# Como Configurar Debug de Kernel Pela Rede (Hyper-V Edition) [link]

2021-05-01 tag_coding tag_debugging tag_videos ^

Estava pensando em transformar alguns posts antigos que estou revisando em vídeos no YouTube. Acho que o esforço para fazer isso é relativamente baixo se for sem áudio, sem edição e apenas com o que eu naturalmente faria para validar as partes técnicas, e muita gente poderia aprender algumas coisas, como, por exemplo, configurar o debug de kernel.

Foi nessas que eu comecei a gravar um vídeo para o post onde eu ensino a depurar um processo em user mode através do debug de kernel mode usando o WinDbg. Esse post é de mais de dez anos e na época usei VMWare e emulação de cabo serial. Hoje estou usando Hyper-V e vejo que a maneira mais fácil de configurar o debug de kernel é pelo driver de rede, usando uma ferramenta do Debugging Tools chamado kdnet.

No vídeo original comecei na inocência seguindo o tutorial da Microsoft para configurar o kdnet, mas acabei gastando quase uma hora nesse esforço, e foi em vão. Eu não consegui usar os passos descritos no tutorial para fazer o boot finalmente conectar no kd.exe.

Pesquisando sobre pessoas que tiveram o mesmo problema encontro um post da Ophir Harpaz no Medium dizendo que irá ensinar o porquê de cada comando na configuração desse tipo de debug. O título do post é apenas um chamariz, pois também é um passo-a-passo sem explicação nenhuma dos motivos por trás de cada comando. Porém, os passos são diferentes do da Microsoft, e esses funcionaram. Então vou gravar o vídeo, e de brinde segue o passo-a-passo:

Com uma VM de Windows 10 criada no Hyper-V, desabilite o Secure Boot pelas configurações da VM:

Desligue a VM. Pelo meno do Hyper-V crie um novo adaptador pelo Virtual Switch Manager; esse deve apontar para um adaptador de sua máquina real, para host e target conseguirem se comunicar. Atribua esse novo adaptador à sua VM desligada e volte a ligá-la.

Já ligada abra um prompt de comando elevado e use os seguintes comandos do bcdedit para configurar um boot de debug. Lembre-se que o IP deve ser o IP da sua máquina host do seu adaptador de rede real (wi-fi ou cabo). Executando um ipconfig você consegue pegar ele.

   >bcdedit /copy {current} /d "KDNet port 50035"
   The entry was successfully copied to {dd896c2e-fccb-11e8-9cb7-d481d7c30c24}
   >bcdedit /default {dd896c2e-fccb-11e8-9cb7-d481d7c30c24}
   > bcdedit /set {default} debug yes
   The operation completed successfully.
   > bcdedit /dbgsettings net hostip:192.168.1.120 port:50035 newkey
   Key=g3mx1h96o5j9.tbdbyy05hfu7.10tkqaj5agj7e.xttvshlq4zsr

Verificando as configurações:

   > bcdedit /dbgsettings
   key         g3mx1h96o5j9.tbdbyy05hfu7.10tkqaj5agj7e.xttvshlq4zsr
   debugtype   NET
   hostip      192.168.1.120
   port        50035

Com tudo isso configurado é possível ir na máquina host e rodar o kd.exe:

   > kd.exe -k net:port=50035,key=g3mx1h96o5j9.tbdbyy05hfu7.10tkqaj5agj7e.xttvshlq4zsr
   Microsoft (R) Windows Debugger Version 10.0.18362.1 AMD64
   Copyright (c) Microsoft Corporation. All rights reserved.
   
   Using NET for debugging
   Opened WinSock 2.0
   Kernel Debug Target Status: [no_debuggee]; Retries: [0] times in last [7] seconds.
   Waiting to reconnect...

Ele vai ficar nessa de aguardar até a máquina target estar disponível, ou seja, bootando na configuração debug configurada para debug de kernel pela rede nesse IP. Lembre-se de que antes de tudo isso a porta usada deve estar acessível pelo firewall e host e target devem estar pelo menos se pingando. Verifique antes de tentar conectar.

Depois de algumas horas eu finalmente consegui. Agora é hora de começar a gravar o vídeo para o post antigo. Ou outro dia.


# Lista de Listas Sobre Cinema

2021-05-02 tag_lists ^


# Fullmetal Alchemist (Hagane no renkinjutsushi) [link]

2021-05-04 tag_animes ^

Este anime de luta usa a alquimia como o pano de fundo. A história vai ser revelada aos poucos, mas sabemos que esses dois irmãos quando criança violaram a lei mais sagrada ao tentar realizar uma transmutação humana. E pagaram caro. Agora são dois aventureiros em busca do que todo alquimista busca: a pedra filosofal. Essa foi fácil de adivinhar, não?

O formato da história segue o velho padrão de lutinhas e poderes. Os personagens são galhofas, apenas servem à história dos irmãos quando precisa e a aventura pode não ter fim. Um anime que fez sucesso em seu gênero, bem desenhado, mas melhor editado. A câmera revela alguns movimentos interessantes. Porém, o piloto não faz jus à sua fama. Podem ser as revelações que irão se desdobrar.


# JoJo's Bizarre Adventure (JoJo no kimyô-na bôken) [link]

2021-05-04 tag_animes ^

Conheci esse anime com uma feature nova do app Netflix da minha TV: dar play em algo "aleatório" do catálogo. Foi a segunda coisa que veio. Essa feature é sensacional por vários motivos, mas o principal é não estar sujeito à estética do marketing de um material antes do material em si, o que dá chance para trabalhos menos marketeiros.

Vários descendentes da família Joestar enfrentam inimigos com força e maldades descomunais. Este anime é violento e estiloso. Sua curta história só piora quando os roteiristas tentam deixar mais curta já dizendo tudo que está acontecendo na cena, seja pela boca de personagens secundários ou do narrador.

2022-02-15

A temporada com a minazinha presa comprova o que observei no primeiro episódio da primeira temporada: este é conteúdo promocional do mangá desde o começo até o fim. As virtudes artísticas do anime, que possui uma arte e cores que empolgam pela mescla do cartoon norte-americano e o mangá japonês, estão aprisionadas em diálogos sufocantes e sonolentos sobre cenas de ação cada vez mais bizarras, mas cada vez menos interessantes, e cada vez mais lentas. No final tudo que foi construído serve para catapultar dois objetivos: novas temporadas e venda de bonecos.


# Jujutsu Kaisen [link]

2021-05-04 tag_animes ^

Um anime dinâmico, ágil, visceral. A junção de diferentes texturas estilizadas em cores e formas vetoriais transforma este em um trabalho para se admirar, e admirar em movimento, pois ele não para. Acompanhamos as maldições do mundo em um misto de drama, ação, gore. É bonito de se ver por si só, e é uma introdução de respeito o piloto. Se mantém pelo drama? Com certeza se mantém pela ação. A porradaria tem estilo e o sobrenatural é um aditivo. Este mundo fantástico cercado de espíritos, demônios e maldições ainda mantém um peso dramático que nos permite assistir interessados. Em saber o que vai acontecer. Talvez nada aconteça. Mas é bonito de se ver. Ô se é.


# Oddtaxi [link]

2021-05-04 tag_animes ^

Esse simpático anime com animais gira em torno de um taxista mal-humorado e a vizinhança que forma uma fauna em uma "Zootóquio". A história do primeiro episódio quer nossa torcida para este solitário motorista nas ruas da cidade. Tudo acontece à noite. Nós devemos torcer por ele porque ele é alheio à febre das redes sociais. Igualzinho aos espectadores. Claro. Os animais usam o celular a todo momento, e é como se a vida lá fora não tivesse tanta graça ou esperança. A vida real é dura, mas vivida por diferentes animais é fofinha.

Em uma cidade surgem crimes e mistérios e lá vamos nós de novo para um compilado quase noir dessa mesma história. Não há nada no primeiro episódio que nos prenda. Ele está atualizado com a geração internet, politicamente correta e essas pautas da militância; o que na verdade nos afasta ainda mais. Mas ele tem charme o suficiente para conquistar pelo estilo. Sua forma supera o conteúdo e faz pensar se não é o caso de doublecrossing.

Da metade para o final a série começa a unir os personagens em torno de uma trama única, mas o resultado é catastrófico. Toda a profundidade desses animais transformada em estereótipos que se auto-explicam em diálogos expositivos. A história estava ficando complexa e dark demais, e eu sinto que ela não tenha ficado um pouco mais, se rendendo ao sistema. Todo aquele cinismo do começo desperdiçado.


# The Promised Neverland [link]

2021-05-04 tag_animes ^

Que crianças irritantes. As mais novas podiam cair no poço que separa este mundo distópico do resto de uma realidade oculta. E os jovenzinhos cheios de reviravoltas sem sentido. Prision Break para emos.


# Tudo Por Ela [link]

2021-05-04 tag_cinemaqui tag_movies ^

O que você faria para estar junto daquele amor de juventude que nunca te deu bola? Sim, eu sei, estou ultrassimplificando Tudo Por Ela, um filme com altos e baixos, boas ideias e velhos clichês. Ele beira o brega em alguns momentos, o suficiente para pensarmos que se fosse produzido no Brasil teria trilha sonora de Amado Batista. Porém, é o lado trash que o mantém nos trilhos certos, e é quando se leva a sério demais que o esquecemos rápido demais.

