadril. Este é um terror da década de 2000 antes de virar cult, o que está sendo chamado de neo-terror pelos críticos que abraçam movimentos de momento, como a década do renascimento do faroeste. E antes de Leone havia sub-produções italianas. Antes de Babadook havia Apartamento 1303 e seus remakes americanos (e Apartment 1303 tem um remake estadounidense em versão 3D, para os que acham que algumas coisas não dá pra piorar).


# Dropkick on My Devil

Caloni, 2020-12-26 cinema animes [up] [copy]

Chute a Bunda do Meu Demônio (tradução livre) tem uma pegada parecida com Miss Kobayashi's Dragon Maid, em que mais importante que a empregada ser um dragão é acompanhar como os personagens interagem, se ajudam, acham seu lugar nesse novo, estranho, perigoso e maligno mundo dos humanos. Porém, diferente de Dragon Maid, esta é uma comédia mais infantil, onde apesar de existir momentos de pura tortura com sangue jorrando e pedaço do rabo de uma cobra demoníaca ser fatiado para deleite dos outros convidados, tudo é muito fofinho e logo fica óbvio que a série só usa seu plot como chamariz e um ou outro detalhe relacionado a esses seres sobrenaturais, mas no final poderiam ser humanos comuns. Mas que graça teria, não?


# Meu Amor de Verão

Caloni, 2020-12-26 cinema todo movies [up] [copy]

Pawel Pawlikowski, diretor polonês dos premiados Ida e Guerra Fria, dirige esta produção inglesa local em uma sinergia de atuações fascinante entre a já experiente Emily Blunt e a estreante Natalie Press. Ambas irão se apaixonar em um romance que resgata de maneira bem clichê os dogmas progressistas da falsidade das religiões e da vida burguesa e não a subverte, mas entrega outro olhar, mais maduro e renovado. Apenas um polonês obcecado com a observação dos pequenos detalhes do comportamento e da essência humana para não se deixar levar pela cartilha vigente. Este filme não é nada demais, mas é repleto de virtudes em sua composição, que você pode não reconhecer até a última reviravolta, mas que conseguirá sentir e repensar seus próprios dogmas.


# One Punch Man: Return of the Hero

Caloni, 2020-12-26 cinema series [up] [copy]

Bem decepcionante esse início de temporada. Esta é uma série de uma tacada só, mas money talks e a tentativa de continuar a aventura que nunca acontece acaba se levando a sério e com poucos momentos cômicos que faziam-nos repensar a baboseira que são as séries de super-heróis com seus níveis malucos, e a sindicalização (fora os vilões hilários, vilanescos). Neste episódio é usado o arco de um dos primeiros humanos salvos por Saitama, da época em que ele tinha cabelo. Esse cara sempre estava por perto quando One Punch Man aparecia para salvá-lo. O resultado: o mérito foi atribuído a ele, que se auto-proclama o humano mais forte de todos. A piada: ele é um otaku desempregado comprando jogos de namoro. Not funny enough. Nível C.


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