Baseado no mangá Gunjou da mangaká Ching Nakamura, esta versão live-action adaptada com a ajuda da roteirista Nami Yoshikawa possui uma decupagem fantástica, que se destaca de algumas montagens convencionais para nos colocar sempre pensando em algo em cena que parece fora do lugar. A curiosidade cinematográfica mantém a ação acontecendo por mais tempo do que o esperado e serve para nos apresentar a este mundo vivido e compartilhado por duas amigas para a vida, Rei Nagasawa e Nanae Shimoda.

A história é simples e visceral em sua primeira meia-hora, que toma a acertada decisão de acompanhar o raciocínio do coração da jovem tresloucada Rei. Ela mata um homem com um plano frio, mecânico, simples e eficaz: paga uma bebida para o sujeito no bar. E todos sabemos que quando uma linda mulher faz isso ela pode fazer o que quiser com um homem.

A cena do assassinato é de uma beleza ímpar. Não apenas pelo nu de Kiko Muzuhara, mas também porque ela tem seu seio coberto de sangue e a cor de sua pele cria um contraste único que você nunca verá em outro filme. Não com a mesma estética. Se torna o clímax do filme inteiro, ou pelo menos a cena memorável depois de uns dias, porque se você não leu a sinopse ainda não entendeu nada das motivações de Rei nesse momento.

Então ocorre o primeiro flashback. E o segundo. Caminhamos pelas suas emoções represadas por décadas. E finalmente a entendemos. Ou pensamos entender. O filme tenta tornar essa fagulha da paixão de juventude em algo mais. Verbaliza demais. E nessa hora parte para o vazio dos lugares comuns.

Há um melodrama envolvendo essa história que foge dos rótulos fáceis de amor e amizade. Está mais próximo de fascinação. A microssinopse da Netflix nos diz: "Rei ajuda a mulher dos seus sonhos a escapar do seu marido violento. Durante a fuga, o sentimentos das duas pegam fogo. Censura 18." Claro que é injusto julgar chamadas de duas frases em um catálogo gigante de streaming, e é certo entender que o filme é muito mais que isso. Infelizmente nem o filme tem muita ideia do quão mais, se perdendo em conjecturas que nenhum espectador questionou.

Ao tentar explicar a bela história e argumento conduzidos pelo sexagenário diretor Ryuichi Hiroki ambos viram mais do mesmo. Mas é um mais do mesmo belo, poético, e com cenas explícitas lembrando o soft porn Azul é A Cor Mais Quente. Hiroki gosta de transitar por suas cenas movendo o ângulo da câmera em 180 graus. É bonito de se ver, embora na maioria das vezes discutível. Há apenas um momento em que o movimento está embutido de significado, que é quando as duas, fugindo de carro, começam a atravessar uma longa ponte, e a vemos se afastando. No girar da câmera a fuga se transforma no início de um road movie, e agora o carro se aproxima de nós. E se foi talvez a última cena impecável de um longa de mais de duas horas de duração.

Tratando de relacionamento lésbico, acho bonitinho como o mundo civilizado busca países onde ainda exista culturalmente e primordialmente alguma intolerância a essas questões. Agora é o Japão. Por comparação é como contar uma história de miséria na África interiorana ou as mazelas da imigração forçada nos becos de Paris. Lésbicas japonesas podem ainda hoje não serem muito bem vistas fora das grandes metrópoles nipônicas. Sendo uma lésbica assassina, então, é um gatilho interessante.

Mas esqueça o lesbianismo, esse filme não foca inteiramente nisso, até porque ele não foca muito bem em parte nenhuma. São duas mulheres em fuga com síndrome de Thelma e Louise, mas dessa vez o suspense é saber se elas vão pular do precipício. Existem românticas suicidas nos dias de hoje? No Japão o suicídio está sempre em alta, mas o que dizer desse romantismo líquido atrapalhando as questões vitais?

A destreza com que Ride or Die (o título original, cafona e divertido do filme) muda os parâmetros e motivações de suas personagens seria divertidíssimo se o filme não começasse a se levar a sério da metade para o final. Caindo na armadilha de sair da trilha de Amado Batista e começar a tocar um Roberto Carlos mais clássico, passando dos cinquenta, a fascinante discussão metalinguística sobre filmes de paixões arrebatadoras no mundo contemporâneo vira algo sério. Mas essas meninas já deixaram de ser sérias na primeira curva da estrada. Antes seus olhares em ultraclose diziam muito mais. Agora elas abriram a boca e colocaram tudo por água abaixo.

Ao introduzir personagens já no terceiro ato, Tudo Por Ela nos confessa não ter tido a frieza de esquematizar melhor essas duas horas e meia de emoções. É a paixão que pega fogo rápido e logo apaga, sem a intensidade com que merece ser tratado o drama da violência e do amor exacerbado. Fica a imagem dos seios ensanguentados de Rei nos primeiros quinze minutos de filme. Essa cena merecia um filme mais digno de ser mostrada.


# Como Ordenar Três Números em Uma Entrevista

2021-05-13 tag_coding ^

O primeiro exercício pedido ao candidato para a vaga de programação na Intelitrader é fazer uma função que receba três números e informe entre eles qual o maior, o menor e a média dos três. Sim, eu sei, absurdamente fácil, não? Porém, mesmo assim, a grande maioria dos "programadores" que entrevisto perde mais de meia-hora em um exercício simples desse. O motivo, acredito eu, é que a lógica de programação está cada vez mais em baixa. Pensar se tornou tristemente um requisito opcional em uma vaga de programação.

No meio de uma entrevista, entediado, resolvi eu mesmo ir resolvendo enquanto aguardava o candidato. Imaginei o que eu, como hipotético candidato, faria para resolver esse exercício da maneira mais rápida. Meu objetivo não era apenas cuspir código, mas entender qual o raciocínio envolvido na obtenção de uma lógica simples dessa.

Então vamos lá. A primeira coisa que eu pensei é fazer em Python. Porque programar em Python um código desses dá para fazer em qualquer editor, inclusive na web. Inclusive em um papel de pão.

A segunda coisa que eu pensei é em já criar a função recebendo os três números, mas em não usá-los no cálculo, porque usar três nomes de variáveis para decidir qual é o maior e menor seria um pé no saco cheio de ifs e elses. Melhor rodar um loop que alimenta o maior e o menor de todos. Sabendo disso eu crio duas variáveis, maior e menor:

def func(a, b, c):
  maior = 0
  menor = 100000000
  nums =  a, b, c 

Eu inicializo maior com o "menor valor possível", zero, e menor com o "maior valor possível", no caso um número muito grande. É o maior possível? Não, mas já resolve o problema para números médios e grandes. Caso o entrevistador questionasse essa parte do código eu poderia simplesmente pesquisar qual o maior valor representável por um inteiro em Python para inicializar corretamente. Para um problema em que a resposta precisa ser dada em alguns minutos está de bom tamanho.

Por fim, meu loop que verifica qual o menor e maior varre o array que criei e no final eu sei que o menor e maior valor estarão nas variáveis de mesmo nome.

for n in nums:
  if n > maior:
    maior = n
  if n < menor:
    menor = n

E a média é obtida somando os três números dividido por três, me lembrando que pode ser um número quebrado, então é melhor que seja um ponto flutuante, o que eu consigo dividindo por 3.0 em vez de 3.

print("media: ", (a + b + c) / 3.0);

O conjunto da obra é bem simples e intuitivo. Não precisou de muito raciocínio. O maior desafio, em minha opinião, é manter a calma, entender o problema, e abordar da maneira que consuma menos tempo e esforço intelectual, os recursos escassos do desafio.

def func(a, b, c):
  maior = 0
  menor = 100000000
  nums =  a, b, c 
  for n in nums:
    if n > maior:
      maior = n
    if n < menor:
      menor = n
  print("maior: ", maior);
  print("menor: ", menor);
  print("media: ", (a + b + c) / 3.0);

Não precisa ser a melhor solução do mundo, mas já é uma solução boa o suficiente. Justamente o que a Intelitrader pede aos seus candidatos e funcionários. =)


# A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas [link]

2021-05-15 tag_cinemaqui tag_movies ^

A Família Mitchell e a Revolta das Máquinas, como o nome e o trailer de meia-hora já deve sugerir, é uma animação muito bacana e é banal como a vida hoje em dia. Ela caminha pelo clássico das aventuras de apocalipse com família disfuncional e seus problemas de comunicação, mas sob o ponto de vista fofinho de uma futura cineasta. A linguagem contemporânea de enfatizar as emoções e desejos colocando enfeites em vídeos, tão comum na web e em novelas juvenis coreanas, ganha vida nesse longa-metragem sobre mais uma vez nossa humanidade posta em xeque pelo uso exacerbado da tecnologia conectada e o choque com a geração que nasceu sem ela.

Algumas piadas funcionam e outras não, mas você acaba simpatizando com a ideia de acompanhar essa família. Eles são simples, até demais. A única mais complexa e conflitante é Katie Mitchell, a garota-protagonista, porque ela é super-especial e é baseada em uma família de cineastas que formou a equipe responsável pelo filme. E você sabe como esses artistas são egocêntricos. Porém, ela entra em uma jornada para salvar a humanidade de uma vingativa Inteligência Artificial do sexo feminino, e todos que já assistiram Ela/Her, o romance dirigido por Spike Jonze com Joaquin Phoenix e Scarlett Johansson, sabe que não se deve brincar com essas. Katie se desentende com seu velho pai, mas depois entende os sacrifícios que seus pais fizeram durante todo seu crescimento para manter essa família unida.

O design de produção me atrai. Pode ser esse uso de texturas 2D cartunestas em cima de personagens 3D. Pode ser essa mescla audiovisual que referencia ou pisca sutilmente e com respeito para obras sobre IA (Matrix, Tron, 2001) ou até mesmo sobre a evolução da tecnologia no cinema nos últimos anos, principalmente em animação. E esse filme não tenta ser mais um do mesmo, ele vai de encontro ao clássico usando a tecnologia disponível, como muitos animes têm feito. É saboroso capturar esse uso lúdico e ao mesmo tempo estilizado, principalmente se lembrarmos de como o caos impera no mise en scene do filme, ou seja, a disposição dos elementos de uma cena, evocando o próprio estado instável dessa família que não damos a menor chance.

Seu terceiro ato é manjado, mas continua engraçado, e se torna mais tocante. Quando o filme acaba e as tensões de julgar o que mais um filme com esse tema está fazendo aqui, a poeira abaixa e em retrospecto não me parece um filme tão medíocre assim. Mas é claro que ele é. Ele apenas ganhou nossa simpatia. O uso de cores em exagero e um cão adoravelmente aloprado podem ter contribuído. Você não gostaria de ter um cãozinho tão simpático e caolho para fazer viver suas aventuras de fundo verde no quintal de sua casa?


# Bananya [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Gatos que nascem dentro da casca de uma banana. Estou convencido que todos os canais da TV multidimensional da série Rick & Morty não vem do espaço sideral. Todos vêm do Japão. Desenho fofo com dublagem mais ainda.


# BoJack Horseman [link]

2021-05-15 tag_series ^

Essa é uma série de animação simples de entender sobre os problemas contemporâneos da sociedade americana em não abraçar a verdade, preferindo se esconder por trás de uma capa de proteção politicamente correta.

Também ressalta como é fácil ser honesto a respeito da vida lá fora, mas como é infinitamente mais complicado falar de sua própria infância.

Bojack Horseman utiliza também um pouco das diferentes espécies que convivem nessa Los Angeles do glamour para destilar venenos sobre como as pessoas ignoram o que são e preferem ser tratadas como não são, como uma gata que quer evitar que os outros a vejam como... uma gata?


# Lei & Desordem (Brooklyn Nine Nine) [link]

2021-05-15 tag_series ^

Essa série de polícia irreverente usa a pegada de câmera semi-documental e personagens interpretados por Terry Crews, entre outros. Bom casting. Lembra a série de filmes Loucademia de Polícia sem os estereótipos e com mais diálogos sarcásticos. Ela é morna desde o início, segue o clima descontraído com episódios fechados da TV aberta. Boa para passar o tempo.

É curioso como os personagens são apresentados de maneira oficial pela chegada do novo sargento, mas como é nas sutilezas que percebemos os detalhes da personalidade de cada um. Por exemplo, há uma moça que se interessa particularmente em comentar o sex appealing das pessoas no departamento, mas acaba errando a respeito dos interesses da durona do escritório.


# Anatomia de Grey (Grey's Anatomy) [link]

2021-05-15 tag_series ^

O piloto dessa série pulou nos títulos aleatórios da Netflix. Já tinha visto um pedaço ou outro, mas primeira vez que começo a série. Assisti cinco minutos de Jupiter's Legacy nesse esquema, mas assisti o episódio inteiro de A Anatomia de Grey.

As produções pré-streaming, mesmo que para TV, possuíam um formato manjado, tão ou mais quanto as produções de internet, mas havia uma qualidade inerente em sua estrutura, seus personagens, seu roteiro e produção. Era feito para não falhar, e não apenas mais um em um catálogo de horas infinitas na frente do sofá. Claro que, falando de uma série que começou em 2005, já se torna mais uma em um mar de outras.

Um Plantão Médico com protagonista feminina, Grey's Anatomy tem a proposta de acompanhar esses estágios de medicina (tem um nome chique quando é estagiário de médico, mas esqueci agora), suas vicissitudes na profissão que acabou de começar, e junto dela um turbilhão de emoções regado a "noites" mal dormidas. O piloto até que é leve, introdutório, mas possui peso, flui natural, e os diferentes dramas desses aprendizes se entrelaçam em dois dias e noites no Hospital Central de Seattle.

Não me admira que seja um seriado com tanto tempo no ar, nem que as pessoas se apaixonem pelos seus personagens. Eles estão muito à vontade em seus papéis desde o início. O casting é sensacional, mas a montagem é ainda melhor, pois nos tira o tempo precioso para refletirmos sobre um caso para gerar a sensação de desorientação, desesperança, medo. Talvez não seja um episódio tão leve assim, ou se é leve, ao mesmo tempo é profundo. Do seu minuto inicial ao final nada é desperdiçado para mover a história. E essa é uma diferença crucial das seriezinhas de internet, que pontuam pelo tempo de tela sem medo que o espectador clique no próximo canal do controle.

Essa função de título aleatório está vindo bem a calhar.


# Hinamatsuri [link]

2021-05-15 tag_animes ^

A estranheza de ver uma garota com poderes de telecinese recém-chegada de outra dimensão ser lançada na vida, glamour e violência da yakuza compensa a história comunzinha que se segue. As notas de estranheza estão nesse choque e a série não se esforça para nos mostrar o óbvio. Há uma cena hilária no segundo episódio em que uma colega de classe da pequena criatura acaba servindo drinks para mafiosos. A cena continua hilária até o final porque não há ninguém observando a bizarrice desse momento, apenas nós. Essas pérolas acontecem sem alardes, quando com a chegada de uma suposta mercenária acaba em uma partida de joquenpor. A melhor de três.


# Don't Toy With Me, Miss Nagatoro (Ijiranaide, Nagatoro-san) [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Um Teasing Master adolescente, a arte do exagero nos traços e movimentos encontra uma verossimilhança incômoda com a garota bullie, Hayase Nagatoro. Quem já sofreu com essas garotas no colégio deve se lembrar melhor. Eu me lembro, pois era virjão.

Mas além dos movimentos do anime, que são expressionistas, a dublagem de Sumire Uesaka é coisa de louco. Espontânea e à vontade demais, Uesaka incorpora a menina sapeca tão naturalmente que o desenho acompanha sua voz, e não o contrário.


# Naruto [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Este pequeno épico sobre uma lenda com um ser mágico maligno e uma vila de ninjas seculares tem um piloto dramático que acerta um tom narrativo em que o drama é eficiente e os traços são toscos. Não é bom de se assistir, nem pelo desenho nem pelos movimentos. E a lenda se torna maior que a série.


# Neko Neko Nihonshi [link]

2021-05-15 tag_animes ^

História do Japão feudal com gatos. É divertidinho e criativo. Notas positivas para a viagem de boas vindas entre líderes, quando os gatos comem toda a comida de presente, mas sobra o saco. E gatos adoram saco. Só não sabem o que fazer com o ouro. Divertido com vários níveis infanto-adulto.


# Nyanbo! [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Gatos vindos do espaço. São animações em cenários live action. Bonitinho, mas bem conceitual e sem tensão. A história é bobinha demais até para crianças.


# O Legado de Júpiter [link]

2021-05-15 tag_series ^

Estou adorando esse modo de título aleatório que a Netflix criou nas TVs LG (não sei se tem em mais algum dispositivo). Basicamente você clica em seu perfil e o serviço de streaming vai passando títulos "aleatórios". Você pode pular para o próximo em um clique do controle remoto. É como ter o modo TV de volta, com as vantagens de não ter comercial e tudo começar do começo.

Por que estou falando isso em uma nota sobre Jupiter's Legacy? Porque foi assim que esse título apareceu para mim. Eu não clicaria nele de livre e espontânea vontade, nem se estivesse muito entediado. Mas o título aleatório me libera de ficar vendo trailers sem fim e vai direto ao ponto.

E o ponto dessa série adaptada de um graphic novel ou algo do tipo é contar a história de heróis que são filhos de um super. Começa contando com eles crianças e depois avançam no tempo e dão várias dicas de que esse é o garoto, aquela é sua irmã. O roteiro preguiçoso de sempre, mas pode ser outra coisa.

Produções caras como essa precisam convencer o espectador que está com o cérebro desligado babando no sofá. Essa é a explicação mais sensata. A estrutura dos primeiros cinco minutos é muito próxima de três ou quatro produções do gênero, e não há um pingo de empatia em acompanhar essas pessoas.

O resto do episódio eu não sei como foi, pois parei por aí. As vantagens da TV com controle remoto. Agora de volta com essa opção de títulos aleatórios. Melhor coisa que a Netflix lançou há muito tempo.


# Saiki Kusuo No Psi Nan [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Este anime de piadas ágeis e texto frenético é daquele humor mental, que não dá tempo de sentir e dar risada antes da próxima piada. É absurdo, também, mas um absurdo coeso. Tudo faz sentido se o protagonista é um vidente, telepata, pirotécnico.

Saiki Kusuo nasceu especial em uma família normal e narra suas próprias aventuras no colégio. Sensato, explica ao espectador detalhes de sua vida atual, como porque deixou de expor seus poderes em público, ou porque é melhor resolver os conflitos entre seus pais em um casamento desgastado para que ele consiga comer seu delicioso pudim de café de sobremesa.

Dinâmico e cheio de situações em um episódio só, No Psi Man entretem sem comprometer. Boa diversão ocasional sem pretensão.


# Shinya! Tensai Bakabon [link]

2021-05-15 tag_animes ^

Essa continuação de uma série curta de anime dos anos 70 acompanha uma família em torno do inquieto pai Bakabon. O primeiro episódio é uma espécie de homenagem metalinguística ao original, o que deve ser melhor para quem conhece a fonte. Para quem chegou agora como eu é metade engraçado: a metade que não depende de referências passadas.

O pai quer mudar detalhes no anime para que seja uma nova estréia completamente nova. Então ele muda o bigode, o corpo, o gênero. Ele troca o filho por um transeunte, e o filho e seus cinco irmãos gêmeos produzidos em laboratório viram os transeuntes. Na gana de ser uma celebridade de respeito ele termina tentando fazer seu filho caçula ser preso por tráfico de drogas, pois é o que toda celebridade de respeito deve ter no currículo. Contando para vocês soa mais engraçado que assistindo, porque o ritmo, o tom e a própria referência deslocam a piada para uma espécie de Family Guy de outra dimensão. É caótico demais e se perde na construção.


# Eniwine [link]

2021-05-17 tag_wine ^

Comprei um Kit da Eniwine para testar esse experimento em usar inteligência artificial para prever os gostos particulares dos bebuns. São 15 mini-garrafas de 50 ml cada em que você deve degustar e dar uma nota de 0 a 5, de meio em meio, e depois jogar no sistema deles para comprar mais vinhos. Comecei a degustação um dia depois de chegar e de cinco em cinco mini-garrafinhas degustamos 15 rótulos desconhecidos. Junto vem um catálago de cada vinho, mas qual é a graça de saber qual o vinho antes de tentar adivinhar os sabores escondidos?

A listagem abaixo é o resultado das notas e comentários de todos eles. Como já disse, eles foram tomados em três dias seguidos de cinco em cinco. O total de tempo de uma sessão ficou entre meia-hora a uma hora e pouco, variando dependendo do dia. Degustamos a dois e servi metade das garrafinhas, pois pretendo voltar a bebê-los em mais um teste cego antes de revelar o que cada um é (update: voltei a beber uma semana depois; minhas notas e percepções foram anotadas, também).

De imediato posso quase que garantir que existe uma gradação de corpo neles, e a partir da garrafa de número 6 os vinhos começaram a ficar muito densos e encorpados, o que é uma pena, pois é difícil entender vinhos tão complexos em pouco tempo (e pouco vinho) para experimentar.

Foi quase uma experiência em vínicolas industriais com visita comercial de caravana. Quem já participou da tortura sabe do que estou falando. Houve uma vez em um castelinho construído em Napa em que havia 20 rótulos para experimentar de uma vez. Não lembro de nenhum deles.

Vamos lá:

Rótulo 1

  • Caloni 2021-05-15 (3.0): Doce, alcoólico, frutas maduras (ameixa?), corpo médio, levemente tânico, enjoativo. Cabernet.
  • Mitiko 2021-05-15 (3.5): Azedinho, estranho (cheiro?).
  • Caloni 2021-05-22 (3.0): Vinho doce, liquoroso. Talvez seja de sobremesa, mas mais provável colheita tardia. Agradável, mas talvez enjoativo com uma taça inteira. Malbec?

E o vinho é... Virtus Reservado Suave Cabernet Sauvignon 2020: "Apresenta coloração vermelho rubi de tonalidade intensa e viva. No aroma é franco, apresentando frutas negras e frutas vermelhas como amoras, mirtilo, morango, terroso e especiarias como a pimenta preta. Sem utilização de madeira de carvalho. Em boca apresenta paladar leve, agradável, corpo médio, taninos sedosos e sabor adocicado."

  • Acertos: corpo médio, taninos (leve vs sedoso), ameixa.
  • Erros: Malbec vs Cabernet.

Rótulo 2

  • Caloni 2021-05-15 (4.0): Quentinho, pouco alcoólico, tânico, ácido, amadeirado e/ou envelhecido, quero beber mais. Cabernet?
  • Mitiko 2021-05-15 (~~1.5~~ 2.5): Gosto ruim meio Merlot, não-doce.
  • Caloni 2021-05-22 (2.5): Encorpado, mistura de doce com amargo, não é alcoólico, mas é vibrante demais. Cor escura.

E o vinho é... Cavic Meio Seco 2020: "Vinho tinto elaborado pelas castas Bequignol, Sangiovese, Lambrusco Maestri, Meunier e Caberinta. De cor vermelho rubi brilhante e nariz muito vinoso. Em boca é suave, meio seco com leve presença de taninos, características que o tornam um vinho bem harmonioso."

  • Acertos: amadeirado e/ou envelhecido vs "nariz muito vinoso" (?) e/ou leve presença de taninos.
  • Erros: encorpado vs suave, Cabernet vs Blend Maluco.

Rótulo 3

  • Caloni 2021-05-15 (1.5): Cor transparente, quente, sabores sem fruta (mineral ou vegetal), remédio. Merlot? Ácido. Amargo com corpo leve.
  • Mitiko 2021-05-15 (0.0): Parece mais Merlot, é ruim.
  • Caloni 2021-05-22 (3.0): Cor de envelhecido, mas corpo fraco e sabor lembram um Pinot Noir. Fácil de tomar, levemente vibrante, frutado e azedinho.

E o vinho é... Tierra Sur 2019: "Este vinho segue é aromático, leve e versátil, com coloração vermelho rubi intenso, aromas florais remetendo a violetas, aromas de frutas negras, como ameixa, amora, jabuticaba, mirtilo e cereja preta, além de notas de especiarias. Em boca, é seco, com acidez média, taninos sedosos, corpo médio e álcool mediano."

  • Acertos: ácido vs acidez média, sabores sem fruta vs aromas florais (violetas) e especiarias, quente vs álcool mediano.
  • Erros: cor transparente vs rubi intenso, sabores sem frutas vs frutas negras (ameixa, amora, jabuticaba, mirtilo, cereja preta).

Rótulo 4

  • Caloni 2021-05-15 (2.5): Amargo, corpo médio, ácido, jovem, mais vegetal ou menos mineral, tosco, aroma leve de algo estranho. Não sei a uva. Alcoólico.
  • Mitiko 2021-05-15 (2.5): Sabor vem e some. Nada "presencioso". Tânico.
  • Caloni 2021-05-22 (2.5): Tânico, amargo, corpo médio, quente. Agradável, mas amargor é mais persistente que os outros sabores; já perdeu o aroma.

E o vinho é... Vecchia Cantina Chianti 2019: "Apresenta coloração vermelho rubi, aromas de frutas vermelhas como amora, framboesa e cereja, apresenta corpo médio e acidez equilibrada, álcool mediano e grande persistência com taninos marcantes e sedosos. É um vinho equilibrado e agradável de se tomar."

  • Acertos: alcoólico vs álcool mediano.
  • Erros: jovem vs taninos marcantes e sedosos, ácido vs acidez equilibrada, tosco vs agradável.

Rótulo 5

  • Caloni 2021-05-15 (~~3.5~~ 4.0): Alcoólico, aroma agradável, corpo médio para forte e tânico, acidez (azedinho), uma uva próxima de Malbec sem ser Malbec? Frutado? Não a ponto de ser enjoativo, aroma de barrica.
  • Mitiko 2021-05-15 (2.0): Até que não tá tão ruim. Vai tomando e vai ficando ruim.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Esse manteve o aroma e é muito bom; o corpo é mais leve mas lembra as cavas de vinícolas. Frutado para azedo, meio amargo, ainda quente. Cor é bem agradável.

E o vinho é... Sunrise Cabernet Sauvignon 2020: "Apenas as vinhas mais ensolaradas podem produzir este vinho de intensidade deslumbrante. De cor vermelho rubi, com notas de amora, groselha preta e chocolate, acompanha pratos de cordeiro e carnes vermelhas grelhadas e acompanha excepcionalmente queijos maduros como Gruyère ou Parmesão, bem como pratos picantes como fajitas de carne. Como um raio de sol na sua taça, este vinho é equilibrado e firme, intenso e harmonioso, com um sabor persistente no paladar."

  • Acertos: frutado vs (amora, groselha preta), corpo médio para forte e tânico x intensidade deslumbrante.
  • Erros: Malbec vs Cabernet.

Rótulo 6

  • Caloni 2021-05-16 (3.5): Cara de Malbec. Alcoólico, semi-frutado, jovem com pouco tanino, pouco de vegetal? Ácido e azedo.
  • Mitiko 2021-05-16 (0.5): Esse é ruim, parece Merlot.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Gostoso de beber. Tem um frutado azedo, um corpo leve, provavelmente um vinho jovem ou com pouco tempo de reserva. Pode ser um Malbec ou um blend.

E o vinho é... French Dog Merlot 2019: "Vinho de cor vermelho rubi brilhante. Apresenta no aroma notas de frutas vermelhas negras como ameixa e amora, framboesa, groselha e mirtilo. Em boca, apresenta corpo médio, com taninos sedosos, acidez média e teor alcoólico equilibrado, sendo equilibrado e muito macio no paladar."

  • Acertos: semi-frutado vs frutas vermelhas negras (ameixa, amora, framboesa, groselha, mirtilo), Mitiko Merlot, ácido vs acidez média.
  • Erros: Malbec vs Merlot, pouco de vegetal.

Rótulo 7

  • Caloni 2021-05-16 (3.0): Alcoólico, amadeirado, super-encorpado, aroma doce, ácido. Tânico. Não tenho certeza a uva.
  • Mitiko 2021-05-16 (3.0): Azedo demais. Cabernet?
  • Caloni 2021-05-22 (3.0): Bem azedo, cheiro característico, pouco alcoólico, tânico. Pode ser um reserva ainda jovem. Há um certo amargor na textura. Uma cor mais escura. Não é ruim, é apenas peculiar.

E o vinho é... Rio Sol Reserva 2015: "O Vinho apresenta coloração vermelho rubi intenso, com aromas de frutas vermelhas e negras maduras, como ameixa, cereja, figo framboesa e groselha, conciliadas com as notas de especiarias, como cravo e pimenta, e notas de cacau, café e tabaco provenientes da maturação em barricas de carvalho. Em boca, é encorpado, com acidez equilibrada, taninos sedosos e álcool mediano com grande persistência em boca."

  • Acertos: amadeirado vs maturação em barricas de carvalho, ácido vs acidez equilibrada, tânico vs taninos sedosos, aroma doce vs aromas de frutas vermelhas e negras maduras (ameixa, cereja, figo, framboesa, groselha), super-encorpado vs encorpado.
  • Erros: alcoólico vs álcool moderado?

Rótulo 8

  • Caloni 2021-05-16 (2.0): Quente, amargo, encorpado. Bem amargo o retrogosto. Quase nada frutado. Mineral talvez? Parece envelhecido pelo tanino, mas com pouca madeira.
  • Mitiko 2021-05-16 (1.0): Amargo. Parece mais Malbec que o (rótulo) 6.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Desses amadeirados envelhecidos. Ainda alcoólico. Pouco frutado, mas não é vegetal nem mineral. Cor bonita.

E o vinho é... San Valentin Garnacha 2018: "Cor vermelho cereja escuro com brilho violeta. Aromas de frutas vermelhas, ameixas suculentas, figos secos e discretas notas de especiarias do Mediterrâneo. Generoso no álcool mas sem desequilíbrio, taninos macios, acidez correta e corpo médio."

  • Acertos: envelhecido pelo tanino vs taninos macios, quente vs generoso no álcool.
  • Erros: encorpado vs corpo médio, quase nada frutado vs aromas de frutas vermelhas (ameixas suculentas, figos secos).

Rótulo 9

  • Caloni 2021-05-16 (3.5): Alcoólico médio, também amargo e parece envelhecido (mas não deveria ter sido). Esses do meio estão de amargar. Aroma de geléia sem chute do vinho.
  • Mitiko 2021-05-16 (4.0): Gostosinho. Mais ou menos. Mais um Cabernet. Dá para ficar bebendo devagarzinho.
  • Caloni 2021-05-22 (4.5): Amadeirado, sim, mas mais amargor e envelhecimento se sente. A cor é de envelhecido. Há tons de madeira no sabor (tostado). Corpo médio para leve. Elegante. Muito bom.

E o vinho é... Rio Claro Reserva Organico Carménère 2018: "Este Rio Claro Reserva exemplifica muito bem as características da variedade. Com vermelho-rubi intenso, apresenta aromas de frutas vermelhas e negras maduras, como ameixa, amora, groselhas e cassis, que se integram com os aromas vegetais e herbáceos como manjericão e pimentão, e notas de baunilha e chocolate provenientes da maturação em barricas de carvalho."

  • Acertos: parece envelhecido e amadeirado vs maturação em barricas de carvalho.
  • Erros: aroma de geléia vs aromas de frutas vermelhas e negras maduras (ameixa, amora, groselhas e cassis).

Rótulo 10

  • Caloni 2021-05-16 (5.0): Hoje é dia dos envelhecidos. Quentinho, ótimo corpo, pouco alcoólico. Doce para frutado de compota sem ser enjoativo. Amadeirado, tânico, envelheceu muito bem. Buquê fantástico. Poderia ser Cabernet.
  • Mitiko 2021-05-16 (4.0): Facinho de beber, gostosinho.
  • Caloni 2021-05-22 (4.0): Que vinho fácil de beber. O corpo é leve pra médio, o sabor é gostosinho, frutado vermelho ou algo do tipo.

E o vinho é... Joliesse Cabernet Sauvignon 2018: "Apresenta coloração vermelho rubi, com reflexos violáceos, aromas de frutas negras maduras, como ameixa, amora, cereja preta e figo, além de notas de cravo e pimenta, e notas de baunilha, café, cacau, tabaco e couro, provenientes da maturação em barricas de carvalho. Em boca, é seco, com acidez média, taninos marcantes, encorpado e com álcool equilibrado. Apresenta grande persistência."

  • Acertos: amadeirado e envelheceu muito bem vs maturação em barricas de carvalho, buquê fantástico vs aromas de frutas negras maduras (ameixa, amora, cereja preta, figo) e notas de cravo e pimenta e notas de baunilha, café, cacau, tabaco e couro, Cabernet.
  • Erros: nenhum.

Rótulo 11

  • Caloni 2021-05-17 (3.5): Envelhecido, amadeirado, aromático, levemente alcoólico, e amargo. Tons não frutados, tanino e corpo médio.
  • Mitiko 2021-05-17 (2.0): Mais cheiroso, azedo.
  • Caloni 2021-05-22 (5.0): Nossa, esse está muito bom ainda. Frutado (ameixa?) e envelhecido em barrica, seu sabor amadeirado é inebriante. Seu corpo está equilibradíssimo. Quente sem agredir o paladar, mas abraçá-lo. Me dá vontade de beber mais e mais. Este é senhor vinho.

E o vinho é... Solar Viejo Crianza 2016: "Coloração vermelho rubi de média intensidade. Toques de baunilha, caramelo, cacau, com notas de carvalho e frutas vermelhas como cereja, amora, framboesa e morango. Vinho estruturado e equilibrado com agradáveis notas de madeira e frutos silvestres maduros, com acidez média, taninos marcantes, médio corpo e álcool equilibrado."

  • Acertos: corpo médio vs médio corpo, levemente alcoólico vs álcool equilibrado, tanino vs taninos marcantes, aromático vs toques de baunillha, cacau, notas de carvalho, frutas vermelhas (cereja, amora, framboesa, morango), notas de madeira e frutos silvestres maduros, amadeirado vs notas de madeira.
  • Erros: ameixa vs tudo menos ameixa.

Rótulo 12

  • Caloni 2021-05-17 (2.5): Azedo, alcoólico, pouco aromático, corpo médio para forte. Esse tipo de vinho precisa harmonizar.
  • Mitiko 2021-05-17 (2.5): Menos amargo que os outros.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Quente, encorpado, frutas maduras. Agradável, mas levemente enjoativo. Cor rubi escura.

E o vinho é... Coutada Velha Signature 2019: "Este Coutada velha Signature evidencia as características do terroir local, com coloração vermelho rubi, com reflexos violáceos, aromas de frutas negras em compota, como ameixa, amora, cereja preta, figo, romã e groselha, além de notas de amêndoas, baunilha, chocolate e tabaco, provenientes da maturação em barricas de carvalho. Em boca, o vinho é seco, com acidez média, taninos marcantes, corpo médio para alto e álcool equilibrado."

  • Acertos: cor rubi escura vs coloração vermelha-rubi, frutas maduras vs frutas negras em compota (ameixa, amora, cereja preta, figo, romã, groselha), quente vs álcool equilibrado.
  • Erros: não encontrou taninos?

Rótulo 13

  • Caloni 2021-05-17 (3.0): Elegante, mas amargo. Esses envelhecidos estão meio podres, não? Corpo forte, tânico, não-frutado. Mineral. Podem estar envelhecendo ainda, no estágio do meio.
  • Mitiko 2021-05-17 (2.5): Não tão amargo, mas azedo forte.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Não parece mais tão envelhecido; mas um pouco. Pode ser um reserva no meio do caminho. Ainda bem quente e vibrante, mas com sabores mais maduros. Amadeirado e cor rubi.

E o vinho é... Valle Austral Reserva Malbec 2018: "Este vinho evidencia as características do terroir local, sendo robusto, complexo e intenso com coloração vermelho rubi intenso, aromas florais remetendo a violetas, aromas de frutas negras, como ameixa, amora, jabuticaba, mirtilo e cereja preta, além de notas de especiarias. Em boca, é seco, com acidez média, taninos sedosos, corpo médio e álcool mediano."

  • Acertos: corpo forte vs robusto, reserva no meio do caminho vs Reserva Malbec.
  • Erros: mineral vs aromas florais e frutas negras, corpo forte vs corpo médio.

Rótulo 14

  • Caloni 2021-05-17 (3.5): Muita madeira, muito tanino. Corpo fortíssimo. O frutado ficou mais no aroma, sabor é uma pancada; para degustar com mais calma. Complexo, pode ser top, mas não a seco.
  • Mitiko 2021-05-17 (3.5): Um pouco amargo, mas não é tão azedo. O amargor vai sumindo rápido.
  • Caloni 2021-05-22 (3.5): Nota-se de cara que esse é dos envelhecidos, com corpo bem forte. Daqueles de tomar fumando um charuto. Vários sabores e aromas fortes. Especiarias. Pimenta. Dá para gastar pelo menos uma hora com meia-taça dessa criança.

E o vinho é... Château Marjosse Rouge 2018: "Bordeaux, talvez a mais celebrada e conhecida região vinícola do mundo, é a terra dos grandes Châteaux, que, em geral, fazem jus à fama de produzir vinhos muito elegantes, longevos e encorpados."

  • Acertos: corpo fortíssimo vs encorpado.
  • Erros: nenhum, a descrição do vinho é inexistente.

Rótulo 15

  • Caloni 2021-05-17 (4.0): Amadeiradíssimo, estágio final (estou influenciado pela suposta gradação dos rótulos?). Não tão amargo, mas também não tão rico em sabores. Talvez eu não goste de vinhos tão maduros assim, cheio de estrutura. Mas eu tomaria meia-taça por umas horas. Frutado quase estragado.
  • Mitiko 2021-05-17 (4.0): Nem azedo, nem amargo. Aveludado (suave). Não é agressivo.
  • Caloni 2021-05-22 (2.5): Encorpadíssimo, chega a ser azedo e amargo tudo junto por conta disso. Se fosse cerveja seria IPA. Os sabores são fortes (não picantes, outra coisa).

E o vinho é... Piantaferro Primitivo Di Manduria D.O.C 2017: "Este Primitivo, não foge à regra, tendo coloração vermelho rubi intenso, com reflexos violáceos, aromas de frutas vermelhas e negras, como ameixa, groselha preta, amora e jabuticaba, em compota, seguida de notas de especiarias como baunilha e pimenta, e de torrefação, decorrentes da maturação em barricas. Em boca, é agradável e intenso ao paladar, apresenta taninos marcantes e presentes, acidez equilibrada, teor alcoólico de 14,0%, condizente com o perfil do vinho; com grande persistência e retrogosto."

  • Acertos: amadeiradíssimo vs maturação em barricas, encorpadíssimo vs grande persistência, frutado quase estragado vs frutas vermelhas e negras (ameixa, groselha preta,amora e jabuticaba) em compota.
  • Erros: nenhum.

# Truques e Macetes na Hora de Programar [link]

2021-05-20 tag_coding ^

Este artigo é para organizar meu raciocínio e pesquisa para uma passagem de conhecimento na empresa. Foi sugerido ensinar um pouco do que é possível fazer para acelerar um pouco o desenvolvimento de um programador no dia-a-dia, não só para codificar, mas para todo o resto que consome bem mais tempo.

> macete1 /ê/ substantivo masculino 1. m.q. MACETA ('pequeno instrumento'). 2. tipo de martelo us. para esculpir em madeira ou, em trabalhos de carpintaria e marcenaria, para bater nos cabos dos formões.

Lembrando que as sugestões foram bem vagas e gerais, então essa é só uma pincelada pessoal sobre os assuntos; nada muito objetivo. As perguntas podem vir depois.

Como buscar por melhores resultados nas pesquisas

  • Não use o Google como Banco de Dados. O seu Cérebro é o Banco de Dados. Use o Google como um índice remissivo do seu cérebro. Use livros e artigos densos para alimentar seu Banco de Dados.
  • Nunca use a primeira resposta do Stack Overflow. Por quê? Porque ela é a mais popular.
  • Stack Overflow para pedaço de código; artigos para entender o código; livros para entender o código.

Como otimizar o tempo programando

Como diria Caloni:

  • Para quê você vai querer fazer isso, se o tempo mais prazeroso do trabalho se passa programando?

Como diria edw519, um dos membros mais populares do Hacker News:

  • Alguns caminhos são melhores que outros, mas qualquer caminho é melhor que nenhum. Ex: fazer API HTTP com tudo GET.
  • Comece com a resposta, então trabalhe ao contrário. Ex: quero uma API HTTP, então começo chamando.
  • É muito mais fácil julgar algo que já existe que definir algo que não existe. Ex: uma API HTTP com tudo GET é feio, mas dá pra melhorar (porque já existe).
  • Esteja preparado para cavar quantos níveis de detalhe precisar para entender ("um hacker é uma pessoa que sabe exatamente o que acontece quando se pressiona um botão do teclado").
  • Não ligue o computador a menos que você tenha uma tarefa específica (para pessoas que trabalham em lugares que você não ganha pelo tempo sentado).
  • Beleza é importante, mas entrega é mais importante. Ex: a API HTTP GET tá pronta e pro usuário funcional; próxima versão a gente melhora.
  • Mantenha extremamente simples no começo. Complique conforme avança. Ex: para mexer na API HTTP GET tem um ponto de entrada cheio de ifs; agora comece a criar funções e outros pontos de entrada.
  • Codifique todos os dias (memória muscular).

Como diria René Descartes, um cara não muito popular nas rodinhas da Idade Média:

  • Cada problema que eu resolvo se torna uma regra que serve mais tarde para resolver outros problemas. Ex: se o problema é perder tempo com uma tarefa repetitiva ache uma maneira mais automática de fazer a mesma tarefa.

Para além disso, ou problemas modernos de déficit de atenção enquanto compila (galerinha do C++ e do Rust), leia livros:

  • The ONE Thing, de Gary Keller ("There will always be just a few things that matter more than the rest, and out of those, one will matter most").
  • Flow, The Psychology of Optimal Experience, de Mihaly Csikszentmihalyi ("engagement in an activity that is both challenging and attainable").

Atalhos nos terminais (Linux e Windows) e como encontrar atalhos

  • Entenda a estrutura de diretórios e arquivos do seu sistema; organize (do seu jeito, mas organize).
  • Em ambos SOs, para navegar entre diretórios mantendo o histórico: pushd, popd.
  • Para buscar por arquivos no Windows dir; para buscar por arquivos no Linux find; use o manual.
  • Como encontrar mais atalhos: encontre o subconjunto que você usa. Ex: atalhos das tarefas mais comuns do seu editor favorito.
  • Caso de uso #1: como eu encontrava atalhos e janelas escondidas no Visual Studio.
  • Caso de uso #2: como eu decorava atalhos no Vim.

Ferramentas úteis para análise

> A lenda conta que em uma competição para ver quem cortava a árvore mais rápido, o lenhador mais velho passou a maior parte do tempo amolando o machado, enquanto o competidor mais jovem dedicou-se em golpear a árvore com toda a sua força. Quando o jovem estava no meio do tronco o competidor mais experiente começou a cortar sua árvore.

Como diria, edw519, um dos membros mais populares do Hacker News:

  • Use a ferramenta certa para o trabalho certo. Ex: Vim para tudo.
  • Quase qualquer ferramenta pode fazer o trabalho. Algumas são melhores que outras. Ex: uma leiteira é multiuso.
  • Lembre-se dos padrões que você usou antes. Você irá usá-los novamente. Ex: atalho chato no Visual Studio para economizar dez digitações por uma.

Process Explorer e como encontrar quem travou seu arquivo

  • Find, Find Handle or DLL...
  • Como saber onde está o executável de um processo.
  • Como saber a linha de comando do processo.
  • Como saber as portas de rede abertas.
  • Como saber as variáveis de ambiente do processo.
  • Como saber as strings em memória do processo.
  • Como saber as threads e stack de cada thread de um processo (com nomes de funções usando símbolos).
  • Como... bom, vocês pegaram a ideia.

Process Monitor e como ver quem escreveu no arquivo

  • Filter, Filter...
  • Como saber a linha de comando do processo que escreveu no arquivo.
  • Como saber como foi aberto o arquivo pelo processo.
  • Como saber a duração dessa chamada de escrita em arquivo.
  • Como saber quando foi que o processo foi iniciado.
  • Como saber a pilha de chamadas da thread que escreveu no arquivos... bom, vocês pegaram a ideia.

TCP View, WinMerge, BareTail, WinDirStat

  • Portas abertas na máquina.
  • Comparar versões diferentes de arquivos e pastas.
  • Ter um tail portátil e para múltiplos arquivos e filtro.
  • Saber quem está ocupando espaço na máquina que o cliente pediu para limpar.

Ferramentas UNIX (desde 1970 por aí)

  • Turbinar Windows usando Git (sed, grep, ls): colocar no path do usuário ou do sistema.
  • Grep: buscar coisas dentros dos arquivos.
  • Sed: modificar coisas dentros dos arquivos.
  • Tail e head: ver o início e o final de um arquivo; seguir o final do arquivo conforme for sendo escrito.
  • Sort e uniq: sortear e uniqar coisas; ou ambos (sort -u).
  • Pipe: poder dos programadores de Roma; nunca subestime juntar ferramentas UNIX.
  • Regex: poder dos programadores do Olimpo; use o guia do Aurelio Jargas se nunca ouviu falar.
  • Awk: poder dos programadores de Asgard; use o guia GNU.

Git

  • Leia o livro na segunda vez que ficar confuso usando Git fazendo a mesma coisa.
  • Encanamento: Git é um map de chave/valor em arquivo.
  • Porcelana: Git é uma lista encadeada de arquivos patch.
  • Comandos esotéricos: cherry-pick, rebase, squash, revert, sub-tree.

Perguntas?


# Castlevania [link]

2021-05-22 tag_animes ^

Bem bonita essa animação. E ela tem uma boa história, baseada em um bom jogo. Ela é cientista no século 15 e ele é um vampiro bombadão. Eles se casam e depois de um tempo os católicos acham a bruxa e a queimam. E logo vira um deus nos acuda.

Há violência de tripas sendo arrancadas nessa série para 18+, o que é outra coisa boa. Junto de uma maravilhosa e estilizada fotografia que torna várias cenas épicas.

Os personagens não são muito bons, nem os diálogos. Efeitos colaterais de um vídeo-game? Talvez ninguém se importe.


# Demon Slayer: Kimetsu No Yaiba [link]

2021-05-22 tag_animes ^

Essa série de anime estilizado com computação conta uma história que lembra o drama pesado de Dororo, mas por enquanto sem a fuga cômica. Tudo é tenso no primeiro episódio.

Meu amigo disse que ele é muito bem animado/desenhado. De fato. Porém, ele comenta o trabalho que deve ter dado à equipe, no que discordo levemente. Tenho a talvez falsa sensação de que trabalhos mais voltados para a computação e menos para o desenho tradicional tendem a ser mais fáceis. De qualquer forma, não importa o trabalho que uma obra teve, e sim seu resultado. E o resultado dos traços me incomoda pelo apelo fácil, mas o trabalho na direção, em entregar um dinamismo que evoca melhor as emoções humanas em pura adrenalina, é admirável.


# Etchart [link]

2021-05-22 tag_wine ^

Cabernet Sauvignon

O Cabernet dessa vinícola de Cafayate, região de Salta na Argentina, é leve e frutado como o Malbec, embora um pouco mais sóbrio e menos alcoólico. De fato ambos são pouco alcoólicos. O Cabernet possui menos corpo e desce perigosamente rápido.

Privado Malbec

Malbec fornece os melhores vinhos do mundo, e muitos Malbecs são bem acessíveis. Esse Etchart estranhamente está à venda na rede de supermercados Hirota. Estranhamente porque não é uma região com muitos rótulos, muito menos que cheguem em solo brasileiro.

Mas voltando ao Malbec. Este é frutado doce e azedo, jovem, pouco alcoólico, corpo médio. Vai fácil com carnes gordurosas, talvez fácil demais.


# Girl From Nowhere [link]

2021-05-22 tag_series ^

Essa série tailandesa meio trash com baixo orçamento e histórias de mistério, crime e fantasia requentadas é ruim demais, e por isso mesmo é muito fácil de assistir. Nada de planos milaborantes nem design de arte rebuscado. O set é de novela, as falas são basiconas e o elenco é de dar risada.

Aliás, sorriso é o que Nonna, a aluna misteriosa interpretada por Chica Amatayakul, sabe mais fazer. Meu Deus, como ela sorri. Com seu olhar de peixe morto a série capta todos esses sorrisos sonsos em câmera lenta como se quisessem dizer alguma coisa. Não quer. E nem precisa. A história fala por si mesma. Apenas acompanhe.

A ideia é uma garota que pula de escola em escola escancarando as hipocrisias da sociedade. No primeiro episódio ela pega um professor assediador manjado. Ela consegue se disfarçar muito bem cortando seu cabelo pela metade todo torto e mantendo o mesmo nome a série inteira.

Não estou falando mal. Trash é vida. Trash tailandês com garotas se vestindo de colegial é melhor ainda.


# Love, Death & Robots: All Through the House [link]

2021-05-22 tag_series ^

Um delicioso conto narrado em uma animação sólida, que conhece as texturas para mesclar o quase fofinho com o horripilante. Gostei particularmente do momento Aliens, mas toda a sequência é brilhante em se auto-conter em seu universo limitado: crianças aguardando o Papai Noel na noite de Natal. Onde estão os adultos nessas horas?

Não importa. É isso que quero dizer com universo limitado. Só essa sequência é o que importa. O episódio pega uma história lúdica com uma ideia provavelmente já executada inúmeras vezes, mas dessa vez elevada para a grande computação. Os efeitos digitais convencem. Claro que com uma direção incisiva dessas nós não podemos nem evitar sermos convencidos pela própria historieta. Se fosse contada com desenhos no papel de pão já seria assustador.


# Love, Death & Robots: Automated Customer Service [link]

2021-05-22 tag_series ^

Um futuro estilo Wall-E só com humanos velhos e pets, sendo que pet pode ser um desses cachorros pequenos ridículos ou uma espingarda. As máquinas fazem tudo pelos humanos, inclusive causar um pouco de emoção, como um aspirador se revoltar e sair matando seu dono. É o que acontece nesse episódio da série que une efeitos digitais com histórias curtas e sangrentas ou sexuais (ou ambos, meu preferido).

A nova temporada da série estréia em baixa com uma história requentada de outros carnavais e com efeitos que não nos causa qualquer comoção. Seria até desejável que essa velhinha fosse finalmente assassinada. A série é sobre isso. E ela trai suas premissas. Não há morte. Não há sexo. Só robôs e humanos sem amor


# Love, Death & Robots: Ice [link]

2021-05-22 tag_series ^

Qual era a sacada aqui? Uma série que começou promissora e revolucionária no quesito efeitos digitais e sem travas por idade, este episódio precisa inserir personagens de várias etnias morando na periferia da humanidade, um planeta inóspito, trabalhando para uma gigante indústria de extração. Alguns possuem a biologia melhorada, enquanto os outros são excluídos. É uma diversão de jovens por adrenalina. Uma história sem imaginação visual nem narrativa, a velha cartilha do artista que se apaixona pelo conto do proletariado.


# Love, Death & Robots: Life Hutch [link]

2021-05-22 tag_series ^

Você percebe o quanto o pessoal da computação economiza em cenas com movimento de face humana neste tenso, ótimo episódio de Love, Death & Robots. Aqui temos esses dois últimos da equação em uníssono. É a morte da guerra encubada em um container da sobrevivência. Aquele longa-metragem chamado Vida poderia se beneficiar dessa enxuta narrativa.

Mas voltando à face humana, mesmo economizando tempo de tela, nossa capacidade de emular um rosto humano e todos os detalhes sutis captados apenas por nós está melhorando na computação. O ator digital deste curta emula muito bem o que um ator de ação e suspense faria em condições limitadas.

Por outro lado, os movimentos robóticos da máquina de matar são ainda melhores. Fluidas, "naturais", o que esse robô faz aqui é o sonho de todo engenheiro nesse exato momento. Para os engenheiros do ramo militar, uma obrigação.

Enfim, mais um curta de sensações. Tem o nome de David Fincher na produção. Não que signifique algo. As celebridades precisam gastar seu dinheiro de alguma forma.


# Love, Death & Robots: Pop Squad [link]

2021-05-22 tag_series ^

Love, Death & Robots. Os robôs do título são os criadores desse episódio, que se aproveita de todo clichê solidificado do estilo drama policial noir futurista para falar sobre uma época egoísta onde a humanidade pode viver para sempre, mas por causa disso precisam exterminar todas as crianças que ousem nascer.

A história é triste, no mau sentido, mas piora com os efeitos visuais desses semi-humanos computadorizados. Você não pode sentir pena deles com suas expressões mecanizadas e ângulos manjados. Atores humanos poderiam se beneficiar dessa mini-história. Computação, está bem longe disso.


# Love, Death & Robots: Snow in the Desert [link]

2021-05-22 tag_series ^

Haha, que trocadilho genial. Muito bom, mesmo. Quase tão bom quanto essa história tão original e tocante.

Pelo menos tem sangue, um pouco de sexo e cérebro voando. Não necessariamente nessa ordem. Eu não sei qual a prioridade nesse workshop de computação, mas a pele humana tem melhorado bastante entre as escurinhas, mas os caucasianos ainda estão um pouco estranhos. Falta o ar nojento.

A fotografia é tão estilizada que as areias desse planeta inóspito não existe. É um sujo esteticamente impecável, cheio de sombras para você não reparar nesses detalhes.

Tanta liberdade de câmera e os diretores insistem em usar a convencional, como se tivesse que colocar um tripé em algum lugar. É estranho poder tanto e não fazer nada. O cinema pede uma união dos talentos, não uma competição entre tech e arte.


# Love, Death & Robots: The Tall Grass [link]

2021-05-22 tag_series ^

Um conto de terror enxuto, eficiente, mas termina no efeito. Sem memórias para guardar, é a sensação o mote deste curta da série de robozinhos que matam seres humanos. Nesse episódio não há robôs, nem morte e muito menos amor.

Eu implico com o título da série porque ela não é honesta. What you see is not what you get. Este episódio é um ótimo exemplo, já que ficaria bem melhor do catálogo de Contos de Cripta. Ele une o grotesco com o incrível e entrega uma sensação. A fala mais emblemática é a última: "eles não acreditariam, mesmo."


# Monster Girls (Demi-chan wa kataritai) [link]

2021-05-22 tag_animes ^

Já nos primeiros minutos a série perde totalmente a graça. Seus personagens não possuem personalidade. A história se move pela curiosidade de um professor que gostaria de entrar em contato com semi-humanos, criaturas lendárias que existem nessa série. Não só existem como quatro delas estudam na mesma escola. E todas garotas. Que sorte dele, não?

A brincadeira é entender se isso é alguma dessas metáforas como X-Men ou derivados, mas a narrativa é morna demais até para isso. Assim como Hinamatsuri, que tem garotas com poder de telecinese que não usam para nada que preste, essa série tem monstros para fingir ser algo diferentão.


# Nazarín [link]

2021-05-22 tag_movies ^

Terceiro ou quarto filme e Bunuel não é muito minha praia. Esse negócio de suprimir a lógica é frustrante, porque Nazarin tem uns momentos muito bons de abrir os olhos. Esse padre revolucionário em seguir a sua Bíblia à risca vive o inferno na Terra em meio a pobres maldosos, lunáticos, famintos. Obviamente não há coesão em um filme desses e é essa a desculpa preferida da turminha da contracultura.


# Onara Gorou [link]

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Se você sempre achou que faltava um anime em que o peido é o protagonista, você estava certo. E ouviram suas preces! E graças a Deus anime não tem cheiro!

Nem tudo que sai do ânus é indesejável. Onara Gorou sai do ânus e explica como as coisas funcionam em menos de três minutos. É muita sabedoria gasosa em tão pouco tempo.

As conversas são obviamente de devaneios de algum cartunista entediado. Ele imagina os quadros e os compõem toscamente. E assistimos, é claro. É algo diferente saído da mente de pessoas criativas. Justamente o que acontece com o personagem da história, mas não sai da mente.


# Pan de Peace! [link]

2021-05-22 tag_animes ^

Hehehe pão. Hehehe minazinhas. Hehehe pão com minazinhas. Quem é quem, nem sei mais. Os pães são mais fáceis de distinguir que as personagens.

Dez episódios depois não aprendi a fazer pão e fiquei com vontade de fazer anpan. Quero meu fermento de volta.


# Poco's Udon World [link]

2021-05-22 tag_animes ^

O pai dele fazia udom e ele se distanciou. Voltando ao interior, com os pais falecidos, ele reencontra suas memórias e uma criança perdida. É sobre udom, sobre memórias, sobre a vida passada e seu potencial desperdiçado. E a chance de recuperar.

Esse anime começa todo errado. Ele toca a introdução que apresenta uma menina que você ainda não viu, e já vai saber se tratar de um disfarce de um cão-guaxinim japonês (tanuki). Não há contexto emocional em dois minutos de conversa em uma casa de udom com um velho amigo. E sequer sabemos que o protagonista é um web designer. Sabemos apenas que ele vem de Tóquio para essa região distante onde viveu sua infância e adolescência. E, por fim, não há udom caseiro. Um engodo para você assistir mais e mais episódios sem ainda se comprometer emocionalmente.

Ou seja, um enredo de início preguiçoso, não está interessado em captar as energias dispendidas de seu espectador. É matéria de publicação de mangá, burocrático e tedioso. A animação é fofa, é fato, mas com material prévio, se torna o minimo para animes. A direção insegura constrói rimas deselegantes em toda a ação. Como o momento em que o protagonista descobre a real natureza da menina. Observe cada segundo dessa sequência, em como tanto a direção quanto o roteiro escolhem minuciosamente os detalhes da narrativa sem levar em conta que tem alguém assistindo interessado em um desenrolar mais natural e artístico. Não um formulário de como deve ser uma história de anime.

É como se Syd Field tivesse escrito um livro sobre como fazer animes em quinze simples passos. Não requer experiência.


# Shônen Ashibe GO! GO! Goma-chan [link]

2021-05-22 tag_animes ^

Ela é uma foca bem fofinha em uma animação com traços infantis, geometricamente simples de repetir.

Agora eu sei o barulho que uma foca faz e não vou decepcionar minhas sobrinhas.

Mas o desenho em si é cheio de problemas de ritmo e de tom, que se disfarçam atrás da costumeira fofice de animes com abordagem mais infantil. Os personagens são bobos no mau sentido, pois não há malícia. É desses que seguem o manual de boas maneiras de como fazer uma obra que não ofenda ninguém nesse século. Ou seja, um tédio.


# Exílios [link]

2021-05-28 tag_movies ^

Esses franceses ficam entediados com o primeiro mundo e resolvem voltar às suas origens na Argélia, passar alguns perrengues. No meio vários números músicas impressionantes da cultura local e Lubna Azabal fazendo uma louca sem roteiro e muita energia. Há uma sequência particularmente arrebatadora no final quanto ela participa de uma roda de candomblé ou algo do tipo.


# Hilda [link]

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Série animada bem desenhada. Seus tons de cores e formas são aconchegantes, assim como seu movimento ritmado com uma lúdica e tranquila trilha sonora. E esse sotaque britânico é tudo de bom.

Hilda é uma garota que vive com sua mãe na floresta, cheio de criaturas fantásticas e aventuras a aguardando. Não é infantil, há temas juvenis que podem ser vistos como adultos. E não é infantil de tratar as crianças como estúpidas.


# O Caminho Para El Dorado [link]

2021-05-28 tag_movies ^

Esta simpática, falha, curiosa animação da DreamWorks foi feita antes de sua popularidade com Shrek, na mesma época que Disney definhava com produções com estética semelhante e histórias batidas, como O Corcunda de Notre Dame até Atlantis.

Tudo é ligeiramente pior que uma produção Disney, seja roteiro, direção ou canções. Porém, não se torna exatamente ruim.

Os efeitos de água estavam em alta, nessa junção entre desenhos tradicionais e computação, e isso se torna uma distração fora da história, que é sobre uma aventura em busca do tesouro perdido de El Dorado na época das conquistas espanholas.

Dois brancos, um loiro e um moreno, são trambiqueiros e acabam caindo justamente na ilha onde repousa o tesouro nas mãos de uma tribo que lembra os pré-colombianos, mas mais atraentes. Especialmente as mulheres.

Aliás, Disney nunca colocaria tantas curvas em uma personagem feminina nem tiraria tanta roupa de seus personagens, nem sugeriria atos sexuais tão facilmente quanto aqui, o que é um ponto positivo. Eles fazem ela se mover de maneira lasciva, o que a torna uma mulher mais real. Talvez tão real em alguns momentos em que ela move seus quadris com suas curvas generosas que apenas em Frozen isso foi equiparado com Elsa tirando suas presilhas de cabelo. E Elsa sequer tem curvas memoráveis.

Aa canções não são cantadas pelos personagens, mas por Elton John, que escreveu as músicas e narra o filme. A trilha é composta por Hans Zimmer.

Os créditos finais são bem mais interessantes que hoje em dia, com a lista de artistas distribuída por personagem.


# Our Love Has Always Been 10 Centimeters Apart (Itsudatte Bokura no Koi wa 10 [link]

2021-05-28 tag_animes ^

Fofinho esse anime curto. Ele introduz esses dois carismáticos estudantes de último ano, seus anseios para o futuro e seu relacionamento que continua platônico. Se trata de uma história leve, talvez um estudo de personagem, com certeza metalinguístico. Ele estuda cinema, ela artes. E ambos quando se sentam um do lado do outro não conseguem ultrapassar essa imaginária e desafiadora barreira dos dez centímetros de distância.


# Time of Eve (Eve no jikan) [link]

2021-05-28 tag_animes ^

Uma direção bem pitoresca dessa série. Os movimentos da câmera tenta reproduzir os movimentos de cabeça que fazemos para desviar o olhar. E a visão é desse rapaz quase míope, de vista e de seus sentimentos. Mas, assim como sua andoide, ele está tentando.

Passando em um futuro próximo onde robôs e humanos convivem em uma relação serviçal e mestre, o grande trunfo de The Time of Eve é nos jogar nesse universo e nos fazer descobrir o impacto dessa mudança na rotina dos humanos. E também dos andróides, já que eles "nascem" sem um guia do que são. Apenas seguem ordens e as três leis da robótica sugeridas pelo autor sci-fi Isaac Asimov.

Mas algo sabemos desde o início. Se trata de um trabalho sobre preconceito e discriminação. É sensível e se revela aos poucos, e a graça é estar assistindo coberto dessa áurea de mistério. Enquanto isso acompanhamos a saga do garoto, enquanto ele descobre se é um fandroid, uma pessoa que trata andróides como humanos, ou apenas uma pessoa muito solitária.

A série brinca muito com metalinguagem. Em um episódio onde um robô antigo aparece eles brincam com o tom de Exterminador do Futuro. A visão da série tem sempre a perda de foco do garoto protagonista. A desorientação do espectador sobre como o mundo está mudando com os androides é o que faz a câmera não conseguir parar. A trilha sonora usa toques semelhantes a aplicativos de computador.

Esses garotos vão ao café-título em busca de respostas e servem de olhos e ouvidos para nós, espectadores curiosos e atentos. Cada novo episódio merece nossa total atenção, pois nenhuma informação é dada de graça. Se trata até aqui de um dos melhores trabalhos de sci-fi animado que eu já presenciei. É denso e não tem medo de sê-lo.

Que bosta de final. Todo o arco se desenvolvendo entre o garoto e sua robô serviçal é resolvido em duas falas e surge um outro arco completamente desvinculado do principal entre um robô ainda não apresentado e o segundo garoto. O Comitê de Ética é revelado apenas como um grupo de burocratas com motivações infantis de serem contra relacionamentos entre humanos e robôs. O pai do garoto encarna o pai de Evangelion. Praticamente nada funciona neste season finale. E robôs ainda choram. O espectador deveria poder chorar em cima dessas imagens se fingindo de tridimensionais sem o serem.


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